Decreto sobre o martírio do Irmão Laurentino, Virgilio e outros 44 irmãos

21/12/2006

Igreja contará com 4 novos santos e 78 novos beatos

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A Igreja Católica proclamará 4 novos santos e 78 novos beatos. Assim decidiu Bento XVI ao autorizar neste sábado, em uma audiência privada concedida ao cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, a promulgação de decretos de reconhecimento de milagres ou de martírio.

Os quatro futuros santos são:
– Beato Szymon de Lipnica, polonês, sacerdote da Ordem dos Frades menores (1439-1482).
– Beato Antonio de Santa Ana (Antonio Galvão de França), brasileiro, sacerdote da Ordem dos Frades menores Alcantarinos ou Descalços e fundador do Mosteiro das Religiosas Concepcionistas (1739-1822).
– Beato Carlo de Santo André (Johannes Andréas Houben), holandês, sacerdote da Congregação dos Passionistas de Nosso Senhor Jesus Cristo (1821-1893).
– Beata Maria Eugenia de Jesus (Anne-Augênie Milleret de Brou), francesa, fundadora do Instituto das Religiosas da Assunção da Virgem Maria (1817-1898).

O Papa também permitiu a publicação de decretos de reconhecimento de milagres atribuídos à intercessão de quatro servos de Deus, abrindo-se assim para eles as portas da beatificação.
Trata-se de:
– Dom Carlo Liviero, italiano, bispo de Città di Castello e fundador da Congregação das Pequenas Servas do Sagrado Coração (1866-1932).
– Stanislao de Jesus Maria (Jana Papczynski), sacerdote e fundador da Congregação dos Clérigos Marianos sob o título da Imaculada Conceição da Virgem Maria (1631-1701).
– Celina Chludzinska, viúva de Borzecka, polonesa, fundadora da Congregação das Religiosas da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (1833-1913).
– Maria Celina da Apresentação (Jeanne-Germaine Castang), francesa, monja da Segunda Ordem de São Francisco (1878-1897).

Além destes quatro beatos, o Papa permitiu a beatificação de outros 74 servos de Deus ao ter reconhecido seu martírio, através da publicação do necessário decreto. No caso dos mártires, para a beatificação não se precisa do reconhecimento de um milagre atribuído a sua intercessão.
Os 74 mártires que serão beatificados são:
– Manuel Gómez González, espanhol, sacerdote diocesano, nascido em 1877, e Adilio Daronch, brasileiro, leigo, nascido em 1908, ambos assassinados em Feijão Miúdo (Brasil) em 1924.
– Albertina Berkenbrock, brasileira, leiga, nascida em 1919 e assassinada em 1931.
– Eufrasio do Menino Jesus (Eufrásio Barredo Fernández), espanhol, nascido em 1897, sacerdote da Ordem dos Carmelitas Descalços, assassinado durante a perseguição religiosa na Espanha em 1934.
– Laurentino, Virgilio e 44 companheiros, do Instituto dos Irmãos das Escolas Maristas (espanhóis), assassinados durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.
– Enrique Izquierdo Palácios e 13 companheiros (espanhóis), da Ordem dos Freis Pregadores, assassinados durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.
– Ovidio Beltrán, Hermenegildo Lorenzo, Luciano Pablo, Estanislao Victor e Lorenzo Santiago (espanhóis), membros do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, e José Maria Cánovas Martinez, (espanhol), coadjutor paroquial, assassinados durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.
– Maria do Carmo, Rosa e Madalena Fradera Ferragutcasas, espanholas, religiosas da Congregação das Filhas do Santíssimo e Imaculado Coração de Maria, assassinadas durante a perseguição religiosa na Espanha em 1936.
– Lindalva Justo de Oliveira, brasileira, da Sociedade das Filhas da Caridade de São Vicente de Paula, nascida em 1953 e assassinada em 1993, em São Salvador da Bahia (Brasil).

O Papa proclamou também as virtudes heróicas, passo decisivo para a beatificação, dos servos de Deus:
– Mamerto Esquiú, argentino (1826-1883), da Ordem dos Frades menores, bispo de Córdoba (Argentina).
– Salvatore Micalizzi, italiano (1856-1937), sacerdote professo da Congregação da Missão.
– José Olallo Valdés, cubano (1820-1889), religioso professo da Ordem Hospitalar de São João de Deus.
– Stefan Kaszap, húngaro (1916-1935), candidato da Companhia de Jesus.

