11 de junho de 2018 LíBANO

?Vou contribuir com meu grão de areia para tornar este mundo melhor?

Por meio do Secretariado para a Colaboração para a missão internacional (Cmi), o Projeto Fratelli, dois Irmãos Maristas e dois Lassalistas, recebem voluntários por períodos curtos ou de um ano em Rmeileh (Líbano).

O Projeto, que educa mais de 600 crianças refugiadas sírias, receberá neste verão 14 voluntários da Espanha, Filipinas, Irlanda, Brasil e Itália.

No presente conta com três voluntários de um ano: Bruno Socher, do Brasil, que iniciou em janeiro, Sara Amarillas, leiga lassalista do México, que iniciou em 1º de julho de 2017, e Laura Gonzalvo Calle, da Espanha, que chegou em outubro de 2017.

Abaixo o testemunho do que Laura viveu nos últimos sete meses.

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Desde outubro passado vivo em Rmeileh, numa comunidade com dois Irmãos Maristas e dois Lassalistas além de outros dois voluntários. Junto com uma equipe de 20 educadores, levamos adiante o Projeto Fratelli, destinado a crianças vulneráveis que vivem no Líbano. A maioria, quase todas, refugiadas sírias. Pelo Projeto passam, por semana, entre crianças e jovens, umas 600 pessoas.

As atividades começam às 8h30 com as aulas e vai até 17h30, quando termina o último grupo que vem para reforço escolar. Eu estou de manhã na Pré-escola, dando apoio às educadoras. Nas terças e quintas coordeno uma oficina de costura oferecida às famílias.

Nos sábados de manhã trabalhamos com as crianças dos chamados shelters, campos de refugiados verticais. (No Líbano, por não ter uma grande extensão territorial, muitos refugiados foram assentados em edifícios abandonados ou não terminados.) Com eles fazemos atividades de tempo livre, dinâmicas com as quais trabalhamos valores e propiciamos espaços para que falem e aprendam a relacionar-se de modo positivo, já que todas as crianças que vêm ao Projeto Fratelli vivem em uma situação vulnerável e passaram por situações duras e difíceis por causa da guerra.

Essa experiência não poderia ser mais positiva. Cada dia é um novo desafio e uma nova oportunidade para tirar o melhor de mim mesma. Estou crescendo tanto pessoal como profissionalmente. Estudo direito e, sem dúvida, essa experiência me marcará profissionalmente.

Creio que é necessário que todos, na medida de nossas possibilidades, atuemos e façamos o possível para mudar se há algo com o qual não estamos de acordo. Pessoalmente creio que é necessário e é justo ter em conta as pessoas que simplesmente buscam ter uma vida melhor ou dar a seus filhos um futuro melhor. Tal como dizia a carta do Papa Francisco na Jornada Mundial dos Migrantes e dos Refugiados, é preciso acolher, proteger, promover e integrar. Fazemos isso no Projeto Fratelli, aqui no Líbano.

Quando conheci o Projeto, faz quase três anos, não fiquei indiferente. Com o passar do tempo, tinha-o mais claro: não posso ficar indiferente ante a injustiça que vejo e via cada dia ainda em casa. Quero atuar de alguma forma, quero dar meu grão de areia para fazer deste um mundo melhor, de tal modo que decidi vir por um ano aqui e conviver no dia-a-dia com aquelas pessoas que estão tentando buscar uma vida digna. Há gente que vem ao Líbano, outras vão para a Grécia, outras tomam diversas iniciativas, outras ajudam economicamente… há mil maneiras, quiçá tantas quantas são as pessoas e nenhuma é melhor do que a outra, já que todas são necessárias. Creio que o mais importante é fazer algo, por pequeno que seja, para melhorar e fazer o mundo e a sociedade melhores do que estão agora.

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