Carta a Marcelino

Pe. Augustin Revol

1839-10-06

As localidades de Bougé e Chambalud constituíam uma só paróquia, na diocese de Grenoble. O pároco era o jovem sacerdote Pe. Augustin Revol. Quando pensou em estabelecer a escola para os meninos, recorreu ao Pe. Champagnat. Ao mesmo tempo bateu à porta de uma benfeitora, mademoiselle Esther, que lhe prometeu ajuda financeira. No começo de 1839 ele esteve em l?Hermitage, onde obteve a promessa do envio de Irmãos, se todas as condições fossem cumpridas. O bispo D. Philibert de Bruillard havia apoiado o seu pedido (Carta nº 163). No mês de maio o Pe. Revol recebeu confirmação do Pe. Champagnat de que mantinha a promessa, mas informava que seria difícil atendê-lo naquele ano. Três cartas foram trocadas entre o Pe. Revol e o Pe. Champagnat, tratando da abertura da escola. Nesta sua primeira carta o Pe. Revol comunica o falecimento precoce da benfeitora; felizmente ela havia assinado testamento com cláusula de doação em favor do futuro estabelecimento. O Pe. Revol faz os seus cálculos, preocupado em conseguir o total que deverá pagar. Apesar das dificuldades financeiras que enfrentava, insistiu em que os Irmãos assumissem a escola ainda naquele ano. Ver a continuação desse tema nas Cartas nº 193 e 195.

Bougé, 6 de outubro de 1839.

Senhor:

Tivemos a desgraça de perder a fundadora da nossa casa. No momento em que tivestes a bondade de escrever-me, ela contava fornecer a mobília dos dois Irmãos. Chegara mesmo a comprar alguns objetos, que a sua mãe guarda. Antes de morrer, encarregou-a de doar mil francos para dito fim, como consta do prospecto.

Rogo-vos dizer-me se os dois Irmãos, que tereis a complacência de enviar-nos, comprarão eles próprios a mobília e, nesse caso, no compasso de espera, emprestar-lhes-ei o necessário lá onde os alojar ou, se necessário, comprarei os objetos mais indispensáveis, como camas, roupa e mesas. Ater-me-ei à vossa decisão.

Mas o que me embaraça um pouco são os oitocentos francos de fundação para a casa-mãe, conforme consta no prospecto. A fundadora a isto não proveu. Falei à mãe dela, que não está propensa a concedê-los. Desejamos ficar dispensados ou lograr desconto, se possível. Espero, senhor, que os incidentes não constituirão obstáculo à promessa, que tivestes a bondade de formular, de nos enviar dois Irmãos para o mês de novembro vindouro.

Tende a complacência de comunicar-me a vossa resolução sobre as dificuldades sobrevindas e aceitar as homenagens daquele que tem a honra de ser, senhor, o vosso muito dedicado servidor REVOL, padre.

P.S. Desejaria receber quanto antes a vossa obsequiosa resposta.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.68

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