La télévision en classe (Brésil)

I. DallAgnol

05/Nov/2010

Emprégo intensivo da televisáo nas escolas

 

A guiza de introducáo queremos inicialmente estabelecer urna dife-renca essencial entre Tv Educativa e Tv Escolar.

A Tv Educativa atende as necessidades educacionais das massas. Nao se destina a grupos minoritarios. A Tv Escolar1 se destina á sala de aula. Funciona na maioria dos casos, em circuito fechado. Os sinais de áudio e vídeo chegam, geralmente, aos receptores através de cabos coaxiais.

O presente trabalho se restringe á TvE.

A televisáo é sem dúvida a conquista de maior expressáo da tecnologia no ámbito das comunicacóes de massas. Envolve o espectador através do sentido do ouvido e especialmente através do poderoso sentido da vista. Resulta entáo preliminarmente que a Tv leva urna vantagem essencial sobre o radio. O radio é só estímulo para o ouvido. Por outro lado a televisáo tem muita semelhanca com o cinema. Utiliza mesmo a película cinematográfica seguidamente. Vai mais longe. Pode apresentar cartazes, desenhos em cartóes (gray tallops) slides e video-tapes. Além naturalmente de tomadas ao vivo.

0 mesmo vídeo-tape pode ser utilizado para diversas gravacóes, pois, enquanto conservado em boas condicóes é como fita de gravador: pode-se gravar e desgravar programas conforme as necessidades.

O filme necessita tratamento em laboratorio para ser revelado. O video-tape dispensa qualquer tratamento após a gravacáo.

A TvE tem pouca divulgacáo no Brasil. Sao poucas as organizacóes particulares que podem se permitir a instalacáo de urna emissora de TvE e conseguir ou produzir programas adequados ao ensino ñas salas de aula. Ademáis, a manutencáo de urna equipe especializada de operadores e produtores é altamente onerosa. O funcionamento adequado da TvE seria porém altamente compensador.

Há Universidades brasileiras e instituicóes Didáticas que já desde algum tempo contam com a TvE. Gostaríamos ¡mensamente de ter dados concretos que pudessem avahar racionalmente o seu sucesso teóricamente aceito por todos.

Sabemos que no Colegio Julio de Castilhos de Porto Alegre (considerado colegio público padráo no Rio Grande do Sul) há urna emissora de TvE e que os resultados obtidos sao satisfatórios. Sabemos também das suas deficiencias. A maioria dos programas, tanto em video-tape como ao vivo, é producáo dos professóres das diversas materias. Gente que pode saber muito bem o que leciona mas nao conhece absolutamente o veículo que utiliza para a transmissáo. Consegue entáo o impossível: tornar estático e monótono algo que é dinámico e vibrante por natureza — a televisáo.

O problema de maiores proporcóes é o que surge quando se necessita de programas ou filmes especializados.

Sendo a televisáo escolar pouco difundida no Brasil, nao há urna producáo suficientemente eclética de programas, quer em filmes ou em videotape. Nao há igualmente produtores especializados.

Quando houver grande número de estaçôes de TvE poderáo se efetivar permutas e convenios. Cada estaçâo poderá produzir e distribuir para as demais as produçôes de sua especialidade.

Teremos entáo urna TvE que nao será muito onerosa á entidade mantenedora e extremamente útil pelo ecletismo, qualidade e adequaçâo dos seus programas.

Nenbuma estaçâo se dá ao luxo de realizar um programa que se destina a duas ou tres salas de aula e depois o guarda para o ano seguinte.

O que fazem entáo as televisóes escolares? Realizam programas ao vivo e da maneira mais tradicional. E a TvE tem algum sucesso apesar disto.

 

Alfabetizaçâo pelo radio.

 

É sabido que ñas estatísticas internacionais da Educaçâo, o Brasil apresenta urna alarmante porcentagem de analfabetos. Em que pesem os esforços de entidades privadas e o setor governamental especializado a realidade ainda continua a nos envergonhar.

Vive-se numa época de producáo industrial em massa. A tecnologia das comunicacóes quer ser a portadora da cultura em massa.

De fato, os meios de comunicaçâo de massas abrem perspectivas novas para a educaçâo. O radio e a Tv mostraram sua eficiencia, neste campo, tanto nos Estados Unidos como na Europa. No Brasil já se tentou alfabetizar através do radio. Os resultados foram de pouca ressonáncia. Esta-beleceu-se um esquema. Professóres preparados para esta finalidade, assim que os programas já havian sido elaborados, funcionavam como monitores de pequeños grupos de adultos que se reuniam á noite em determinados lugares previamente designados. Com o material impresso distribuido pelos monitores, os adultos tinham sua chance de dar os primeiros passos para resolver o maior problema de sua infra-estruttura cultural.

O balanço feito, levando-se em consideraçâo o esfôrço empreendido e os resultados obtidos desaconselham o método e a realizacáo.

Há radios atualmente que votam substanciosa carga horaria para alfabetizar, nos moldes ácima descritos. Un exemplo disto é a Radio Difu-sora de Goiânia.

Com sucesso mais alentador funcionam certas radios no setor educativo de preparaçâo de alunos para os exames de artigo 99.

0 grande erro é a aplicaçâo de programas copiados de outros países que nâo correspondem à nossa realidade. ¡Nosso ambiente sócio-cultural varia de regiâo para regiâo, de estado para estado.

No Rio de Janeiro está a primeira radio educativa do Brasil, a Radio Ministerio de Educaçâo e Cultura, instituida em 1937. Funciona 18 horas por dia, inclusive aos domingos. Sua programaçâo básica consiste em música para todos os gostos, Cursos de Inglés e Francés, « artigo 99 », formacáo lírica e poética, Recitais, informativos, atualidades e formacáo artística e literaria. 50% da programaçâo diaria é música.

No plano educacional a Televisáo tem provado sua eficiencia notada-mente superior ao Radio. Mesmo no que se refere à alfabetizaçâo.

                          I. Dall'Agnol

 

Caso se insista em utilizar o radio para a alfabetizarlo sugere-se:

a) preparo de professóres especializados;

b) producáo de programas adequados tendo em vista o ambiente sócio-cultural e a idade dos alfabetizandos;

c) que o grupo de ouvintes para cada monitor seja pequeño e homogéneo;

d) que se fornecam condicóes de aplicacáo imediata aos conheci-mentos adquiridos pelo alfabetizando através de publicacóes atuais e adaptadas;

e) que o pessoal encarregado de alfabetizar seja imbuido dos ideáis educacionais e que nao transmita falsas ideologías e problemas pessoais;

/) procurar atingir níveis equiparáveis aos resultados obtidos ñas instituicóes normáis de ensino;

g) isolar o importante e transmití-lo com toque humano a fim de motivar o ouvinte.

Todo este trabalho é arduo. Exige muito material humano e bom lastro financeiro. Só o govérno teda condicóes de manter instituicóes exclusivas para o setor. E no Brasil, o govérno nao pensa em utilizar o radio como meio principal para a alfabetizacáo.

                              I. Dall'Agnol
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1 Representaremos pela sigla TvE.

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