22 de maio de 2014 QUêNIA

Centro Internacional Marista (MIC), Nairóbi

O Centro Internacional Marista é uma casa Marista de formação que recebe jovens irmãos da África para sua formação pós-noviciado. O Ir. Lawrence Lucius Ndawala (da África do Sul) é o Superior do MIC desde 2011.  Esta entrevista nos dá uma ideia de como é a vida no Centro.

 

Irmão, que sonhos ou expectativas você tinha quando iniciou sua atividade de Superior do MIC?

Eu não tinha sonhos propriamente. No entanto, conhecedor do início modesto do MIC como um de seus primeiros formandos e tendo também servido como Provincial durante seis anos, pensei que já era tempo de participar de alguma forma do MIC. Agradeço a Província que me enviou aqui como uma das contribuições ao MIC.

 

Como o MIC se difere hoje daquele dos primeiros dias?

Há diferenças, embora não seja possível comparar, pois foram tempos diferentes. O início foi muito difícil tanto para os jovens irmãos como para os formadores. Por exemplo, foi preciso esclarecer muita coisa sobre o MIC como centro de formação e isso exigiu paciência da parte dos jovens irmãos. O inglês para alguns formadores foi um obstáculo, embora o centro tivesse sido projetado como bilíngue. O meu orgulho é que, a despeito de tudo isso, conseguimos fazer o MIC começar.

Atualmente o MIC enfrenta os desafios em razão de outro contexto. Uma coisa de que não podemos esquecer é que o MIC foi fundado porque foi pensado para a África, para desenvolver a África, para formar os irmãos para a África e que o MIC é o futuro da África Marista. Tenho certeza de que nada deve nos afastar dessa visão.

 

Br.Quais foram os momentos mais felizes para você no MIC? 

Um dos momentos mais felizes para mim é ver jovens irmãos indo e vindo alegremente demonstrando que conseguiram muitas coisas boas aqui no MIC. Quando vejo jovens irmãos deixando o MIC e expressando sua gratidão e a convicção de que estão prontos para a missão fico orgulhoso em imaginar que de fato realizamos o que os irmãos inicialmente queriam o que o MIC fosse. 

Contudo, a fisionomia da comunidade é única. É muito internacional. O MIC é constituído de uma grande diversidade cultural. Isso é um tesouro para um Instituto como o nosso, mas isso tem um custo. Nossa internacionalidade não é a mesma com algumas congregações. Quero destacar que nada, nada, nada deve substituir nossa fraternidade. Como desejo que os irmãos pudessem descobrir esse grande tesouro!

 

Que mensagem você daria para os irmãos do quarto ano quando se preparam para a prática docente?

Aos irmãos do quarto ano, minha mensagem é de fato uma: espero que, ao assumir sua caminhada, levem consigo o que o Instituto e o MIC pretenderam lhes dar. Como o MIC oferece muito, ninguém pode ter tudo. Isso não é possível, mas há sempre algo que eles podem conseguir. Que levem consigo, entre tantas coisas oferecidas aqui, aquilo que lhes seja útil em sua própria missão. Eu simplesmente desejo o melhor em sua futura missão.

 

Oficinas são parte integral do programa de formação no MIC: qual o segredo por trás disso?.

As oficinas são parte integral do programa de formação. Os frutos podem não ser vistos agora, mas mais tarde, nas Unidades Administrativas, enfrentarão situações da vida real, e então se lembrarão do que aprenderam. Gostaria de encorajar os irmãos a aproveitarem as oficinas oferecidas aqui, pois representarão grandes oportunidades, janelas abertas que não poderão deixar passar. 

 

Irmão, você sempre encoraja os irmãos a se integrarem livremente com todas as pessoas: que valor vê nisso?

Isso é um dos maiores tesouros que temos no MIC para possibilitar que todos se integrem e interajam sem fronteiras. No entanto, isso nem sempre acontece. A tendência é ficar com o que conhecemos, com as pessoas que conhecemos. Minha experiência me ensinou, indo do meu país a outros, a ver muitas coisas boas. A mente se liberta e muitas crenças que carrego comigo são meros mitos. Afinal aprendemos a verdade de que é possível trabalhar em qualquer lugar com qualquer pessoa. O melhor é romper com qualquer preconceito e descobrir novas e mais profundas. Olhar para o mundo atual que se tornou uma aldeia global. Como eu desejo que meus irmãos venham a entender que é necessário se misturar com os outros para nosso próprio benefício.

 

Que sonhos, desejos ou desafios você prevê em sua posição como Superior?

O apostolado de um superior apresenta seus próprios desafios. Exige paciência e coragem para seguir em frente. Facilmente você pode se isolar. ~E preciso uma mente intuitiva para perceber isso. A tarefa do Superior pode ser muito exigente e especial com enfrentamentos que exigem que se trabalhe além do tempo normal.  O que ajuda é a capacidade de entender que é eu preciso ir até o final da minha obrigação para então descansar.

 

Qual sua opinião sobre a formação dos Jovens Irmãos?

A formação agora é muito mais integrada e adaptada às necessidades específicas como Províncias. Há uma bela formação aqui e, portanto, se alguém que vive neste lugar me disser “perdi meu tempo”, eu hesitaria bastante em aceitar isso.

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Boletim do MIC– Abril de 2014

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