Assembléias provinciais da Missão Marista – Presença marista na Bolívia

12/10/2006

Assembléias provinciais da Missão Marista

Província do Brasil Centro-Sul
O dia 08 de setembro de 2006 ficará marcado para sempre na história da Província Marista do Brasil Centro-Sul. Nesse dia aconteceu a Assembléia Provincial da Missão Marista em preparação para a Assembléia Internacional. Resultado de seis meses de caminhada local, que contou com a adesão voluntária de 1.199 irmãos e leigos, envolvidos em 105 grupos de reflexão. A Assembléia foi um momento de encontro, partilha e celebração, que congregou quase 800 participantes vindos dos Colégios, Unidades Sociais, Hospitais, Veículos de Comunicação, Editora e Universidade.
O teatro da Pontifícia Universidade Católica do Paraná ficou pequeno para receber tanta energia e entusiasmo de cada coração marista presente. Se os objetivos eram o de celebrar a caminhada realizada pelos diversos grupos da AIMM em suas Unidades e contemplar o belo mosaico da diversidade de pessoas, serviços e formas de viver o carisma podemos afirmar que eles foram plenamente alcançados. Em cada gesto e em cada olhar todos manifestaram o desejo de sentir-se cada vez mais parte da grande ?tenda? marista.
Três momentos merecem destaque nesse dia. Primeiramente as apresentações culturais e artísticas que emocionaram a todos os participantes e mostraram como a arte é uma das expressões vivas de viver o Carisma. Outro momento foi a reflexão acerca das Identidades Maristas em perspectiva. Irmãos e Leigos, em igualdade de condições, pensando a missão e a identidade marista no Brasil e na Província. E o terceiro foi a apresentação da síntese do relatório do processo realizado nas Unidades. Entre conquistas, desafios e sentimentos, o relatório trouxe a riqueza das discussões realizadas e a vontade de todos em poder contribuírem com a missão.
O dia terminou com uma bonita celebração Eucarística, presidida pelo Arcebispo do Santuário de Aparecida do Norte e ex-aluno e noviço marista, Dom Raymundo Damasceno. Na homilia ele destacou a importância dos Irmãos maristas para a educação no Brasil e a relevância para o Instituto e para a Igreja desse processo de revitalização a partir da AIMM.
Um coração e uma missão. Esse foi o espírito vivido em cada grupo local e também no dia da Assembléia Provincial. Temos muito trabalho pela frente e com certeza muitos desafios, mas agora com a certeza de estarmos caminhando juntos. Na Província o processo continua, agora em preparação para a Assembléia de Mendes, em 2007.

