7 de setembro de 2005 SRI LANKA

O bispo Frank Marcus saúda a VII Conferência geral

A manhã das batinas brancas
<267.jpg alt=VII Conferência Geral - 05 de setembro >Hoje, dia de abertura. A manhã das batinas brancas. Sim, os participantes da Conferência encontraram-se no hall de entrada às 9:00 da manhã, vestidos em traje formal para acolher as autoridades. Um bom número de irmãos do Sri Lanka usava uma bela batina branca. Não somente eles, visto que tal uso lhes é comum, mas também irmãos de muitos outros países. Estava também presente um grupo de crianças do Colégio Stella Maris, em traje de gala, como acontece ser nos dias de festa. O Colégio não é misto. Suas professoras sempre atentas aos menores detalhes para que tudo saísse perfeito. As crianças traziam em suas mãos folhas de bétele para os irmãos.

A chegada do Bispo Frank Marcus foi pontual. É um antigo aluno do Colégio Stella Maris. Por isso os irmãos do Sri Lanka quiseram que ele estivesse presente ao início das jornadas de trabalho. Os irmãos que trabalham neste país também estavam presentes. Terminada a acolhida ao Bispo, vários professores e professoras com seus alunos tocaram os corações de todos os presentes quando cada irmão foi acolhido por um menino que o conduziu pela mão até a porta da casa. Os pequenos presentearam os irmãos com folhas de bétele, numa profunda reverência diante de cada um deles, com os joelhos em terra. Tradição ancestral entre as pessoas que acolhedoras, alegres e amigas.

Boas-vindas com sabor de casa
Soa o ?hakgediya?, um caracol do mar, com o qual se convoca ao canto e à dança para se presentear os visitantes. Um grupo de músicos e dançarinos, com adornos próprios de suas festas, acompanhou a todos os participantes até a porta da casa.
Na sala de reuniões foram acesas as mechas do candelabro que tem acima o galo, repetindo-se o gesto milenar, o mesmo que fizeram durante a chegada do irmão Seán Sammon, no primeiro dia.

Em seguida, o irmão Michael De Waas deu as boas-vindas a todos os irmãos ao Sri Lanka e à Conferência. Destacou, em primeiro lugar, a história do país, onde os irmãos realizam seu trabalho missionário. Agradeceu a ajuda recebida do Instituto para aliviar as conseqüências do tsunami. Fez uma descrição dos atrativos desse país e convidou os visitantes a desfrutarem de suas paisagens e da acolhida de sua gente. Agradeceu ao Conselho geral por haver escolhido o Sri Lanka para representar a Ásia.

Na cor açafrão
Uma procissão foi organizada saindo da sala de conferências em direção à capela, conduzindo as imagens de Maria e Marcelino. Em seguida foi celebrada a missa, no estilo local, acompanhada por músicos e vozes dos alunos do Colégio Stella Maris. O destaque foi o uso das vestimentas litúrgicas, suas cores e simbologia.
Vestes de cor açafrão, cor tradicional do religioso na Ásia meridional.

Paramentos de cerimônia:
A flor de loto: É a flor mais apreciada durante as ceremônias religiosas da ilha.
O loto azul ?Nil Manel? : flor nacional
Naa: árvore nacional
Flor de Arriconut: a paz, a tranquilidade
Flor de nozes de coco: a prosperidade

No início da missa, dois jovens trazendo o fogo aceso e queimando madeiras aromáticas, se aproximaram dos irmãos Luis Garcia Sobrado e Seán Sammon para colocar em suas frontes o ?potu?, costume proveniente da Índia, um sinal de cor de açafrão, que simboliza a acolhida de uma pessoa.

<267a.jpg alt=VII Conferência Geral - 05 de setembro hspace=5 vspace=5 align=right>O bispo, em sua homilia, destacou seu vínculo pessoal com os irmãos desde quando era menino até se tornar sacerdote. Recordou como no primeiro dia que chegou ao colégio, como sacerdote, e o irmão diretor o acompanhou por todas as salas e o apresentava aos alunos: ?Quem quer ser como ele??. Disse também que os irmãos sempre favoreceram as vocações sacerdotais. Em seguida lembrou a necessidade de promover mais a vocação marista, destacando, porém, que essa vocação nem sempre foi bem compreendida. A vocação de irmão tem sentido em si mesma e dentro da Igreja. Destacou algumas dificuldades que existem para salvar a Igreja na Ásia, e concluiu desejando o melhor para a Conferência.

Intercâmbio sobre as visitas à Ásia. Luzes e sombras
O planejamento das duas primeiras semanas foi baseado nos seguintes princípios: que haja tempo suficiente para situar-se nesse novo contexto cultural (Ásia, Sri Lanka) e que os irmãos possam começar partilhando, o quanto antes, suas experiências. Está claro que não viemos ao Sri Lanka exclusivamente para escutar as apresentações e exposições do Conselho geral, senão para oferecer contribuições significativas a partir da experiência pessoal e como dirigentes do Instituto.
Com essa finalidade, pela tarde, foi realizada uma das duas sessões previstas sobre as visitas que os irmãos fizeram aos diversos países. O objetivo é conseguir que os irmãos se ponham a conversar entre eles e a trocar experiências, impressões, etc., centrando a atenção sobre a Ásia e levantar perguntas e questões para serem apresentadas à Assembléia durante um Painel nas sessões posteriores.

Os irmãos foram divididos em seis grupos. Algumas das contribuições que foram se destacando são as seguintes: ?o estilo de vida dos irmãos por sua austeridade e simplicidade de vida? e o ?sentido de comunhão e integração entre povos de diversas culturas e religiões?. O ?tratamento tão humano e nobre? que receberam durante suas visitas. Visitaram países tão distantes como Filipinas, Paquistão, Índia, Sri Lanka, Coréia, Camboja, Japão ou China.

?Há muita juventude e muita vida?, disse um outro grupo, porém, ?a presença marista é muito pequena neste imenso continente?. Entretanto, ?na Ásia continua atual o sonho de São Marcelino? em relação aos milhões de jovens e crianças que necessitam de educação.

Os meios de comunicação e a sede de poder por parte de muitas organizações internacionais ?estão minando os valores culturais e religiosos?, sobretudo entre os jovens.

Face às religiões majoritárias e às tradições multisseculares da Ásia, ?a missão é um desafio para os irmãos asiáticos e também para o Instituto?. Há um testemunho que diz que ?a comunidade religiosa é chamada a ser presença para as comunidades cristãs?.

Duas pequenas histórias
Conta-se que em uma dessas reuniões, o irmão que visitou a China relatou: Impressionou-me estar com o irmão que este várias vezes na prisão por haver evangelizado?.

E em outro momento, fez esta observação. Na visita à China não podíamos nos comunicar senão através de gestos, pois os irmãos mais idosos não falam inglês. Porém todos participamos quando se entoou o canto da ?Salve Regina?.

O espírito de família durante a jornada
Toda a comunidade celebrou com alegria o aniversário do irmão Lawrence Ndawala, Provincial da África Austral. À noite, a comissão de animação preparou-lhe uma pequena festa.

Ajudas da página web
Na área da página web champagnat.org dedicada à Conferencia geral, foram incluídas as orações que serão usadas cada dia do encontro. O folheto preparado para cada dia reúne textos das orações nas quatro línguas do Instituto. Os irmãos ou comunidades que desejem, poderão encontrar aí a ocasião de unir-se aos irmãos que participam diretamente da Conferência.

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