Terça-feira, 19 de setembro
O capítulo dedicou o seu 12º. dia aos leigos e ao relatório da situação econômica. De manhã os 8 leigos convidados dirigiram as duas sessões e de tarde o Ir. Libardo Garzón apresentou a realidade econômica do Instituto. Não foram momentos de decisões e nem de aprovações de documentos, mas a continuação da tomada de consciência do Instituto como corpo.
Começando com a oração
A oração da manhã propôs um exercício de Tai Chi e, em seguida, o Ir. Tony Leon sugeriu um vídeo para meditação que sublinhava o fato que o Instituto é um corpo. Esse momento quis preparar o grupo em maneira tal que se dispusesse a descobrir a identidade do Instituto.
Continuando a descobrir o corpo
Noemy Pinto começou a animação convidando os capitulares a descobrir o próprio corpo e a presença do outro através de abraços, olhares, cumprimentos, círculos… Um exercício fácil para alguns, mas desafiador para outros.
Em seguida, Tony Clarke introduziu o trabalho da manhã. Em pequenos grupos compostos de 3 pessoas, como células de um corpo, os participantes do Capítulo partilharam a experiência vivida no contato entre irmãos e leigos, em comunidade, na missão, na espiritualidade. Foi pedido que se refletisse como essas experiências ajudaram, tanto leigos quanto irmãos, a viver a vida marista. Também se pediu que fossem destacados os elementos de novidades descobertos nos contatos experimentados e aquilo que impediu o êxito da vida partilhada.
Partilhando a reflexão
Quando os grupos começaram a falar o que conversaram, muitas contribuições foram ouvidas. Algumas delas destacamos em seguida e denotam a percepção que se tem como corpo sob a perspectiva da relação irmãos e leigos:
* A comunhão com os leigos é uma luz para a experiência como Irmãos.
* A vida religiosa se caracteriza pela fraternidade, espiritualidade e missão. A porta de entrada dos leigos na vida marista é a missão e a partir daí a relação se estende à espiritualidade e vida comunitária.
* A vocação cristã é o ponto de partida. Nasce em seguida o convite para a vida marista
* Muitas vezes os leigos se tornam modelos para os irmãos, principalmente ensinando como ser igreja.
* O carisma e a missão maristas não são propriedades dos irmãos.
* A experiência de vida juntos é um desafio.
* Entre os irmãos, para alguns a questão laical é essencial, para outros não é um tema. Em alguns lugares existe um trabalho afirmado, em outros se estão dando os primeiros passos
* A mesa da missão une irmãos e leigos, especialmente nas áreas essenciais da pessoa, como a educação. Daí nasce a comunhão e a busca de modos mais profundos de partilhar o carisma comum, ser marista.
* As diversas dimensões da pessoa e da instituição têm que caminhar juntas. Se as Unidades Administrativas não levarem isso em consideração, a experiência comum não se concretizará.
* Quem são os leigos maristas? São caracterizados por um processo, por um compromisso ou são todos os que têm contato com os maristas?
* A palavra-chave é comunhão. Sempre se inicia pela partilha e em seguida as histórias crescem, a vocação se desenvolve, caracterizando-se como processo vocacional que enriquece também a vocação do Irmão.
* As estruturas precisam nascer a partir das experiências vividas e não antes delas.
* Numa comunhão verdadeira, a partilha não acontece só em nível da missão, mas permeia a vida como um todo. E pode acontecer que a porta de entrada no processo vocacional não seja necessariamente a missão.
* Três palavras-chave na relação são identidade, acompanhamento e diálogo.
* Irmãos jovens crescem naturalmente com a comunhão com os leigos; os de mais idade têm dificuldades para acolher esse aspecto da vida Marista
* Grupos de voluntários têm dado uma energia fraterna às comunidades da Ásia, onde normalmente as comunidades são formadas por dois irmãos.
* A complexidade e particularidade da presença nos 5 continentes faz com que cada contexto tenha uma caminhada própria.
* A emergência do laicato é como uma transfusão de sangue, que enche de energia o corpo que parecia debilitado. Uma vez feita a transfusão, o sangue novo não se distingue daquele antes presente e chega igualmente a todas as células do organismo, produzindo vida. Se se proíbe o sangue de circular em alguma parte desse corpo, o resultado é a gangrena.
O que nos está dizendo o corpo
Pep Buetas lembrou os passos dados pelo Instituto em relação ao tema da vocação leiga, principalmente na linha da formação e atualmente no processo vocacional, que o tempo ensinará qual é a proposta adequada.
Aproveitando da imagem do corpo, os outros leigos convidados motivaram momentos de reflexão baseados em quatro emoções: medo, tristeza, ira e alegria. O funcionamento do corpo se baseia nas emoções: o cérebro detecta se o que estamos vivendo é uma ameaça ou uma ajuda para a sobrevivência. Se é ameaça, provoca medo e outras reações. Ao invés, se é uma ajuda, não rejeita a experiência vivida. Por isso é importante ter consciência das emoções, dar nomes a elas, saber o que está acontecendo.
Todo o grupo se compactou em um canto da sala capitular e para cada emoção se movia para um outro canto, começando com o medo. Houve possibilidade para exprimir quais são as situações que provocam medo, quais as tristezas, que situações provocam ira e também quais são as alegrias da relação entre irmãos e leigos.
Sessão da tarde
A terceira sessão do dia, das 15 até as 17,15, começou com a oração, que recordou a população do México, atingida pelo terremoto e também a Sociedade de Maria, os Padres Maristas, que realizam o seu Capítulo de 20 de setembro a 11 de outubro.
Dimensão financeira do corpo
O Ir. Libardo Garzón, ecônomo geral e convidado ao Capítulo, ajudou a assembleia a tomar consciência do aspecto econômico do corpo que é o Instituto. Diferente de outros capítulos, o tempo foi usado para apresentar a situação financeira do Instituto e não da Casa Geral.
Até pouco tempo atrás, não havia a possibilidade de recolher dados de todo o Instituto. Hoje, graças ao aplicativo DOMUS desenvolvido pela equipe da Província Brasil Centro-Sul, isso é possível. Pode-se assim ter uma visão geral da economia do Instituto.
Depois de apresentar vários gráficos com detalhes técnicos, o Ir. Libardo concluiu sublinhando alguns aspectos:
* O instituto tem um capital financeiro forte
* A maioria da entrada vem daquilo que se sabe fazer melhor: educação primária
* 6% do capital é investido em solidariedade
* Está baixando a margem de rentabilidade
* Há províncias que precisam de apoio profissional
* A congregação precisa considerar a sustentabilidade do Instituto em largo prazo
Necessidade de mudança de mentalidade
Detecta-se a falta de uma perspectiva estratégica, com prioridades comuns; cada Unidade Administrativa caminha conforme suas convicções. É necessária uma mudança de mentalidade que tenha em conta 4 aspectos:
* Gestão ética
* Gestão competente
* Solidariedade
* Corpo global
É necessário perguntar-se qual modelo econômico o Instituto quer seguir: franchising, federação ou um corpo global?
Com essas considerações, houve espaço para partilha de impressões e comentários relativos à administração dos bens no Instituto.
Preocupação com o México e atividade nas fraternidades
A sessão terminou com a leitura de uma mensagem do Ir. Javier Salcedo, vice-provincial do México Central, onde diz que as obras maristas da Província estão bem e ninguém ficou ferido com o terremoto no México.
A última atividade do dia, foi a partilha de vida nas fraternidades, das 18:30 até 19:30.