5 de maio de 2008 ITáLIA

Sinais da ternura do Pai, fortalecidos pela ternura de uma Mãe

Irrompe entre nós, irmãos e leigos da comunidade marista de Taormina a voz incisiva do Irmão Teófilo que, de modo explosivo e apaixonado, nos convida a reflectir sobre o documento Água da Rocha – espiritualidade marista que brota da tradição de Marcelino Champagnat. Este documento não é um simples subsídio para ler a toda a pressa ou de um modo superficial; é antes um livro cujo conteúdo deve ser mastigado e meditado tanto a nível individual como em grupo?

Somos todos chamados a repensar a espiritualidade pessoal e comunitária à luz de um dinamismo experimentado e vivido em plenitude por mulheres e homens caminhando, em busca de alguém que diga palavras de vida no meio de tantas Babeis sem sentido, onde escutamos apenas a dissonância dos ruídos e o contraste forte das cores. Estudámos o documento com esperança e estivemos atentos à direcção do vento que nos indica, uma vez mais, os caminhos da novidade.

Queremos descobrir os caminhos dos homens e sentir os latidos de seu coração. Do silêncio do deserto ouvimos a brisa do vento que nos convida a subir a montanha para olharmos lá de cima e escutar a partir dali os apelos de Deus. De facto somos chamados a partir pelos caminhos do mundo e a viver entre a gente com quem devemos compartir a Palavra e para quem devemos ser testemunhos de um mundo diferente. Depois somos convidados a permanecer firmes diante do poço bebendo a água pura e mergulhando no manancial do qual brota a vida de modo que rios de água viva brotarão do coração daquele que acredita e esta água será para ele manancial de vida e santidade.

Seguramente, o documento lê em simbiose as chamadas da Escritura e os núcleos temáticos fundamentais propostos e vividos por Marcelino que planeou com paixão e coragem o futuro, vivendo com dignidade, sobriedade e altruísmo o hoje da sua existência, convertendo-se assim em protagonista do projecto de Deus na sua própria vida. Sentiu, de um modo muito claro, dentro de si, fome e sede de Deus.

Hoje as mãos de muitos irmãos e leigos estão prontas a amassar o pão do apostolado e a viver a missão partilhada, para saciar a fome do mundo, acolhendo juntos os ingredientes fundamentais: a água ou a fome de essencialidade; o sal ou a fome de fé; o trigo ou a fome de caridade; o fermento ou a fome de verdade.

Somos talvez poucos grãos postos em conjunto. Mas essa ?pequenez? é um dom. É uma individualidade que se torna comunhão para nos revestirmos de Cristo e vivermos com Ele e d?Ele, tornando-nos pão partilhado no dia-a-dia da nossa existência cristã e marista hoje.

Maria, mulher eucarística, tabernáculo do Amor do Pai, arca da Palavra, ensina-nos a dar um sim generoso a Deus; a alegrar-nos e a reconhecer com gratidão as maravilhas de Deus; a cultivar a simplicidade e a transparência nas nossas relações; a construir comunidades orantes como a do Cenáculo e acolhedoras como a de Nazaré.

Maria é a mulher que uniu admiravelmente o serviço da obediência a Deus, quando disse: Que se faça em mim segundo a tua palavra e o serviço da caridade para com os outros quando visitou Isabel levando-lhe o consolo, a alegria, a salvação do nosso Deus, que tinha tomado carne no seu ventre virginal. De Cana, ?Fazei o que ele vos disser?, a Jerusalém, em silêncio ao pé da cruz, Maria ensina-nos a viver a obediência a Deus e a pratica da caridade em relação aos outros.

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Grupo de Taormina
5 de Março de 2008

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