Carta a Marcelino

Pe. François-Xavier Koenig

1835-09-07

O Pe. Koenig, pároco de Genas, escreveu ao Pe. Champagnat no mesmo dia em que o fez o prefeito sr. Quantin (ver a Carta nº 73). Comunica os acertos feitos com o Conselho Municipal, para garantir o pagamento dos Irmãos. Este sacerdote recepcionou os Irmãos de forma muito bela, dando-lhes apoio, conforme se lê nos quatro últimos parágrafos da carta do Irmão Paul, diretor da escola de Genas (Ver a Carta nº 149). Sacerdote zeloso, o Pe. Koenig foi transferido para outra paróquia já no final daquele ano de 1835, isto é, um mês apenas depois da chegada dos Irmãos. Talvez porque previa isso, pediu o auxílio do Pe. Menaide, da paróquia de Saint-Nizier, em Lião, para se relacionar com o Pe. Champagnat (Carta n° 71).

Genas, (Isère), por Lião, 7 de setembro de 1835.

Véspera da festa da Natividade de Nossa Senhora.

Senhor:

Acabo de encontrar-me com o prefeito da minha paróquia. Leu-me a carta que vos dirige, após a morosa decisão da comuna.

Durante muito tempo encontramos oposição, pouco numerosa, é verdade, mas muito forte. Depois de mais de um ano de luta, enfim a vitória nos sorriu; entretanto ela se tornará inútil e até prejudicial, se não tiverdes a grande bondade de tomar a peito os nossos projetos em favor da melhora dos costumes. Após esta decisão, se nos forem negados dois Irmãos, a oposição não deixará de mandar vir de Grenoble um professor leigo e, por muito tempo, ficarão frustradas as nossas esperanças.

Peço-vos, senhor, vinde ao encontro da feliz expectativa que tomou conta de quase toda a população de Genas e que não se pode impedir que se comunique às paróquias vizinhas. Não tenho a menor dúvida de que dois Irmãos da vossa escolha confirmarão o grande conceito que, em todas as ocasiões, temos manifestado. Não tenhais receio quanto ao pagamento. O sr. prefeito e eu nos responsabilizaremos por isto. Diversas pessoas ricas apressaram-se em oferecer contribuições. Além disso, a paróquia é grande e poderá oferecer bom número de alunos.

Tenho certa vergonha de dizer tudo isso, como se o vosso zelo em prol da religião tivesse necessidade de ser estimulado. Per- doai-me o temor que sinto de que o nosso pro- jeto, que por tantos anos foi rejeitado, não ve- nha agora a naufragar, quando estamos já à vista do porto.

Esquecia-me de dizer-vos que o sr. bispo de Grenoble, encantado com os nossos esforços, concorda plenamente com a escolha que fazemos dos vossos Irmãos.

Apreciai, pois, senhor, esses motivos verdadeiros e importantes e considerai-me o vosso muito humilde servidor, FRANÇOIS XAVIER KOENIG, pároco.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.18

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