Desde outubro de 1837, o Pe. Mathias Debelay solicitava uma comunidade de Irmãos em Nantua, para assumirem a direção da escola local. Sabedor de que o Pe. Champagnat dava muita atenção ao apoio provindo dos bispos, ele conseguiu que D. Alexandre Devie, bispo de Belley, escrevesse duas vezes ao Fundador para corroborar o seu pedido (Cartas nº 133 e 175). Pressionado por solicitações sempre mais numerosas e não podendo contar com Irmãos suficientemente preparados e na quantidade desejada, o Pe. Champagnat procurava protelar o prazo do atendimento, inscrevendo os pedidos conforme a ordem de chegada. Nantua entrou com o seu pedido em outubro de 1837 e recebeu os Irmãos em novembro de 1840, quando o Fundador já tinha falecido.

Nantua, 22 de abril de 1840.

Senhor:

Não esquecestes nem a minha correspondência de três anos, nem a entrevista que tive a honra de ter convosco no último ano em Lião; quanto a mim, conservei preciosamente a lembrança das promessas positivas que me fizestes de me fornecer alguns dos vossos Irmãos no correr deste ano.

Tomei as minhas precauções em conseqüência disto. Possuo uma casa; tenho os fundos necessários para a aquisição da mobília; faremos o pagamento integral dos Irmãos sem nada cobrar dos alunos. Além disso, o subprefeito departamental concorda com os nossos planos; o professor comunal, vendo o estado deplorável da sua escola, decidiu demitir-se; mas as coisas não estariam assim, do modo como as descrevi, se eu não tivesse tomado os meios. Espero, portanto, senhor, a vossa resposta categórica que me fixará a época em que Nantua possuirá os vossos excelentes Irmãos.

Tenho a honra de ser, com a mais respeitosa consideração, senhor, o vosso muito humilde e muito obediente servidor, cônego DEBELAY, pároco.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.78