Carta a Marcelino

Pe. Jean-Baptiste Gerin

1834-07-17


O Pe. Jean-Baptiste Gerin foi pároco de Saint Symphorien-d?Ozon durante cinco anos, de 1831 a 1835. Os Irmãos já atuavam na escola desde 1827, instalados pelo pároco anterior, Pe. Dorzat. Os Irmãos estavam mal alojados, as dependências da escola não eram boas e os pagamentos não eram regulares. O Pe. Champagnat havia solicitado providências, talvez ameaçando retirar os Irmãos. O Pe. Gerin, nesta carta, apresenta a sua disposição de atender melhor os Irmãos. Provavelmente depois de ter escrito esta carta, houve encontro do pároco com dois Irmãos de l?Hermitage (Ir. Francisco e Ir. Jean-Pierre), que faziam visita às escolas da região. Isso deu ensejo ao Pe. Champagnat de escrever, no final da carta a frase de compromisso oral que o Pe. Gerin deve ter reiterado diante deles.

St. Symphorien-dOzon, 17 de julho de 1834.

Meu reverendo padre:

Ainda que, muitas vezes, eu tenha inscrito no coração dos vossos edificantes filhos as minhas boas intenções relativamente à nossa escola de St. Symphorien, estou feliz por ter a ocasião de as renovar e de vos manifestar que, longe de diminuir, a minha boa vontade cresce sempre mais.

Após a minha chegada a St. Symphorien, demonstrei pelas atitudes que, de todo o coração e alma, fazia questão da escola dos Irmãos Maristas na minha paróquia. Os paroquianos não ignoram, a esse respeito, quais são as minhas disposições, pois que as tornei públicas. Os tempos maus que vivemos, o mau espírito que reina, hoje, no mundo, o ódio ao sinal da cruz, são barreiras dolorosas que impedem a minha boa vontade de se debruçar e estender sobre as almas dos pais e mães de família, para falar-lhes dos bons frutos decorrentes deste querido estabele- cimento que almejo com sincero desejo religioso, pensando na felicidade da minha paróquia.

Entretanto estou cheio de esperança na bondade de Deus, no poder da sua mão, confiando que a bonança sucede à tempestade; que a luz e a justiça sucedem às trevas e à iniqüidade. Estou decidido a empregar todos os recursos de que disponho para a manutenção dessa boa obra.

Tenho a honra de ser, com grande respeito, meu reverendo Padre, o vosso muito obediente servidor GERIN, pároco.

Escrito pela mão do padre Champagnat, embaixo:

O sr. pároco prometeu providenciar o que faltasse no pagamento; prometeu-o em presença do Irmão Francisco e do Irmão Jean Pierre.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.09

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