23 de novembro de 2015 CASA GERAL

O problema dos refugiados e pessoas deslocadas na Europa

A Conferência Europeia Marista reuniu-se em Atenas (Grécia) de 26 a 28 de Outubro. Nessa altura decidiu publicar este comunicado sob a forma de declaração pública. Nesta declaração a Conferência quer expressar a preocupação, a solidariedade e o compromisso de todos os Maristas europeus, Irmão e Leigos, com o problema das pessoas deslocadas e refugiadas na Europa.

Em primeiro lugar, queremos expressar a nossa mais firme condenação das causas destes deslocamentos e, de modo particular, a guerra, e as diversas formas de discriminação e injustiça que obrigam as pessoas, muitas vezes famílias inteiras, a deixar as suas terras e a buscar lugares mais seguros para viver.

E, ao mesmo tempo, tornamos público o nosso compromisso em acolher essas pessoas nas províncias maristas da Europa, isto é, nas nossas comunidades, nas nossas obras educativas e sociais, e em todas as presenças maristas atualmente em quase 20 países europeus.

Respondemos assim ao apelo do Papa Francisco e ao seu convite às congregações e às comunidades religiosas para serem as primeiras a acolher essas pessoas. Por outro lado, também respondemos e apoiamos o convite do nosso Superior Geral, Irmão Emili Turú. O seu convite pede aos maristas europeus que sejam solidários e generosos no acolhimento e no apoio aos refugiados.

Os maristas da Europa, atualmente distribuídos em cinco províncias, Compostela, Europa Centro Oeste, Ibérica, L'Hermitage e Mediterrânea, participam de um modo solidário nesta acolhida. Não realizamos essa acolhida de um modo individual, mas unidos a outras instituições da Igreja Católica, à Caritas local ou estatal, e a outras organizações de solidariedade com experiência nestas questões.

Entre as iniciativas tomadas queremos fazer uma referência especial a duas:

  • Apoiamos, sem reservas, a Comunidade Marista de Alepo (Síria). Nessa Comunidade um grupo de Irmãos e Leigos (os “maristas azuis”) permanecem com valentia no meio de situações de risco, colaborando em tarefas humanitárias, educativas e de ajuda, especialmente para as crianças.
  • Da mesma forma, aplaudimos e acolhemos o "Projeto FratelIi" recentemente criado pelos Irmãos Maristas e pelos Irmãos de La Salle para abrir uma comunidade de Irmãos e Leigos que trabalharão no Líbano com o seguinte objetivo: acolher as crianças e os jovens.

Do mesmo modo cada uma das cinco províncias está desenvolvendo ações concretas de ajuda e de solidariedade em relação a este problema humanitário tão grave. Em cada uma das províncias destacamos as seguintes iniciativas:

 

1. Província Compostela:

A província de Compostela respondeu a estas chamadas para ajudar os refugiados, com as seguintes medidas:

  • Que o tema esteja presente em todos os projetos comunitários. Oito comunidades já estão a tomar medidas concretas para acolher pessoas ou famílias de refugiados, sempre em contato com os organismos eclesiais.
  • A província como tal e também as comunidades propuseram outras formas de apoio económico e de solidariedade.
  • Alguns colégios também se ofereceram para acolher crianças deslocadas oferecendo-lhes concretamente a possibilidade de estudar.
  • A província colocou à disposição da Caritas de Santiago de Compostela a Casa de Encontros de Roxos, para uma possível utilização no acolhimento de famílias de refugiados.

 

2. Província Europa Centro Oeste

  • A comunidade Marista de Recklinghausen, na Alemanha, acolheu duas mulheres sírias com seus filhos em Dezembro de 2014 e, desde então, estão ajudando em tudo essas famílias.
  • A cidade de Furth, na Alemanha, comprou recentemente a propriedade marista desta cidade. Está utilizando o que era o antigo noviciado, onde já acolheram 18 jovens afegãos que frequentam a Escola Marista.
  • O Irmão Pol Grégoire em Malmedy, trabalhou muitos anos com imigrantes e refugiados, e continuar a apoiá-los. Está fazendo esforços para encontrar alojamento para alguns refugiados.
  • Em Habay-La-Vieille, na Bélgica, o Irmão Robert Thunus, contatou várias agências civis e religiosas e ofereceu a casa do antigo capelão, situada na nossa propriedade, para ser utilisada por uma família de refugiados.

