Carta a Marcelino

Sr. Louis-François Dorrielle

1835-10-05

Desde 1830, o sr. Louis François Dorrielle, médico de profissão, era prefeito de Pélussin. Para sanar a deficiência do ensino municipal, aliou-se aos propósitos do pároco Pe. Vial, solicitando ao Pe. Champagnat uma comunidade de Irmãos Maristas. A sua carta vai na mesma linha daquela escrita pelo pároco, um mês antes (ver a Carta n° 69). No início do texto há referência ao Pe. Décultieux, um dos coadjutores. Aquele sacerdote era amigo do Pe. Champagnat; tinha enviado alguns candidatos para o noviciado e até se oferecera para ajudá-lo, em l?Hermitage. O Pe. Champagnat pensava em atraí-lo para a Sociedade de Maria. Em carta a D. Gaston de Pins, o Fundador referia que o Pe. Décultieux ?reunia todas as qualidades? para atuar em l?Hermitage (ver Lettres, doc. 56).

Pélussin, 5 de outubro de 1835.

Senhor:

O pároco de Pélussin e o Pe. Décultieux, um dos seus vigários, acabam de me informar que tendes a intenção de enviar alguns Irmãos para a nossa comuna, a fim de se dedicarem ao ensino. Essa notícia causou-me alegria, tanto mais que eu ia ocupar-me ativamente com o estado do ensino primário, o qual está muito deficiente aqui.

Hei de favorecer tanto quanto puder a escola projetada, desde que nos envieis, como espero, elementos capazes de igualar, pelo menos em saber, aos professores que perdemos.

Se puderdes dispor de um Irmão capaz de ensinar o desenho linear e a geometria elementar, fareis algo que muito me alegrará e que será de muita utilidade para esta comuna, onde há muitos trabalhadores. De acordo com as coisas boas que o pároco e o seu vigário me disseram a respeito da vossa Instituição, não hesito em pedir-vos, senhor, que nos envieis logo Irmãos dignos da importância da capital do cantão, à frente da qual tenho a honra de estar.

Apraz-me a consideração de ser, sr. Superior, o vosso muito humilde servidor DORRIELLE, prefeito e conselheiro regional.

P.S. Quando tiverdes instalado os Irmãos, empenharei o conselho municipal, para que lhes destine certa soma do orçamento.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.17

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