Universidade marista concede título de ?doctor honoris causa? a um teólogo
A Universidade Marcelino Champagnat concedeu ao Pe. Gustavo Gutiérrez Merino o título de Doutor Honoris Causa no dia 14 de agosto, em Lima (Peru).
Segundo um comunicado publicado no Facebook no dia 16 de agosto, a universidade concedeu o título “pelo mérito de sua excelência acadêmica, produção intelectual, incansável trabalho pastoral em benefício dos mais necessitados e contribuição teológica à Igreja dos séculos XX e XXI”.
O relato biográfico do Pe. Gustavo, esteve a cargo do Dr. César Delgado Barreto, Doutor Honoris Causa dessa instituição e amigo de infância do Pe. Gustavo.
O Ato de Investidura do Grau de Doutor Honoris Causa foi celebrado na universidade, que “se honra de ter outorgado esta distinção a uma pessoa cuja vida tem sido gasta em benefício da humanização do mundo”.
“A amplitude intelectual de Gustavo Gutiérrez é admirável”, continuou o comunicado. “Seu pensamento condensa um conhecimento profundo não só da teologia e da filosofia em suas diversas vertentes, senão também de arte, especialmente de literatura peruana, com a qual tem uma proximidade íntima”.
O Pe. Gustavo é um filósofo e teólogo peruano e iniciou uma das propostas teológicas que mais influenciou nas últimas décadas na Igreja Católica e na sociedade latino-americana: a Teologia de Libertação.
Depois de concluir seus estudos secundários no colégio marista San Luis (Peru), estudou psicologia na faculdade de medicina da Universidade Nacional Mayor de San Marcos entre 1947 e 1950.
Entrou no seminário em Santiago do Chile e foi enviado à Europa para prosseguir estudos de pós-graduação.
Lá realizou seus estudos teológicos na faculdade teológica de Lovaina (Bélgica) e na faculdade teológica de Lyon (França) tendo como professores Henri de Lubac e Yves Congar, entre outros.
Isto lhe permitiu ter contato com os teólogos do Concílio e diálogo com o mundo da teologia protestante, especialmente Karl Barth. Em 1959 foi ordenado sacerdote. Em 1960, regressou a Lima.
Desde 1995 é membro da Academia Peruana da Língua. Em 1998 ingressou como noviço na ordem dominicana.
Em 2003, junto ao jornalista polonês Ryszard Kapuscinski, recebeu na Espanha o Prêmio Príncipe de Asturias de Comunicação e Humanidades em reconhecimento pela sua “coincidente preocupação pelos setores mais desfavorecidos e por ser modelo ético e admirável de tolerância e de profundidade humanística”.
Obteve os seguintes reconhecimentos: Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional Mayor de San Marcos (1992); Prêmio Príncipe de Asturias de Comunicação e Humanidades (2003); Doutor Honoris Causa em Teologia pela Universidade de Yale (2009); Medalha R.P. Jorge Dintilhac pela Pontifícia Universidade Católica do Peru (2010); Prêmio Nacional de Cultura pelo Ministério de Cultura do Peru (2012).