Entrevista com o irmão Joadir Foresti do Brasil

27/07/2006

Joadir é um jovem irmão da Província do Rio Grande do Sul. Fez sua preparação profissional estudando Ciência religiosa e jornalismo. Trabalha atualmente nesse apaixonante mundo da comunicação. É o encarregado de manter viva e atualizada a página web da sua Província, com quase 200 irmãos. É membro do ?Grupo de comunicações? ao qual foi solicitada a missão de prepara a apresentação e divulgação do documento sobre a Espiritualidade marista, depois que o texto seja definitivamente e oficialmente aprovado. Seu trabalho na área do jornalismo não é um trabalho comum para um irmão marista. Por isso me aproximei da sua pessoa, cheio de curiosidade, para saber como é o trabalho de um irmão marista no campo das comunicações.

Por que você escolheu trabalhar, como irmão marista, na área da comunicação?
No ano de 1996 iniciei meu trabalho como comunicador depois de haver feito o curso de Ciências Religiosas em nossa Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Estava fazendo o segundo curso quando me perguntei qual poderia ser meu trabalho para colaborar com a Província. Queria fazer algo que estivesse relacionado com as ciências humanas e a educação. Pensei que podia ajudar o Instituto aplicando a pedagogia à área das comunicações e do jornalismo. O jornalismo me atraía, porque trabalha com a informação e impulsiona as pessoas a saber mais sobre o que fazemos. Via que na Província se faz muitos e bons trabalhos, porém as pessoas não sabiam o que acontecia em nossos centros; somente estavam informadas pessoas que estavam mais próximas de nós, porém o restante desconhecia o que se realizava.

Com que estrutura de comunicação você está trabalhando?
Na realidade estou trabalhando com uma estrutura muito pequena. A equipe base é composta com os bolsistas da área de comunicação da Universidade e eu, e atendemos duas grandes áreas provinciais: a comunicação e o marketing, dentro das quais estão a web, a publicidade, o jornalismo e os eventos. Em cada uma dessas áreas tenho pessoas que me ajudam; são todos leigos e profissionais da área. Também conto com o assessoramento de quatro irmãos que me ajudam a refletir sobre a comunicação e as orientações fundamentais da congregação.

Toda esta infra-estrutura faz parte do serviço da Província?
A Província está organizada para atender as necessidades que o Conselho provincial define e necessita. Temos organismos provinciais que se encarregam da parte educativa ou da formação, por exemplo; e a nós corresponde o trabalho da comunicação como um organismo a mais da Província.

E, você trabalha para todos esses organismos?
Nossa metodologia de comunicação está integrada e propõe que todas as áreas trabalhem juntas. Não existe uma pessoa somente que trabalhe para a web ou para redigir notícias para enviá-las depois aos meios de comunicação, mas todos são coordenados por nós. Por exemplo, as notícias da Província e as enviamos aos meios de comunicação da capital e do interior, e nos relacionamos com outros setores: evangelização, formação, etc. Quando eles têm necessidade recorrem a nós, e nós também, quando temos necessidade, recorremos a eles.

Onde estão localizados os escritórios, os computadores, os estúdios? Onde você trabalha?
Toda a infra-estrutura dos organismos está situada na sede Provincial, em Porto Alegre, junto ao Colégio Marista Rosário. Temos uma sala com dois ambientes de trabalho, um de jornalismo e outro para a criação web e a publicidade. Contamos, além disso, com outros espaços para a recepção, onde se controla todos os pedidos de trabalho, e uma sala de reuniões que utilizamos diariamente para coordenar os diferentes grupos de trabalho. Sistematicamente temos três reuniões por semana.

Você tem alguma relação direta com os centros de produção da Universidade ou com a estrutura de formação em jornalismo da Universidade marista de Porto Alegre?
Eu tenho uma relação porque fui aluno da Universidade e hoje sou colega dos professores. Também trabalhei na Universidade durante dois anos e meio dando aulas na área da educação, principalmente nas disciplinas de ?Teoria da comunicação e informação? e ?aprendizagem?. E agora, como estou terminando meu doutorado em comunicação, necessito estar presente com freqüência na Universidade. Este é um tipo de relação. Outro é a que mantemos com os bolsistas da Universidade que trabalham conosco. Uma bolsista em jornalismo trabalha comigo, como já disse antes. Oferecemos a possibilidade de que alguns alunos da Universidade venham fazer seus estágios conosco. Porém, o trabalho da Universidade é tão grande que, diretamente, nós não podemos ajudá-los, nem eles a nós, tampouco. O que fazemos conjuntamente são atividades de integração. No ano passado fizemos um encontro de comunicação com os profissionais e a Assessoria de Comunicação da Universidade e seu Coordenador. Participamos de um Seminário, que é um encontro que se repete há dez anos, no qual discutimos assuntos de responsabilidade comum que afetam a Instituição marista, a Província ou a Universidade. Temos a esperança de que dentro de pouco tempo poderemos realizar algumas ações concretas bem integradas entre a Universidade e as demais obras educativas e sociais animadas pelos irmãos.

