Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1836-04-11

A Sociedade de Maria, ramo dos padres, foi aprovada oficialmente por Roma no dia 11 de março de 1836. Nesta carta, escrita um mês depois, o Pe. Colin relata ao Pe. Champagnat o feliz acontecimento. Podemos imaginar o acúmulo de trabalhos que deve ter tido o Pe. Colin com a parte burocrática, com a organização do primeiro grupo de missionários para a Oceânia, exigência imediata de Roma etc, preocupações que explicam o atraso na comunicação de tão boa notícia. Como adendo, o Pe. Colin fala de um dos seus manos, ancião, necessitado e vivendo só; projeta colocá-lo com o grupo dos pobres e idosos que o Pe. Champagnat acolhia em l?Hermitage.

Belley, 11 de abril de 1836.

Meu caríssimo confrade:

Lamento não vos ter dado antes as felizes novas de Roma. Em 11 de março último, o projeto da Sociedade dos padres foi aprovado pela Congregação dos Bispos e Regulares e, no mesmo dia, Sua Santidade decretum Sacrae Congregationis benigne approbavit et litteras apostolicas in forma brevi expedire jussit.

É o que me indicam as seis cartas recebidas de Roma, duas delas dos cardeais Castracane e Sala. De tão ocupado, não vos dei antes estas felizes novas.

Porfiai em que se façam orações de ação de graças e comunicai-vos com o Pe. Terraillon, que amo apesar de tudo. Tende o cuidado de selecionar os Irmãos que podereis oferecer para a Polinésia; devem ser bons candidatos, de virtude acrisolada, de suficiente formação religiosa e afeitos aos trabalhos de toda a ordem. Creio que a partida ocorrerá antes do que imaginamos; por isso tende-os prontos.

Folgo em saber que vos ocupais com a redação da Regra, o que me causa grande prazer; mas lamento que não hajais aproveitado da estada do Pe. Depéry em Paris , para lograr a aprovação dos vossos Irmãos; a ocasião parecia-me favorável.

Inscrevemos as missas, que tivestes a fineza de proporcionar-nos, pelo montante de 800 francos. Recebei os meus mui sinceros agradecimentos. Os nossos padres, ocupados com as missões, ainda estão fora; os outros confrades e os Irmãos mandam-vos mil respeitosas e afetuosas saudações. Pretendo ir a Lião no começo de maio; folgarei em ver-vos por lá.

Não tenho tempo de reler a minha carta. Adeus; abraço-vos de todo o coração; sou, com amizade a mais cordial, o vosso muito humilde e muito obediente servidor COLIN, superior.

P.S. Tinha-vos falado de um dos meus irmãos que desejaria que morresse em lHermitage; poderíeis recebê-lo; é pela sua salvação que desejo colocá-lo aí; tem 55 anos. Viveria junto com os vossos velhos arrendatários e à sua custa.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: 122.15

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