Carta a Marcelino

Pe. Jean-Pierre Maniouloux

1839-12-27

O Pe. Jean-Pierre Maniouloux, pároco de le Cheylard, diocese de Viviers, escreveu esta carta ao Pe. Champagnat, endereçando-a por engano a La Valla em vez de l?Hermitage. É mais uma solicitação de Irmãos para atuarem na escola local, em substituição ao decepcionante professor leigo e em vista do bem que pode ser feito à população cristã. Ao falar da ?Congregação de Irmãos fundada na diocese?, o Pe. Maniouloux refere-se aos ?Irmãos da Instrução Cristã, de Viviers?, cujo superior era o Pe. Vernet. Não temos a resposta do Pe. Champagnat ao seu pedido, mas supõe-se que foi negativa ou que indicasse ?aguardar a vez?, o que podia significar esperar alguns anos. Naquela altura ?a proibição aos Irmãos Maristas na diocese de Viviers?, ou ?caso Vernet? (Carta nº 143) estava encerrado e não é provável que o Fundador tenha alegado tal justificativa para não enviar os Irmãos. O que sabemos é que o Pe. Maniouloux acabou por obter dois Irmãos de Viviers para a sua escola, em 1840. Mais tarde, porém, será escola marista, quando a Congregação dos Irmãos de Viviers se juntou ao Instituto dos Irmãos Maristas, em 1844.

Le Cheylard, (Ardèche),
27 de dezembro de 1839.

Senhor:

A paróquia de Cheylard, da qual sou o responsável, tem cerca de 3.000 habitantes; não tem escola primária no momento. Há muito, a população e mesmo as autoridades civis manifestaram o desejo de ter uma escola de Irmãos no lugar de professor leigo, proveniente da escola normal; contudo, em 1835, a autoridade civil preferiu acolher um jovem professor da escola de Privas; tudo parecia ir bem aos seus olhos. Quatro anos foram mais que suficientes para desenganar as pessoas que se haviam iludido, e todo o mundo agora quer Irmãos.

O Conselho municipal tomou algumas providências a esse respeito, pelo menos para se começar com dois Irmãos. Em deliberação exclusiva votou a favor dos Irmãos, depois que o professor deu demissão; prometeu, em acordo unânime e solidário, a soma de 1.000 francos e, por todo o tempo em que os Irmãos ficarem, o alojamento, a escola e o respectivo material e toda a mobília para uso dos Irmãos. Ademais, eu poderia prover algo, se necessário.

Temos na diocese de Viviers um estabelecimento de Irmãos que prospera muito bem; mas a sua expansão é insuficiente para atender a todas as solicitações, como sabeis, porque tendes entre nós várias escolas. Venho, pois, senhor, rogar-vos que me digais, no mais breve tempo, se podeis dar-nos dois Irmãos, em que condições e para que data. Depois da vossa carta, entraremos nos pormenores desse assunto, que desejaria vivamente levar a bom termo.

Sou, com profundo respeito e no aguardo da honra da vossa carta, senhor, o vosso muito humilde servidor,
MANIOULOUX, pároco.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 129.76

ANTERIOR

Carta a Marcelino...

PRÓXIMO

Carta a Marcelino...