Um mundo feito para as crianças: Direitos da criança
Durante duas semanas, no mês de julho, a Fundação Marista para a Solidariedade Internacional (FMSI), a Franciscans International (FI) e a Edmund Rice International (ERI), realizaram uma conferência intensiva e um treinamento sobre os direitos da criança nas instalações da FI em Bangcoc, Tailândia. Os participantes deveriam estar atuando no trabalho em defesa dos direitos da criança na região da Ásia e Pacífico, sendo que pelo menos 10 de cada grupo deveriam ser escolhidos através de eleição. Os maristas estiveram representados pelo sr. David L?Estrange (Marist Asia Pacific Solidarity, província de Sydney), sra. Cate Sydes (CEO, Marist Youth Care, Sydney), Ir. Jim Jolley (ONU, Genebra), Ir. Ken McDonald (PNG/SI superior de distrito), Ir. Michael McManus (Divine Word Uni Madang ? Communications), Ir. Antonio Sanchez (Projeto Ad Gentes, Ásia), Ir. Crispin Betita (Children in Conflict with the Law, Filipinas) e Ir. Paul Murphy (Street Children, Ásia). Os participantes vieram de um vasto campo de experiência, que se estende do Líbano ao Pacífico. O treinamento foi conduzido por dois Irmãos Cristãos de origem irlandesa, por um advogado que trabalha junto aos escritórios da Franciscans International, em Genebra, pelo presidente da FMSI e por vários representantes da ONU em Bangcoc. Houve um importante equilíbrio entre palestras e grupos de trabalho, o que proporcionou aos participantes uma profunda e rica experiência de como caminhar e estar presente junto às crianças que estão em perigo e que são exploradas.
As primeiras sessões foram utilizadas para dar uma visão histórica e do mundo das crianças no contexto dos direitos humanos. O tempo foi aproveitado para compreender melhor a partir desta maneira de pensar. Várias das sessões que se seguiram estiveram relacionadas com os princípios e as tarefas de proteção, compreendidas no contexto da mais ampla convenção assinada pelas Nações Unidas, denominada ?Convenção sobre os direitos da criança (CRC)?. Os participantes eram constantemente lembrados e chamados a agirem ?no melhor interesse? da criança ? este grito contido, apesar de ser às vezes alusivo, era o ponto central que buscávamos aprofundar, para compreender o significado do apelo a estar presente, para defender e para entender as necessidades das crianças em perigo. Exortações tais como ?quando você vê algo, diga algo? e ?o perigo das pessoas de bem permanecerem em silêncio?, nos impressionaram a todos e de várias maneiras.
Durante uma manhã, a sessão foi conduzida pelo redentorista, padre Joe Meier, que dirige o Mercy Center, em Bangcoc, um centro de atendimento para crianças e adultos em dificuldades e por aqueles que enfrentam o problema da contaminação HIV/Aids. Um dia completo foi utilizado para uma visita aos escritórios da ONU em Bangcoc, onde fomos acolhidos com minuciosas apresentações sobre o trabalho pleno de compreensão e de compaixão pelos problemas das crianças na Ásia. Maiores contribuições foram apresentadas através das competentes explanações de especialistas nas áreas da exploração sexual, da violência, da venda e do tráfico de crianças para o sexo e utilização de órgãos. Poucos de nós poderão esquecer a visão de conjunto dos temas relativos às crianças, apresentados pelo relator especial da ONU, Vitit Muntrabhorn.
O toque final do treinamento foi reservado para que pudéssemos dar um sentido a tudo o que vimos, proporcionando um significado, uma coesão e um propósito a estas duas semanas. Esta tarefa deve ainda ser executada, mas espera-se para breve uma demonstração, no âmbito local e internacional (ONU), de apoio às crianças em dificuldade. A nossa equipe marista trabalhou muito bem em conjunto e criou planos futuros para a defesa desses direitos, que a seu tempo serão uma bênção para essas crianças que se encontram na Austrália, Oceania e Ásia maristas.
Olhando os documentos preliminares para o nosso Capítulo marista, assuntos como o da defesa dos direitos da criança têm um lugar proeminente e aparecem bastante. Este treinamento preliminar deveria se certificar como um bom primeiro passo para trabalhar esses assuntos relacionados especialmente com as crianças, que todos nós amamos tanto, para tornar o seu fraco grito de pedido de ajuda tão forte como um trovão, para sentarmos, ouvi-las, nos informarmos sobre elas e defendê-las vigorosamente nos mais altos níveis, em seu nome.
?Não se deveria sofrer para ser criança.?
________________
Paul Murphy fms