Depois de Mendes – Algumas reflexões

20/09/2007

A Assembléia Internacional da Missão Marista, celebrada em Mendes (Brasil) de 3 a 12 de setembro de 2007, terminou de modo feliz seus trabalhos. Aqui você encontra uma reflexão pessoal realizada pelo Ir. Antonio Estaun, que esteve em Mendes relatando o que acontecia. Todas as crônicas do encontro assim como outras informações sobre a Assembléia se encontram no nosso site, em www.champagnat.org

A celebração da Assembléia internacional da missão marista é uma fonte que traz, à superfície, águas profundas, descobertas no Concílio Vaticano II.
Houve quem falasse de um novo Pentecostes. Creio que vivemos também e com intensidade uma Anunciação, um novo Belém e um reiterado Magníficat. Pentecostes? Sem dúvida. Não apenas irmãos e leigos juntos, mas unidos e em verdadeira comunhão. A diversidade de línguas pôs em relevo a unidade de espírito, a universalidade do carisma e da missão marista. Foi uma bela expressão de comunhão do laos, dos simples, irmãos e leigos em igualdade.
O hino da Assembléia repetiu-se mais vezes como um ?mantra?, vivido em contemplação e proclamando ?um coração, uma missão?. A vivência da comunhão somente pode ser um presente do Espírito. Por isso, o Magníficat foi entoado espontaneamente, em várias ocasiões, para dar graças a Deus, como Maria, pelo que sucedia.
Vivemos também um nova Anunciação. O anjo institucional aproximou-se de muitos corações para pedir um ?sim? generoso para o Senhor.
E um novo Belém. Hoje, a missão marista implica em gerar Jesus, em torno a nós, com a mesma ternura e entrega que teve Maria. Gerar e dar à luz a vida de Deus, em tantos ?Montagne? que encontramos em nosso caminho. A presença das mulheres na Assembléia ressaltou essa dimensão marista e feminina. O carisma Marista, nascido junto a Maria, encerra uma proposta feminina para ser vivida num Instituto de homens.

Algo de novo, em Mendes?
Destaco três novidades. A primeira é a celebração de uma Assembléia centrada na missão, fato inédito, no Instituto. Irmãos e leigos falaram de ?santidade?, isto é, de excelência de vida espiritual. Propor a santidade de vida, como meta comum para irmãos e leigos, é compartilhar uma aventura de fidelidade. Propor santidade de vida, em nossos ambientes educativos de hoje, é fazer propostas que vão contra a corrente. Mas, sinaliza para o essencial de nossa missão, a conversão do coração.
Foi uma reflexão feita em linguagem nova para o modo habitual de falar dos irmãos e leigos.

A segunda novidade foi a proposta de uma pastoral vocacional, em que irmãos e leigos são corresponsáveis. Tomamos consciência de que necessitamos de irmãos e leigos que perpetuem o carisma de Champagnat. Isso terá repercussão no modo de viver em família, em comunidade e nos processos de iniciação, vivência e compromisso da fé, para irmãos e leigos.
A terceira novidade é a defesa e promoção dos direitos da criança, como uma irradiação da missão marista. Constitui um chamado nascido no Conselho geral, e que, mediante a Assembléia, adquiriu uma ressonância mundial.

O mandala, pretexto ou recurso?
Desenhar ou realizar o mandala para trabalhar os conteúdos também foi uma novidade. Para muitos
até a palavra foi uma surpresa. O que significa mandala? perguntava-se. O mandala clássico é confeccionado, fundamentalmente, com formas geométricas e cor; dois elementos que exigem harmonia e proporção; ordem, portanto. Os participantes da Assembléia pareciam alunos, sentados ou ajoelhados no chão, com pincéis e cores nas mãos. Mas, fizeram excelente exercício de reflexão. A pintura foi meio para condividi-la. Elaborar um mandala requer reflexão e atenção. É um meio para passar da desordem à ordem. Foi um bom instrumento para recolher a diversidade e realizar sínteses harmônicas. Através dele, o coração pesou tanto quanto ou mais do que o raciocício.

Mendes conquistou nossos corações
A Organização foi cuidadosa e atenta. Estivemos numa casa marista com comodidades semelhantes às de um hotel. O Irmão Cludino Falquetto, provincial do Brasisl Centro-Norte, marcou presença durante toda a Assembléia, significando o apoio de toda a Província. Ao partirem, todos manifestaram alegria e satisfação pela experiência vivida em Mendes. Muito Obrigado!

Um futuro promissor
O gesto dos Irmãos Seán e Luís García Sobrado, com os braços estendidos para a Assembléia, em sinal de envio, acolhido pelos presentes com gesto semelhante, lembrou-me a passagem evangélica em que o semeador vai lançar, pelos cinco continentes, a boa semente do carisma marista. Cada participante recebeu a tarefa de fazer frutificar seu ?talento?, em terras onde haja missão marista. Abre-se novo capítulo, na história marista. De Mendes, obrigado a quantos nos acompanharam, através da página web!

AMEstaún

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