A Igreja reconhece oficialmente que nossos irmãos são mártires

Ir. Giovanni Maria Bigotto

No dia 18 de dezembro de 2006 o Serviço de Informação do Vaticano deu a notícia que o Santo Padre Bento XVI autorizava o Cardeal Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, José Saraiva Martins, a promulgar diversos decretos sobre os milagres e o martírio. Nós tivemos a alegria de ler que um destes decretos contemplava os nossos irmãos Laurentino, Virgilio e outros 44 irmãos assassinados na noite de 8 de outubro de 1936 por ser homens de Deus.
Lembramos que a causa do Ir. Bernardo apareceu no decreto de martírio no dia 22 de junho de 2004, com o papa João Paulo II.
Agora, portanto, temos as duas causas, a do Ir. Bernardo e a do H. Laurentino, Virgilio e os outros 44 irmãos, ratificadas por decreto. Agora ficamos na expectativa da data de beatificação. Ela poderia acontecer em maio de 2007, mas é provável que seja adiada para a segunda metade do ano próximo. Temos também outra causa de 23 irmãos agrupados, que será estudada pelos cardeais e bispos em janeiro ou fevereiro próximos.
Qual é o significado do decreto de martírio? Este decreto, assinado pelo papa, estabelece o reconhecimento oficial da Igreja de que nossos irmãos são mártires, testemunhas de Cristo até ter derramado o próprio sangue, modelos de vida cristã e de amor no povo de Deus, companhieors de caminhada até o Senhor e amigos no céu que podem interceder por nós. Podemos dar a eles um lugar em nossas orações, são nossos irmãos, foram fiéis até o fim, capazes de uma doação total em um contexto de perseguição.
Este decreto põe fim a um longo caminho que conduz à beatificação. A causa do Irmão Laurentino, Provincial, e de seu grupo começou na diocese de Barcelona, em 1963. O processo diocesano foi reconhecido e convalidado por Roma em 1990. O Ir. Gabriele Andreucci redigiu a positio (demonstração do martírio) e a entregou à Congregação da Causa dos Santos em 1996. Foi estudada por 8 teólogos, que reconheceram, por unanimidade, em 25 de janeiro de 2005, que nossos irmãos são autênticos mártires. Os cardeais e bispos retomaram então esse estudo, em 20 de junho de 2006, e a conclusão foi a mesma. No dia 18 de dezembro de 2006, com o decreto sobre o martírio, chegamos ao ponto final do processo de beatificação.
Mesmo não tendo ainda a data e local da beatificação, que todos queriam que fossem em Roma, podemos abrir nossos corações e orações a estes irmãos. Eles sabiam desde 1931 que iam a caminho do martírio. Em 1933, o Ir. Laurentino escreve a seus irmãos uma carta na qual, com clareza e força, diz que tinha chegado o momento de demonstrar que verdadeiramente amavam a Deus, não só com palavras, mas com o dom da vida. Precisa sublinhar que Ir. Laurentino, antes de ser martirizado com seus 45 companheiros, tinha visto outro grupo de mais de 100 irmãos indo ao sacrifício. Na sua província, que então tinha o nome de ?Espanha?, todos os irmãos que tinham alguma responsabilidade foram assassinados: o provincial, o vice-provincial H. Eusébio, o visitador, Ir. Virgílio, o mestre de noviços, o diretor do escolasticado e quase todos os diretores de colégio.
Se nosso olhar agora se dirige aos mártires de Espanha, um total de 173, nosso amor fraterno tem igualmente o direito de celebrar com orgulho os irmãos mártires da Oceania, da China e da África. Certamente não faltam de mártires e santos que nos estimulem a esta generosidade e audácia que agora mesmo estamos vivendo através, por exemplo, do projeto de Missão Ad Gentes.
Mostramo-nos agradecidos a Deus que opera maravilhas em nós. Nossa gratidão vai também à Mãe do Senhor, que faz tudo entre nós, a nosso fundador São Marcelino, e a todos os irmãos que nos precederam no serviço e no amor antecipando-nos na chegada à pátria do céu.

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