2021-05-17 EAST TIMOR

Se me fosse dada outra vida… novamente seguiria teus passos, Champagnat

Poesia do Ir. Manoel Soares (Timor Leste – Brasil Centro-Norte)

SE ME FOSSE DADA OUTRA VIDA EU NÃO DUVIDARIA,
E NOVAMENTE SEGUIRIA OS TEUS PASSOS, CHAMPAGNAT.

Champagnat, quantas vezes penso sozinho,
E me pergunto se foi Deus, a sorte ou o destino,
Que te fez atravessar por meu caminho,
E num gesto de puro carinho,
Me chamaste para te acompanhar.
E hoje, quando me vejo olhando para trás,
Afinal, são tantos anos, tanto tempo faz,
Me dou conta de como foi bela a caminhada.
E quando havia algum desvio pela estrada,
Como bom pastor, buscavas a ovelha desgarrada,
Cuidavas, corrigias e mostravas por onde recomeçar.
Nenhum outro pai tanto carinho por mim assim teria.
Se me fosse dada outra vida eu não duvidaria,
E novamente seguiria os teus passos Champagnat.

Outras vezes, Champagnat, fico pensando,
Se a minha vocação não foi por acaso um engano,
Se não consegui ser, depois de tantos anos,
Aquele irmão, que segundo os teus planos,
Todos nós deveríamos ser.
E Ponho-me a imaginar o cenário de La Valla,
Aquela casa pequena, os móveis, a mesa tosca,
Tudo cheirando à pobreza; a comida pouca.
Se alguma riqueza havia, além da simplicidade,
Do teu amor e cuidado, era a fraternidade.
A mesa, o pão repartido, o oratório, a oração,
Tudo convergia perfeito para a santificação.
Então, outra vez me pergunto: se ali tivesse vivido,
Com aqueles jovens convivido, que irmão teria sido?
Sendo a resposta impossível, e tendo que aceitar,
Que sou aquilo que eu sou, pois o resto é fantasia…
Se me fosse dada outra vida eu não duvidaria,
E novamente seguiria os teus passos Champagnat.

Champagnat, como tantos outros, espero e confio,
Que nos ajude a enfrentar com coragem o desafio,
De ser como um farol, que brilha na escuridão,
Ao espelhar o teu rosto de amor e compaixão,
Entre os Montagne neste mundo desumano.
Confesso-te, não sem tristeza, que não consegui ainda,
Ser aquela cópia tua, que ama, cuida e anima,
Despertando em cada um o melhor que pode ser.
Eu sei que não é o fim, mas será que vou chegar lá,
No tempo que ainda me resta, a tua santidade imitar?
Mas se eu não conseguir, serei tudo o que podia!
Se me fosse dada outra vida eu não duvidaria,
E novamente seguiria os teus passos Champagnat.

A todos que um belo dia decidiram te seguir,
Tu mostravas o caminho, dizias por onde ir.
E se alguma de tuas regras era difícil de praticar,
Tu mesmo davas o exemplo a quem quisesse imitar.
E muitos foram aqueles, que observando teus preceitos,
Não temendo os desafios de serem homens perfeitos,
Conquistaram o seu prêmio ao final da caminhada.
Mas eu, infelizmente, não tendo a mesma coragem,
Sou apenas um borrão, ao invés de tua imagem.
Mas se alguém por acaso, viesse me perguntar,
Se tudo valeu a pena ou se meu caminho mudaria,
Se me fosse dada outra vida eu não duvidaria,
E novamente seguiria os teus passos Champagnat.

Nada é tão bonito como uma vocação bem vivida!
Assemelha-se à uma árvore sempre verde, florida,
Plantada à beira do riacho.
De frutos sempre abundante, folhagem espessa, verdejante,
Que acolhe e abriga, refrigera, protege, faz descansar.
Assim são as pessoas de coração igual à terra fecunda,
Onde as raízes da graça são firmes, fortes, profundas,
Nenhuma tempestade do mundo é capaz de abalar.
Mas se outros há, que não tendo a vida assim tão bonita,
Não sendo um farol, mas uma vela, cuja chama o vento agita,
O que do Senhor da messe podem eles esperar?
Marcelino, confesso que me sinto um tanto envergonhado,
Por não ter sido a resposta perfeita ao teu belo chamado,
Que fizeste, num gesto amigo, quando me viste passar.
Mas, se fosse possível, te confesso que faria:
Se me fosse dada outra vida eu não duvidaria,
E novamente seguiria os teus passos Champagnat.

Ir. Manoel Soares

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