Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1837-03-01

A situação do Pe. Douillet em Côte Saint-André era atípica: por um lado, estimava e favorecia os Irmãos; por outro, não lhes dava suficiente independência, tema longamente tratado entre o Irmão Louis-Marie e o Pe. Champagnat, conforme referimos anteriormente (Cartas n° 106 e 109). De modo especial a questão do contrato particular que ele pretendia do Instituto chegou ao conhecimento do Pe. Colin, talvez por comunicação do próprio Pe. Champagnat. Esse texto do Pe. Colin, aconselha o Fundador a acomodar-se às exigências do Pe. Douillet, na esperança de que o fluir do tempo traga melhores entendimentos.

Belley, 1° de março de 1837.

Senhor superior:

A sobrecarga de trabalho, por causa da gripe de mais de oitenta dos nossos seminaristas, fez com que diferisse a resposta à vossa última carta.

Mandei dizer-vos, por intermédio de um confrade, que não fôsseis precipitado em relação ao Pe. Douillet e ouso reiterar o pedido; o rompimento aberto prejudicará toda a Sociedade na diocese de Grenoble, onde as imprudências do Pe. Courveille são ainda recentes. Lembrai-vos de que o espírito de Deus é suave e de que o tempo, muita vez, nos obtém o que primeiro não esperávamos lograr. Contentemo-nos, pois, em rezar até nova ordem; quando nos virmos pela Páscoa, tomaremos juntos as medidas de prudência que Deus nos sugerir.

Sinto cada vez mais a necessidade da união na nossa empresa e também muito me ocupo em chegar a essa unidade; caso contrário, os diversos ramos da Sociedade prejudicarão uns aos outros. Ocorre, com freqüência, que não vemos nenhum inconveniente lá onde os superiores vêem diversos; vejo isto todos os dias; na vossa demanda com o Pe. Douillet, se a coisa não fosse, pela sua natureza, nociva à Sociedade dos padres, ter-me-ia abstido de vos dar a minha opinião por razões que vos exporei mais tarde.

Tenho a honra de ser, com respeito, o vosso muito humilde e muito obediente servidor, COLIN, sup.

P.S. Penso transmitir em carta ao Pe. Terraillon os meus sentimentos relativamente às nossas disposições para com os Irmãos Maristas.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 122.28

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