A missão marista não pode mais ser reduzida aos irmãos, mas deve ser realizada pelos irmãos e leigos, juntos

15/11/2007

Durante a celebração da missão marista, em Mendes, nos dias 3 a 12 de setembro de 2007, o Irmão Claudino Falchetto esteve entre os participantes, conversando ora com um , ora com outros.
Como superior provincial da unidade a que pertence a casa de Mendes, deu as boas-vindas e saudou os participantes da Assembléia, na abertura; e, no encerramento dos trabalhos, interveio com palavras de gratidão e de encorajamento. Num intervalo, tive oportunidade de conversar com ele, por alguns minutos.

AMEstaún ? Irmão Claudino, o que significa a celebração desta Assembléia, numa casa pertencente à sua província?
Falchetto
. Constitui , antes de tudo, uma grande alegria poder estar presente e representar minha província, unida a todo o Instituto, em Mendes. De certo modo, o coração da Congregação deslocou-se, por alguns dias, para Mendes. Esta Assembléia não começou no dia 3 de setembro; ela começou faz anos, quando foi lançada a idéia, e todas as Províncias e Distritos do mundo começaram a preparar, em nível local e provincial, o que agora celebramos, em nível internacional, em Mendes.

Essa foi a preparação de cunho espiritual, de reflexão e de troca de experiências. Aqui, entretanto, coube-lhes receber os participantes que, junto a todo pessoal de apoio, vão bem além de uma centena de pessoas. O que significou para a província, do ponto de vista da preparação material, este encontro internacional, em Mendes?
Os presentes todos podem perceber, através dos símbolos, dos materiais, da ornamentação, através de tudo o que podem ver, o que significou deixar tudo pronto. Por trás de tudo isso, está a organização de uma comissão aprovada pelo Conselho geral, com membros de minha província, e que, de comum acordo, prepararam toda a infra-estrutura; quer dizer, prepararm a casa, os ambientes, trouxeram materiais, um pouco de todos os lados e, sobre tudo, articularam-se com os empregados e funcionários da casa para que tudo funcionasse com plena satisfação.

Há um grupo de pessoas que atuam habitualmente nesta casa; mas, veio também uma equipe de irmãos e de leigos para apoiar os trabalhos da Assembléia. Quantos são?
Sim, é claro. A casa tem seus funcionários permanentes, mas veio um grupo para ajudar, nesta oportunidade. A província constituiu uma equipe de umas quinze pessoas de primeira linha, irmãos e leigos, para dar apoio à organização e à realização.

Estamos quase terminando a Assembléia. Tudo correu segundo o previsto e com grande satisfação. Como o senhor viu o grupo internacional?
Todos estão muito satisfeitos, tanto irmãos quanto leigos. Não ouvi nenhuma queixa nem lamentação. Deus nos abençoou com o bom tempo, com o ambiente, a temperatura, a natureza exuberante com tanta vegetação, vida e pássaros…Tudo isso faz parte de nosso encontro. Pessoalmente, vejo tudo isso como uma bênção, uma graça de Deus para mim e para essas pessoas que estão atuando. Ouvi a diversos leigos e irmãos da província, envolvidos no trabalho; também eles consideram-se privilegiados em poder estar aqui, escutando e fazendo a experiência deste encontro internacional marista.

Nos trabalhos realizados já se entrevêem linhas para o futuro; mesmo se não concretas, certamente lhe suscitam algumas esperanças. Quais seriam algumas dessas intuições para o futuro, a partir da presente Assembléia?
Tenho pelo menos duas certezas, além de muitas intuições, linhas e sonhos. A primeira certeza é que a centralidade da missão só pode ser Jesus Cristo. Isso ficou muito claro na elaboração do mandala, nos trabalhos de grupo e no clima reinante: Jesus Cristo é o centro. Mas, um Cristo encarnado. Um Jesus Cristo que tenha rosto, tenha face igual à dos destinatários de nossa missão, particularmente os mais necessitados. A outra certeza é que a missão marista, dos maristas de Champagnat, no mundo, não pode mais ser reduzida aos irmãos, mas deve ser realizada pelos irmãos e leigos, juntos. Os leigos são muito mais numerosos do que os irmãos e visibilizam a missão com estes.
As intuições estão por aí. Este trabalho conjunto, esta missão compartilhada tem várias manifestações. Assim, na área da formação, aparece o desejo e a vontade de criar estruturas de formação conjunta, com irmãos e leigos, que a espiritualidade seja partilhada; que se criem comunidades mistas, que os irmãos e leigos unam suas forças para que a missão seja mais comprometida com os pobres. E outras mais.

O Brasil acaba de celebrar, faz alguns anos, o centenário da chegada dos irmãos ao país. Nos próximos anos, pode-se augurar ao Brasil outro centenário de vida marista fecunda como esse que acaba de ser comemorado?
Falchetto ? Realmente, já faz dez anos que celebramos o centenário da vinda dos Irmãos ao Brasil. Os irmãos que nos precederam construíram um patrimônio material, cultural e espiritual invejável, no Brasil. Hoje o Instituto marista, o nome ?marista?, a marca marista está presente em todas as províncias, em todos os Estados do Brasil; os irmãos e a missão marista são reconhecidos pela Igreja e pela sociedade como uma grande força de animação da vida religiosa e da educação, no país.
Queira Deus que o próximo centenário ? que já estamos vivendo ? seja tão fecundo como o primeiro. Isso exigirá de todos os irmãos e de todos os leigos muita dedicação, muitos sonhos, muita generosidade e muito trabalho.

Muito obrigado! A Virgem Aparecida conceda que isso se torne vibrante realidade, nestas terras!

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