Província de Compostela
A Província Compostela realizou a Assembléia da Missão Marista para prepara a I Assembléia internacional da missão marista que será realizada em Mendes (Brasil), de 3 a 12 de setembro de 2007. De 7 a 9 de setembro de 2006, Santiago de Compostela (Espanha) acolheu mais de 150 educadores, que representam as 17 comunidades educativas e as demais obras e missão provincial.
A reflexão foi animada pelo Dr. José Sarrión Cayuelas, Diretor da E. Universitária Luís Vives, com sua palestra: ?Um olhar sobre os jovens de hoje e desafios educativos?; pelo irmão Emili Turú, Conselheiro geral marista, cuja palestra teve como tema: ?Educadores maristas: algo novo está nascendo?, e, finalmente, Mons. Raúl Berzosa, Bispo auxiliar de Oviedo, que centrou sua intervenção sobre ?Evangelizar educando: uma missão com futuro?.
Depois de uma animada troca de opiniões e experiências em grupo, se chegou a algumas conclusões nas quais se afirma:
?A assembléia foi um ponto de partida? no qual se comprovou que ?o espírito de Marcelino está vivo em Compostela?, e se comprovou com esperança que ?algo novo está nascendo?: Irmãos e leigos estão se sentido ?comprometidos com a missão? e ?apostam nas obras e ações sociais? da Província porque são ?um aspecto central do trabalho educativo e evangelizador?. A Assembléia deseja responder ?às necessidades reais dos jovens e aos sinais dos tempos? e oferecer ?cuidado integral à pessoa, família e comunidade?, de maneira particular à sua ?dimensão interior e espiritual?.
As pessoas reunidas em Santiago comprovaram que o ?projeto-sonho? de Champagnat ?é uma desafio atual com mais força do que nunca?, que convoca os ?irmãos e leigos a caminharem juntos para dar-lhe vida hoje?. Com o desejo de responder aos sinais dos tempos, como Champagnat, elas fizeram as seguintes propostas:
1. Propor atividades que integrem toda a comunidade educativa marista: escolas de pais, grupos de evangelização, formação de voluntariado, encontros extra-escolares com famílias, educadores e alunos. Cuidar, particularmente, da comunicação entre todas essas pessoas.
2. Impulsionar e dar nova criatividade à ação evangelizadora dos nossos centros. Para isso, recuperar ou dar nova vida a um plano de ação conjunta para o colégio (delineamento do Projeto educativo dos Centros) com objetivos, acompanhamento e avaliação. Este plano deverá ser feito a partir da escuta dos alunos e suas necessidades e priorizando aspectos como: monitorias individuais, grupos de colaboração, atividades escolares e extra-classe.
3. Favorecer, de maneira real, a solidariedade em nossos centros, colocando em marcha a obra social de cada colégio e assumindo uma preferência clara pelos mais desfavorecidos do próprio centro (alunos com mais necessidades educativas ou sociais) e do bairro (imigrantes). Envolver os pais e os jovens nessa ação.
4. Dar um novo impulso e atualização à presença marista entre os alunos (no tempo escolar e livre), e também nas monitorias como meio educativo privilegiado (atenção personalizada; presença e cuidado do mundo afetivo; na relação com os pais..).
5. Favorecer momentos para partilhar vivências, dar-nos tempo para refletir sobre o que fazemos e vivemos, para nos conhecer mutuamente, etc. (Poder-se-ia planejar três encontros ao ano com elementos formativos e celebrativos).
6. Intensificar o desenvolvimento da espiritualidade durante as aulas, através de oficinas ou programações (realizadas em grupos de trabalho), que comecem desde o infantil e chegue aos alunos maiores, incluindo uma adequada pedagogia da oração.
7. Priorizar os grupos de pertença (MarCha, animar) na ação e formação, já que são uma ferramenta imprescindível no mundo de hoje.
8. Potencializar as equipes de formação para cuidar das inquietações que surgiram nessa assembléia. Promover um maior envolvimento de todos os professores nos trabalhos de animação.
9. Formar e dinamizar em cada colégio fraternidades maristas mistas, de irmãos e leigos, abertas a alunos e famílias, que possam ter como referência os documentos e a espiritualidade maristas, e que cuidem da pessoa em seu interior e em todas as suas dimensões, convertendo-se em fonte de vida e de evangelização.
10. Continuar criando um estilo próprio de escola marista (aberta, familiar, sinal de referência para a sociedade), na qual exista espaço privilegiado para os traços da nossa identidade, tais como: a atenção à diversidade, a presença fraterna, a abertura aos valores e à dimensão espiritual, o compromisso familiar, o compromisso solidário, os grupos de crescimento, o acompanhamento para o desenvolvimento integral de cada aluno, etc.

Província Ibérica
Também a Província Ibérica realizou sua assembléia, entre os dias 01 a 03 de setembro. Estiveram reunidas 140 pessoas, que representavam as 580 que participaram da fase local. O material referente a esse encontro está disponível, em espanhol, na internet, na sessão relativa à Assembléia Internacional: http://www.champagnat.org/pt/240107050.htm

