Entrevista com Ir. Roque Ari Salet pelo Ir. Lluís Serra

30.04.2002

MARISTAS HOJE, UMA APOSTA PELAS CRIANÇAS POBRES

O Ir. Roque Ari Salet é o novo Superior da Comunidade da Administração geral em Roma. Nasceu em Cerro Largo, Brasil, há 62 anos. Foi Provincial l2 anos, l0 anos Ecônomo Provincial da Província de Santa Maria e quatro vezes capitular.

Tendo participado de quatro Capítulos, em que direção vai o Instituto, hoje?
O Instituto se está voltando cada vez mais para as suas origens. O coração de Marcelino palpita mais nos corações de Irmãos e de Leigos o que leva a atender mais crianças e jovens necessitados.

Que valor tem a vocação de Irmão consagrado para a Igreja e para a sociedade?
A vocação de Irmão testemunha que a fraternidade e a solidariedade são possíveis e não têm fronteiras; que a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo devem ser o centro das vidas; que é possível ser feliz, hoje, vivendo as bem-aventuranças. A ousadia missionária do Irmão é outra marca significativa da sua vocação.

Que características tem a espiritualidade marista?
Ela é mariana, isto é, um jeito simples, filial e confiante de se relacionar com Deus. Ela é apostólica, isto é, uma espiritualidade comprometida com as alegrias e os sofrimentos das pessoas a quem queremos levar a pessoa viva de Jesus Cristo.

Escolas, outras presenças…qual é a missão marista hoje?
A escola, incluída a universidade, meios privilegiados de educação, de humanização, de formação à solidariedade e de evangelização, não podem ser absolutizados. Para sermos fiéis a Marcelino, devemos privilegiar o atendimento das crianças e dos jovens pobres, com pessoas preparadas e suficientes recursos financeiros.

Há dados assustadores sobre a exploração de crianças, como reages diante disto?
A exploração de crianças sob as formas as mais variadas: venda e consumo de drogas, pedindo esmolas, trabalho infantil, abuso sexual…, faz-me sangrar o coração, porque são as prediletas de Jesus e porque completamente indefesas. Em minhas ações e decisões pessoais e institucionais procuro dar-lhes uma atenção especial.

Como entendes o que se chama missão partilhada Irmãos e Leigos?
Para mim missão partilhada é ambos conhecerem, amarem e viverem os princípios pedagógicos e a espiritualidade própria de São Marcelino e impregnar com estes valores a missão, atendendo preferentemente as crianças e os jovens excluídos da sociedade. Neste processo, podemos aprender uns dos outros.

No Brasil parece haver um ressurgir vocacional. Como o explicas?
Realmente há em nosso país um aumento de vocações maristas. Creio ser o resultado de vários fatores: oração pelas vocações nas famílias, nas paróquias e nas comunidades religiosas; pastoral vocacional bem organizada com elemento humano numeroso e qualificado; famílias cristãs com ambiente vocacional favorável; acompanhamento das vocações na família; identidade marista clara e acentuado amor à Mãe de Jesus.

(FMS ECOS MARISTAS 39, março 2002)

ANTERIOR

112...

PRÓXIMO

113...