26 de setembro de 2005 SRI LANKA

Os leigos maristas: quem são eles?

A Comissão do Laicato
<294.jpg alt=Sri Lanka ? 23/09/2005 hspace=5 vspace=5 align=right>Os leigos maristas estiveram no centro das reflexões do dia de hoje. A Comissão do Laicato, coordenada pelo irmão Pedro Herreros, além dos irmãos Emili Turú, Antonio Ramalho e Michael Fanigan (secretário), dinamizou a reflexão, a partir daquelas enviadas pelas Províncias e Distritos.
Mas, desde as primeiras horas da manhã, neste pequeno mar da Conferência, onde se movem as idéias entre as ondas lingüísticas dos quatro idiomas oficiais, além de outros que se ouvem ao redor, durante a missa soavam alguns ritmos africanos: Mtakatifu Mtakatifu Mtakatifu Bwana! Era o irmão Téoneste Kalisa dirigindo o coro comunitário. E todos o acompanhavam, graças ao ritmo cativante.

Os objetivos
Tomar consciência do caminho percorrido pelo Instituto no campo da missão compartilhada com os leigos. Refletir sobre o que tem ajudado as Unidades Administrativas nesse caminhar. Partilhar as propostas do Conselho Geral através dessa Comissão. Oferecer um espaço para que cada Provincial ou Superior de Distrito possa projetar estratégias adequadas para a realidade da sua própria Unidade Administrativa.

Dinâmica de trabalho
Foi apresentada a metodologia de trabalhos para a manhã, a qual seria dividida em duas partes. Na primeira, os irmãos tratariam de responder a duas perguntas: Onde estamos como Província, como região, como Instituto? E para onde queremos ir?
No segundo momento, seriam apresentadas as informações colhidas através do questionário enviado às Províncias e Distritos, agrupadas em cinco áreas: Programas de Formação, Movimento Champagnat, Participação dos Leigos, Pertença e Vinculação, Identidade leiga marista.

Programas de formação
Segundo o coordenador da Comissão, em 74% das Unidades Administrativas existem programas de formação de diferentes tipos e níveis. São 81 programas diferentes para a formação dos leigos, muitos deles para irmãos e leigos, cujos responsáveis são equipes formadas também por irmãos e leigos. Desses programas, 60 estão destinados à educação marista; outros são para as Fraternidades, colaboradores, auxiliares, antigos alunos etc. Os conteúdos selecionados para estudo dentro desses programas são: missão, solidariedade, espiritualidade e missão, como também crescimento pessoal, oração etc. A maioria deles está destinada a oferecer conteúdos, e alguns têm o objetivo de vivenciar experiências. A participação, na maioria dos casos, é livre, mesmo que em algumas fases ela seja obrigatória. A duração também é variável, ou seja, pode durar um final de semana, ou dois anos.

O Movimento Champagnat da Família Marista
Em sua intervenção, o irmão Pedro Herreros considera o Movimento Champagnat da Família Marista como uma atividade dirigida fundamentalmente aos adultos. Portanto, aqui não são considerados os movimentos juvenis. O número de irmãos e leigos que animam a obra marista no mundo chega a quase 50.000 e tem uma influência direta sobre umas 500.000 pessoas. Nesse contexto vivem 257 fraternidades, porém, com distribuição muito desigual nas diferentes regiões do mundo marista. Os 75% dessas Fraternidades encontram-se na América e 19%, na Europa. Na África, Ásia e Oceania elas estão apenas iniciando, mesmo que haja outros tipos de grupos.
O tipo de apoio que recebem das Províncias também é desigual. Enquanto em algumas Províncias existe uma equipe que acompanha o irmão assessor, em outras estruturas isso não existe. Dez Unidades Administrativas publicam algum tipo de boletim como instrumento de informação e que serve de comunicação e fortalecimento entre os membros. Entretanto, apenas duas Províncias trabalham de maneira coordenada entre si. As atividades realizadas pelas Fraternidades são a oração, a solidariedade, a educação marista e a evangelização.

Participação dos leigos
Existe uma grande diversidade de situações no Instituto sobre as maneiras de participação dos leigos em postos de decisão e governo provincial. Existem presenças na direção geral, nas equipes e comissões provinciais, nas assembléias e capítulos provinciais, voluntariado, colaboradores etc. Há também alguns leigos vivendo em comunidade com os irmãos durante um certo tempo.

Interesse pela participação dos leigos
O interesse que demonstram os irmãos sobre a participação dos leigos nas obras maristas é generalizado em todas as Unidades Administrativas.