 

3. Província Ibérica

A província adotou, entre outras, as seguintes ações que visibilizam a preocupação pelos refugiados e imigrantes:

  • Pedir aos Superiores na reunião de início do curso (Setembro de 2015) que tomem consciência do problema, contando com a colaboração das religiosas Adoradoras e da sua experiência com mulheres migrantes prostitutas.
  • Incentivar a todas as comunidades para que em seus projetos comunitários existam compromissos concretos dos irmãos atividades de voluntariado com os migrantes.
  • Pôr à disposição do Departamento de Serviços Sociais de Logroño o albergue da casa de convívios de Lardero para que possa ser utilizado como um centro de acolhida para migrantes.

 

4. Província L'Hermitage

Na sequência do apelo do Papa Francis e do Irmão Emili em favor dos refugiados da Síria, a província fez o seguinte:

  • Enviou uma carta a todas as comunidades, onde se estabeleciam os critérios para o acolhimento dos refugiados nas comunidades da província.
  • Recomendámos que se ponham em contato com os serviços diocesanos responsáveis por este problema. Qualquer decisão sobre esta questão deve ser comunicada ao Irmão provincial.
  • A Província de L'Hermitage dará uma ajuda financeira aos organismos encarregados dos refugiados sírios. Esta ajuda será tomada do fundo de solidariedade da Província.
  • Na Grécia, a nossa propriedade Syri foi colocada à disposição do ministério dos refugiados. Já se entrou em relação com a secretaria do ministério e se estão dando passos para acolher alguns refugiados.

 

5. Província Mediterrânea

A Comissão de Pastoral propôs ao Conselho Provincial que se implicasse na situação dos imigrantes e refugiados na Europa, principalmente vindos da Síria. Estamos desenvolvendo algumas ações:

  • Apoiamos os Marista Azuis em Alepo, ajudando a comunidade e sua missão.
  • No Colégio de Champville, no Líbano há refugiados sírios; em Faraya e Jbail, também no Líbano, acolhemos os familiares de irmãos e refugiados sírios, recomendado pelos Maristas Azuis.
  • Em Espanha pusemos à disposição de Caritas os pisos que temos vazios; Carita começará a utilizar a casa que temos em Huelva.
  • O critério da Província e das comunidades é que se colabore dentro de iniciativas eclesiais (Caritas, Confer …)

Ao concluir esta mensagem, em nome dos Irmãos e Leigos maristas da Europa, nós queremos explicitar o nosso desejo de continuar a desenvolver sementes de vida e futuro. E de fazer tudo isso, segundo o nosso carisma, através da educação e da evangelização de crianças e jovens, e de outros serviços em comunhão com a Igreja.

Queremos ser rostos de ternura e compaixão para as crianças e os jovens, especialmente agora para muitos refugiados e pessoas deslocadas. Era isso que queria o nosso fundador São Marcelino Champagnat; é isso que nos propõe o Papa Francisco no já próximo Ano da misericórdia.

Vamos continuar a trabalhar, quando nos preparamos para celebrar o bicentenário da congregação, para construir uma Igreja de rosto mariano e uma sociedade mais justa. Para tudo isso invocamos a proteção da nossa Boa Mãe: que ela nos ensine a viver em família, fraternidade e amor, abertos à presença de Jesus ressuscitado. Unidos no seu espírito, e sonhando um novo começo cheio de vida.

Irmãos Provinciais

Brendan Geary, Antonio Giménez de Bagues, Ambrosio Alonso, Maurice Berquet e Óscar Martin, com todos os membros da Conferência Europeia Marista, e com todos os Maristas de Europa.

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