Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1834-09-23

Informado novamente sobre as disposições do Pe. Champagnat de oferecer a propriedade da Grange-Payre, que ficava próxima da cidade de Saint-Chamond, ao grupo dos Padres Maristas de Lião, pois a centralização em Valbenoîte não estava dando certo, conforme vimos na Carta nº 58, o Pe. Colin reitera os seus elogios ao Pe. Champagnat; mas, ao mesmo tempo, pede-lhe que seja prudente no anúncio de tal resolução, para não melindrar o Pe. Séon, que tinha sido escolhido superior do grupo dos padres e que atuava a partir de Valbenoîte. O Vigário Geral Pe. Cholleton tinha-se declarado favorável àquela doação. Finalmente, por várias razões, a colocação da comunidade dos padres maristas na Grange-Payre não se concretizou. Quanto ao Pe. Fontbonne, citado no final desta carta, depois de ter passado por l´Hermitage e Valbenoîte, tinha aceito o encargo de coadjutor em Albières. Com o objetivo de mantê-lo ligado à Sociedade de Maria, o Pe. Champagnat havia sugerido ao Pe. Colin que o convidasse para professor de teologia em Belley.

J.M.J.
Belley, 23 de setembro de 1834.

Meu caríssimo confrade:

As boas disposições que o Senhor colocou no vosso coração enchem-nos de alegria e nos estimulam. Rogamos, com instância crescente, que o Pai de todos os dons perfeitos vos fortifique nesse espírito de fé e de desinteresse que vos anima.

Tão logo recebais resposta do Pe. Cholleton, peço-vos que nos comuniqueis; seja ela negativa ou positiva, dizei-nos, por favor, o que cumpre fazer e em que época deve o meu irmão partir. Gostaria de que pudésseis prescindir dele pelo menos até depois do retiro, que faremos, provavelmente, no fim de outubro.

Importa que vos comunique os meus pequenos temores com relação ao vosso excelente projeto de transladar o berço da Sociedade de Maria para Lião, na vossa casa perto de St. Chamond. Temo que o Pe. Séon canse e se valha da ocasião para retirar-se, o que seria grave inconveniente. Disponde de tudo com paz e suavidade. As vossas intenções são boas; mas, se não podem executar-se sem perturbar a paz e a união dos corações, então cumpre transigir e tomar o tempo necessário para o melhor conhecimento da santíssima vontade de Jesus e Maria.

Espero que me enviareis o Irmão cozinheiro sem tardança, logo após o vosso retiro. Aguardo-o para organizar a nossa casa sobre base diferente.

As minhas modestas considerações ao Pe. Terraillon e a todos os nossos caros confrades e Irmãos. Deixo-vos nos santos Corações de Jesus e de Maria. Sou, com a mais sincera afeição, o vosso muito humilde servidor, COLIN, superior.

P.S. O Pe. Fontbonne convir-nos-ia perfei- tamente para ensinar a teologia. Por fineza, certificai-vos do seu consentimento, e eu o pedirei em Lião. Escrevei-me quanto antes sobre isto.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: OM 324

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