Participação e vinculação
A vinculação ao Instituto ou ao carisma marista também não tem tampouco expressões coincidentes. Em vários lugares estão buscando novas formas de vinculação, porém não está claro o que há de determinar o tipo de vinculação, o alcance e a duração da mesma. Em algumas Províncias teve início certo tipo de vinculação com a permissão do irmão Provincial.

Identidade
O texto do Capítulo Geral utiliza a expressão ?leigo marista?. Porém, o que significa leigo marista? Em 19 Unidades Administrativas se faz um esforço para clarificar a identidade através de escritos, encontros, diálogo etc. E em outras 12, acredita-se que é urgente chegar a uma definição desses conceitos.
Concluída essa intervenção, o irmão Michel Flanigan apresentou algumas idéias gerais sobre esses temas. Afirmou que no Instituto existe um grande vigor em relação ao trabalho com os leigos, como também uma grande diversidade. Nos Conselhos gerais ampliados tem havido reflexão sobre a identidade e a participação dos leigos. No entanto, percebe-se ainda, em alguns irmãos, uma certa desconfiança sobre o engajamento dos mesmos. Para finalizar, os irmãos reuniram-se em grupos, por regiões, para analisarem juntos o que está ajudando ou dificultando o avanço dos trabalhos nessa área.

Centrando a atenção sobre a identidade dos leigos
A segunda parte dos trabalhos da manhã foi dedicada a refletir sobre os passos que dará a Província ou o Distrito. O mais destacado foi o interesse demonstrado pela formação dos leigos e a co-responsabilidade na missão. Porém, o tema que mais suscitou intervenções foi a identidade dos leigos. Quem são essas pessoas que chamamos de leigos maristas? Quem pode tornar-se leigo marista?
O vigésimo Capítulo Geral deu um conceito bastante amplo sobre o que é um leigo marista, o qual não deixa de ser ambíguo. Pode ser entendido como um caminho no qual se começa a andar em um determinado momento e, pouco a pouco, se vão formulando compromissos na medida em que avança. O irmão Charles Howard publicou o documento sobre a identidade do Movimento da Família Marista, faz vinte anos, e depois disso nenhum outro documento foi escrito sobre os leigos.
Os irmãos da Comissão do Laicato têm na agenda a preparação de um documento sobre a vocação do leigo marista. Diz-se que é necessário reconhecer a identidade do leigo marista; porém, quem a reconhece?
Outra intervenção destacou que o XX Capítulo Geral afirmou que os leigos eram o novo rosto do carisma. E existem leigos que estão assumindo isso a sério. Existem leigos que fazem o questionamento: ?o que tenho que dar e o que me dá o Instituto marista?? E, também: ?O que é um leigo marista e como posso ser um deles?? É necessário levar muito a sério o novo que está surgindo e fomentar a esperança para o futuro.

Encontro de oração inter-religiosa
O encontro de oração foi presidido pelo padre Hayalah Balagalla, dominicano, o Venerável Madanpagama Assaji Thero, de confissão budista, o Reverendo K. Kukeswara Kurukkal, hinduísta e o irmão Mohamed Shereef De Alwis, islâmico.
<294a.jpg alt=Sri Lanka ? 23/09/2005 >O irmão Joseph Peiris, Superior da comunidade do Maris Stella College, para ambientar o encontro, fez uma descrição da pluralidade religiosa do Sri Lanka, mediante uma projeção titulada ?Uma verdade, muitos caminhos?, realizada pela Comissão de pastoral vocacional da Província. Destacou que a reflexão que os irmãos estão fazendo sobre a vitalidade do Instituto, durante esses dias, ?demonstra que dão muita atenção à espiritualidade interior dos seus irmãos?. E concluiu convidando o ?Instituto, dedicado à educação?, a fazer um esforço para dialogar com as religiões da Ásia, uma vez que a educação ?é o melhor meio para esse tipo de apostolado. E que a VII Conferência ilumine especialmente os irmãos maristas que trabalham na Ásia, para que façam um esforço de qualidade para continuar este diálogo tão necessário com outros crentes?.
Em seguida, foi feita uma oração pela paz dentro do rito budista, cantando glória ao Senhor Buda e aos seus sagrados ensinamentos, porque ele é o iluminado. O rito hinduísta recitou os ?mantras?, invocando os deuses. O culto islâmico proclamou um texto tirado do sagrado Alcorão. E, finalmente, os católicos presentes entoaram um canto religioso típico do Sri Lanka.
O irmão Seán Sammon agradeceu a presença dos respeitáveis visitantes, presenteando-os com um medalhão da canonização de Champagnat. Concluiu dizendo que a religião, que tantas vezes motivou a guerra, hoje nos reuniu diante de Deus para pedir-lhe a paz para todos.

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