Carta a Marcelino

Pe. Jean-Baptiste Sallanon

1839-05-09

Para obter a presença dos Irmãos Maristas na sua paróquia de Craponne, diocese de Puy, o Pe. Jean-Baptiste Sallanon viajara duas vezes a l?Hermitage, em 1838, e tinha conseguido o apoio do bispo D. Louis de Bonald, que expediu duas cartas ao Pe. Champagnat (Cartas nº 155 e 157). O Fundador estava assediado por tantos pedidos, que precisou catalogá-los em ordem de chegada, para atendê-los à medida que podia dispor de novos Irmãos. Assim, apesar de toda a insistência, Craponne teve de esperar. Esta carta do Pe. Sallanon, escrita um ano depois daquelas do seu bispo, é a repetição dos pedidos anteriores. Durante essa fase de negociação, o Fundador escreveu duas vezes ao Pe. Sallanon: primeiro enviando as condições e exigências para o estabelecimento de uma escola marista: a casa, a mobília, o salário dos Irmãos e a taxa de fundação; depois, numa segunda carta, ao saber que o Pe. Sallanon obtivera que a futura escola fosse municipal e não só paroquial, pediu-lhe o contrato escrito do Conselho Municipal (Lettres, doc. 271 e 290). Os Irmãos abriram a escola em novembro de 1839.

Craponne, 9 de maio de 1839.

Senhor:

O nosso bispo me fez saber que ele vos havia escrito, para vos renovar o pedido que vos fizera de um estabelecimento dos vossos Irmãos em Craponne, o que me levou a realizar duas viagens à vossa casa de lHermitage. Como Sua Excelência foi a Roma e que a viagem durará perto de três meses, não pude nem poderei conhecer a vossa resposta à sua carta senão em época demasiado distante, para ocupar-me em seguida do que será necessário e conveniente para a prosperidade do estabelecimento.

Por isso rogo-vos queirais dizer-me se posso contar com segurança que os vossos Irmãos cheguem para a entrada das aulas, depois das próximas férias. Já estou contando com isto, pois que despedi, segundo a lei, o professor que ocupa a casa, para que esteja absolutamente livre em fins de agosto próximo. Tenho confiança de que não haverá impossibilidade, este ano, como no ano passado, de nos dardes Irmãos, e eles terão sucesso. Podeis contar com a minha dedicação integral para essa boa e excelente obra. Não recuarei diante de nenhum sacrifício possível. Podeis apreciar facilmente o ardor do meu anseio pelo vosso estabelecimento em Craponne. Se o meu bispo não vos houvesse feito essa petição, eu vo-la teria renovado muitas vezes. Teria querido a sua execução o ano passado; só desistirei ante a impossibilidade em que me provardes estar.

Muito desejaria que viésseis ver o local, para que me désseis a conhecer as diferentes reformas que importa efetuar, para tornar a casa apta aos vossos usos. Poderia ocupar-me dessas reformas na primavera, e tudo ficaria pronto e apropriado para a entrada das aulas.

No aguardo de resposta favorável, tenho a honra de ser, com respeito, senhor, o vosso muito humilde e por inteiro dedicado servidor, SALLANON, pároco.

P.S. Se virdes o pároco de Nossa Senhora, em St. Chamond, rogo-vos queirais transmitir-lhe a minha recordação com a segurança do meu respeito e vivo reconhecimento.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.66

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