Comunicado do Provincial da Província Brasil Sul-Amazônia sobre as enchentes no Rio Grande do Sul
Porto Alegre, 8 de maio de 2024
“Há um tempo para tudo…” (Ecl 3).
Diz o Eclesiastes que há um tempo para tudo. Nós estamos num tempo de muito sofrimento e de muita mobilização. Avançam os dias, e a realidade continua caótica e devastadora. O Lago Guaíba, que banha Porto Alegre, não consegue escoar a água para a Lagoa dos Patos, que deságua no Oceano Atlântico. Segunda e terça-feira foram dias de sol. Nesta quarta, no entanto, voltou a chuva, especialmente na Zona Sul do Estado, alagando uma região que ainda não tinha sofrido nesta enchente e retardando o escoamento da água. Já são mais de 12 mil pessoas acolhidas em abrigos.
Em nossos ambientes, os dias seguem com muitos voluntários ajudando os desabrigados. Muitos mantimentos chegam, pois os acessos a Porto Alegre são restritos neste momento. A Ceasa, que é a central de abastecimento de alimentos da Capital, encontra-se com mais de dois metros de água e precisou se transferir para um município vizinho, a fim de não deixar a cidade desabastecida. Na segunda, houve a necessidade de evacuar mais dois bairros. Diante da falta de energia elétrica, o sistema de bombeamento do esgoto pluvial parou de funcionar, o que gerou alagamento também nesses locais. Uma grande parcela da cidade está sem água e sem luz, inclusive a nossa Residência Provincial. Como vivemos no 13º andar, resolvemos migrar para outras Comunidades de Porto Alegre e Viamão.
Nossas Unidades continuam muito empenhadas no abrigo de pessoas desalojadas, e mais de mil estão ou já passaram por nossas Unidades. As informações atualizadas podem ser acessadas neste link. Algumas Comunidades de Irmãos também têm acolhido desabrigados. No Cesmar, os Irmãos disponibilizam água potável de um poço próprio, e é impressionante o número de pessoas que acorrem ao local.
Enfim, nunca estive num cenário de guerra, mas imagino que estamos próximos a isso. A todo o momento, passam helicópteros, ambulâncias, bombeiros, pessoas com barcos querendo ajudar. É impressionante o desejo de colaborar para amenizar o sofrimento que essa realidade vem acarretando. Também vemos cenas de ladrões e saqueadores que, neste momento de dor extrema, se aproveitam, roubam, assaltam. Enfim, são as ambivalências e contradições humanas. Mas, graças a Deus, o número de pessoas que se solidarizam e colaboram é muito maior.
Nas nossas Comunidades, todos estão seguros. Quanto aos colaboradores, alguns perderam tudo e outros têm familiares nessa situação. Buscamos ajudar para que cada um possa superar esse momento. Mais uma vez agradeço as orações, as mensagens e a colaboração, que têm vindo de diversas partes do Instituto e ajudam a dar alento.
Que Maria e São Marcelino nos inspirem neste momento, e o Senhor nos dê força e consolo para seguirmos adiante.
Um abraço fraterno,
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Ir. Deivis Alexandre Fischer – Provincial Brasil Sul-Amazônia / Presidente
