11 de março de 2011 EL SALVADOR

Sendo irmãos, abrimos novos caminhos de vida

Faz anos, um vigia, na solidão de um mastro e na aflição do desânimo, viu a luz e gritou: Terra, terra! Aquele anúncio, em meio a um mar bravio, despertou a esperança, acabou com as tensões e deu origem a uma história universal.

Com o dito novel e profético: ?Com Maria, ide depressa para uma nova terra!?, parece ter chegado o momento para que algum profeta da vida consagrada ? para alguns, cansada e descafeinada; para outros, desacreditada; para os mais conspícuos, contaminada de sanha terrorista; ou realmente em crise ? saia a gritar: Comunidades, comunidades! e libere os alarmes da sensibilidade para descobrir esse grande DOM de Deus à Igreja que, hoje, vivido e partilhado, é sem dúvida uma faísca incendiária?

Entre os dias 18 e 20 de fevereiro, a Província marista da América Central reuniu seus animadores de comunidade. As comunidades da Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Porto Rico, Cuba e Honduras, se encontraram, à voz do Espírito que nos esperava, oculto sob a simplicidade e a afirmação de um lema: ?sendo irmãos, abrimos novos caminhos de vida?.

O abraço do encontro, o abraço de despedida, a reflexão, a harmonia, o ambiente familiar, o informar-se sobre os Irmãos das comunidades, visitar os Irmãos idosos da residência Champagnat, a oração de cada dia, a presença de Maria em nossos encontros e o abraço da paz de cada Eucaristia, foram sem dúvida gestos de fraternidade e dons sensíveis do Espírito para manter e continuar a renovar nossas comunidades.

Assim nos convertemos em ?sedentos de Deus?, em ?sonhadores de estrelas atingíveis?, em ?homens tocados pela ilusão e pela esperança? e em ?Irmãos maristas que vamos descobrindo que a centralidade em Cristo e a vivência da ?Lectio Divina? constituem o caminho para renovar nossa vida consagrada.?

A criatividade levou-nos a avançar um pouco mais e a perguntar-nos: Que comunidades queremos hoje e para o futuro? A resposta foi um desenho interessante, com desafios para todos os lados, o que com simplicidade lhes transmitimos.

 

  • Imaginamos uma comunidade marista, onde nossos Irmãos aposentados sejam uma importante referência, sendo atendidos com carinho em sua saúde, com espaços de formação, ocupações adequadas e descanso.
  • Fortalecer o encanto da vida comunitária e da missão.
  • Ser parábola de comunhão e de fraternidade apostólica.
  • Passar de uma vida em comum para uma comunidade de vida.
  • Criar relações interpessoais de qualidade que nos tornem mais humanos.
  • A vida ritmada pela Palavra (?Lectio Divina?).
  • Acompanhados por Maria peregrina.
  • Gerar dinamismos de vida.
  • Companheiros Leigos, sejam bem-vindos à família.

 

As cenas, a iluminação, os contrastes, as paisagens, os ritmos, os principais personagens e o mundo da fantasia desse grande filme da vida consagrada marista em comunidade, estão aí em cada uma dessas nove bem-aventuranças que nos desafiam à mudança, ao jogo limpo, a ser como ?Deus manda?.

E fomos enviados com a força e a novidade do Espírito, a viver um mesmo Evangelho, em diferentes campos, culturas, ideologias, idades ou gerações. É a hora do Espírito que deseja ?fazer novas todas as coisas?.

A nós, artistas sem diploma, são entregues, não broxas, mas pincéis delicados que criem ambientes de luz, esfumem sombras, abram espaços de comunicação vital. Não é lícito nem permitido pintar caricaturas de homens ou mulheres consagrados; mas, pintem arco-íris de cores, pentagramas imitando gestos de solidariedade e de amor; pintem em nossas comunidades janelas e portas abertas, mesas redondas repletas de anedotas do que sucede cada dia na missão. Ponham, no centro de seus encontros, um Jesus na terra, que come, ri, conta anedotas, felicita, abraça, passeia, reza e convive.

Coragem, animadores e Irmãos de nossas comunidades; a história de nossas comunidades é construída e escrita por todos. Lembremos que a insatisfação e todo fracasso é pessoal e é comunitário; assim como todo gozo e bem-estar ambiental é de todos, do Espírito e nosso.

Não há renovação no vazio; a renovação tem rosto e idade de homem ou de mulher; isto é, tem identidade própria.

Portanto,? ?artistas, a seus pincéis!? Chegou a hora da RENOVAÇÃO.

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Ir. Teódulo Hernando.

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