50 anos da presença marista na Bolívia

Manifesto dos educadores maristas
Somos educadores maristas, irmãos, leigos e leigas pertencentes à Província Marista de Santa Maria dos Andes. Viemos de Roboré, San José de Chiquitos, Santa Cruz, Comarapa e Cochabamba. Conosco também participaram representações de dois países irmãos, o Peru e o Chile.
Trabalhamos na Bolívia há muito tempo, oferecendo às crianças e aos jovens um projeto evangélico libertador através da educação formal, alternativa, de adultos e técnica, e de outros serviços sociais tais como: saúde, refeitórios estudantis, internatos e projetos de desenvolvimento comunitário. Neste momento, mais de 700 educadores e educadoras atendem cerca de 9.000 alunos e alunas em dez centros educativos. Nossos destinatários procedem majoritariamente dos setores populares e marginalizados do nosso país, e pertencem a várias confissões religiosas.
Reunimos-nos em Santa Cruz da Serra de 8 a 10 de setembro, para celebrar os 50 anos da presença marista na Bolívia, e reafirmar nosso compromisso de continuar amando e servindo as crianças e jovens a partir do nosso projeto educativo marista.
Constatamos com preocupação o momento difícil que vive nosso país, caracterizado por uma forte polarização entre os diversos setores e a falta de um diálogo sincero e construtivo que ajude a encontrar consensos que permitam superar pacificamente a atual situação. Preocupa-nos, além disso, a política educativa do governo expressada na proposta de lei aprovada em Sucre, que limita a liberdade de ensino, promove uma educação fortemente controlada pelo Estado e com um acentuado caráter leigo, que desconhece o serviço prestado pela Igreja na educação e o direito que esta tem de educar, e que restringe assim mesmo o direito que assiste aos pais de família de escolherem a educação que desejam dar aos seus filhos. Porém, ao mesmo tempo, valorizamos o propósito do atual governo de incluir setores que tradicionalmente estiveram marginalizados dentro do processo de desenvolvimento econômico, político e social do país, e buscar para eles melhores condições de vida e maiores possibilidades de educação.
Nesses dias, os 350 participantes do encontro fomos testemunhas da variada, criativa e rica experiência educativa evangelizadora que os Maristas desenvolvemos nos diferentes recantos da nossa Pátria.
Ao mesmo tempo, nos aproximamos das fontes da nossa história e espiritualidade e a partir daí aprofundamos o sentido do nosso projeto educativo, o qual, nascido de Marcelino Champagnat, queremos reafirmar e traduzir hoje para a realidade concreta do nosso povo. Nesse sentido, queremos continuar impulsionando uma pedagogia baseada no amor: que privilegia o fraco e respeita a diversidade; que integra fé, cultura e vida; que cultiva em seus alunos e alunas a busca do sentido da vida a partir de uma perspectiva transcendente, cristã e solidária, comprometida na transformação de nosso país; que procura que seus educadores e educadoras vivam um processo permanente de aperfeiçoamento, que os capacite profissional e cristãmente para prestar melhor o serviço de formar ?bons cristãos e virtuosos cidadãos?; que reconhece os pais de família como os primeiros educadores dos filhos e, consequentemente, os anima a assumir sua responsabilidade nesse processo a partir da ótica marista.
Pedimos ao Estado que respeite a liberdade de ensino no país e favoreça quantas iniciativas educativas de qualidade surjam em benefício da população.
Pedimos à Igreja que mantenha sempre abertos os canais do diálogo e que continue defendendo com coragem o direito que lhe assiste de educar dentro dos valores cristãos.
Pedimos à instituição marista que continue partilhando com alegria e esperança o carisma dado por Deus a Marcelino Champagnat.
Pedimos aos educadores e educadoras maristas que cresçam constantemente em seu compromisso e dedicação para oferecer uma educação evangelizadora de qualidade.
Pedimos aos alunos e alunas que assumam com responsabilidade o projeto educativo que lhes é oferecido e possam encarnar em suas pessoas os valores maristas.
Pedimos aos pais de família que se identifiquem cada dia mais com os valores do ideário marista e assuma uma maior co-responsabilidade no acompanhamento de seus filhos.
Finalmente, nesses momentos de incertezas que vive o país, nos comprometemos:
A ver a realidade com os olhos da fé e assumir uma postura de esperança e de confiança em Deus que é quem conduz a história; a ser um instrumento de diálogo, de encontro, de família que ajude a superar a dinâmica da confrontação existente nesse momento histórico; a continuar ?nos reencantando? com nossa vocação de educadores e educadoras maristas, centrando apaixonadamente nossas vidas em Jesus e no seu Evangelho, do jeito de Maria; a continuar educando preferencialmente as crianças e jovens mais necessitados; a oferecer uma educação evangelizadora de qualidade, destacando as dimensões acadêmica, pastoral e de solidariedade; a ser criativos nas respostas educativas a serem dadas aos desafios apresentados pelo mundo novo que nos toca viver.
Dado em Santa Cruz, aos 10 dias do mês de setembro do ano 2006

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