“Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35) – Solenidade de Corpus Christi
Por Luis Heckler, coordenador de pastoral do Colégio Marista Rosário – Província Brasil Sul-Amazônia
Jesus nasceu em Belém, que etimologicamente significa “casa do pão”. Pão e vinho também estão presentes nas refeições do povo bíblico, portanto muito comuns na época de Jesus. São fatos significativos, uma vez que Jesus escolhe esses elementos, popularmente conhecidos, para continuar sua presença entre nós, sustendo-nos e fortalecendo-nos na caminhada. Ao oferecer‑se em alimento, Jesus toma a iniciativa para estar junto com cada pessoa. Tal como aconteceu com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-32), Jesus se coloca ao lado e acompanha a caminhada da humanidade. Ele está sempre próximo, basta que o reconheçamos. Sua presença está estampada em cada ser humano e na hóstia consagrada.
As narrativas evangélicas descrevem diversas situações nas quais Jesus sacia os que o acompanham. Para que o Reino de Deus se torne realidade no cotidiano, é necessário comungar com os valores que ele propõe. A multiplicação dos pães (Mc 6, 30 – 44) ressalta a partilha e a solidariedade como meios para superar desigualdades e suprir necessidades. Nessa parábola, Jesus destaca que o milagre da multiplicação acontece na união de esforços, mobilizada por meio de ações humanas. Hoje, em diversas realidades, há muita gente passando por necessidades das mais variadas ordens e a mensagem de Jesus “dai-lhes vós mesmos de comer” continua ecoando e chamando todos para a ação. Como resposta a esse apelo, em muitas Igrejas as procissões de Corpus Christi são ornamentadas por gestos e ações de solidariedade. É nessa comunhão entre oração e ação que se fortalece a unidade entre fé e vida, reconhecendo o ser humano na sua integralidade e identificando passos de uma “Igreja em saída”, conforme nos aponta o Papa Francisco na exortação apostólica Evangelii Gaudium.
São Marcelino Champagnat, fundador da instituição Marista, compreendia a presença de Jesus na eucaristia como vital para o desenvolvimento e crescimento pessoal e comunitário. Elegeu o altar, lugar da consagração, como um de seus espaços prediletos. Como Maristas de Champagnat, comungamos do seu legado e continuamos a missão de tronar Jesus Cristo mais conhecido e amado.