A comunicação digital adquiriu hoje uma grande importância. Você também está à frente da web da Província. Como a Província está organizada desde o ponto de vista da comunicação digital?
Creio que podemos dizer que estamos no estágio três, quatro ou cinco com relação à história de nossa colaboração com as escolas. Antes de trabalhar com a Província comecei meu trabalho no colégio marista do Rosário, e criamos o site da escola. No mesmo ano criamos o site da Província. Porém, somente continham informações gerais sobre a estrutura da escola ou a estrutura da Província. Em seguida criamos os sites de todas as escolas, porque tínhamos escolas na área de informática onde estudavam profissionais que criavam as páginas e tratavam de atualizar a comunicação veiculada por elas. Porém, carregavam as páginas com muitas imagens, com atividades dos alunos, etc., mas não cuidavam da comunicação. Nesse momento se comprovou que todos os colégios tinham sua página web, e era preciso dar-lhes uma unidade de formato em toda a Província. Esta foi a fase dois, diria eu.
A terceira fase foi criar uma infra-estrutura de maneira que todas as escolas pudessem oferecer a mesma identidade visual e informativa, para que as pessoas que procuram os maristas no Estado do Rio Grande do Sul através da web pudessem ver que as escolas maristas têm uma mesma identidade.
Numa quarta fase se estabeleceu o critério obrigatório de que todas as escolas tivessem a mesma estrutura. Hoje estamos na segunda versão da página das escolas. Todas têm a mesma apresentação visual, a mesma estrutura. Porém, as escolas ficam responsáveis de atualizar os conteúdos e as imagens. Nossa responsabilidade é dar prosseguimento à atualização. É um trabalho para orientar e ajudar as escolas para que coloquem informações corretamente nas páginas, qual é o tamanho adequado das imagens, que os textos sejam bem escritos, etc. A equipe com profissionais preparados para ajudar em todas essas questões.

Quantos colégios ou escolas estão usando essa coordenação? Quantos estão fazendo está página de estrutura comum?
A Província tem 21 colégios e dois que são de propriedade de ex-alunos, mas que também utilizam essa mesma estrutura. Então, são 23 obras utilizam o mesmo modelo de página.

Você tem a experiência do que custou chegou a partilhar critérios comuns para dar uma imagem institucional semelhante? O Instituto tem uma página oficial e existem em muitos outros lugares numerosas páginas web de obras maristas. Em que perspectiva você vê a web do Instituto?
A página Web do Instituto tem como finalidade noticiar as atividades do Conselho geral e do seu pensamento. Porém, temos que lembrar que o trabalho marista não se faz somente na Casa geral, mas em todo o mundo marista. As missões, as responsabilidades são muito diversas: trabalho com as crianças, administração, ensino universitário, formação… tudo é trabalho marista e a web tem um desafio de apresentar essa realidade.

Seu trabalho jornalístico e de animação das comunicações você o realiza apoiado pelos leigos. Sem dúvida você tem tido muita realização pessoal em colaboração com seus irmãos.
Para mim é um pouco difícil saber e mais difícil contar todas as grandes satisfações que tenho tido em meu trabalho. Só posso dizer é que estou muito satisfeito. Agora tive que me deslocar até Roma, tudo está funcionando muito bem na Província. O irmão que me substituiu durante esse tempo me enviou um e-mail dizendo que tudo está funcionando bem. Isto é uma grande satisfação. Uma coisa muito normal entre nós. Temos bastante trabalho, porém tudo está funcionando bem. Todas as pessoas que estavam comigo, todas elas sabem que temos continuamente desafios no trabalho, porém, nos sentimos identificados com ele.

Champagnat dizia que o trabalho é una característica dos irmãos.
Para nós é um trabalho totalmente novo e nem todos entendem as coisas dessa maneira, e isso é a parte desafiante de nosso empenho, é a parte mais gratificante quando vemos as pessoas que compreendem e sintonizam com o que fazemos.

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