HONG KONG, A CIDADE DA VIDA

A cidade chinesa de Hong Kong foi cenário da reunião do Conselho geral ampliado que se realizou de 23 a 26 de fevereiro. Por Conselho geral ampliado se entende o Conselho geral pleno mais os Conselhos das Províncias e Distritos, no caso atual, da Ásia. Os mais de 30 participantes alojaram-se no Centro Honeyville, de propriedade das Irmãs Canosianas. A casa, próxima ao mar, é um esplêndido balcão com vistas sugestivas do tráfico marítimo de navios e cargueiros, que circulam tranquilamente de maneira incessante. No próximo Boletim marista se dará ampla informação sobre os temas e dinâmicas desta reunião.
Hong Kong (6,7 milhões de habitantes em apenas 1100 km²) é a encruzilhada de 5000 anos de tradição chinesa com 150 anos de influência colonial inglesa. Desde 1.º de julho de 1997, Hong Kong retornou à soberania chinesa e a nova administração trabalhou desde então sob o princípio: Um país, dois sistemas. Os folhetins publicitários da cidade a intitulam a Cidade da Vida e se apresenta como centro internacional de negócios.
Os Irmãos maristas chegaram no ano 1891 em Pekín. Desde então constituem uma realidade florescente, mas tiveram que abandonar suas tarefas em 1949. Como outras muitas instituições religiosas dedicadas à educação cristã, um grupo de Irmãos se deslocou para Hong Kong e países no Sudeste asiático a fim de continuar seu trabalho inaugurando nesse ano sua presença nessa cidade. A atitude acolhedora e entusiasta do bispo propiciou a concentração nela de numerosas escolas católicas. Dois centros maristas funcionam atualmente em Hong Kong, cuja igualdade de nome faria pensar numa só, mas não é assim: Colégio São Francisco Xavier em Kowloon e Colégio São Francisco Xavier em Tsuen Wan.
O Irmão Anthony Cheng, diretor do primeiro, nos propicia a informação. Colégio São Francisco Xavier é uma escola secundária masculina com 1200 alunos, com idades compreendidas entre 12 a 19 anos, com 60 professores, entre os quais seis Irmãos. Depois de cinco anos (12-17) de estudos, cursam o pré-universitário (17-19) que lhes abre a porta aos estudos universitários. O ambiente favorece o uso freqüente e intenso da tecnologia educativa. Como anedota cabe recordar que, neste recinto escolar, estudou um jovem que regressaria anos mais tarde dos USA para conectar com suas raízes adolescentes maristas, internacionalmente conhecido como Bruce Lee. Menos de 10% dos alunos professam a religião católica. O resto se distribui entre diferentes confissões, mas a maioria é agnóstica. A tarefa evangelizadora no continente asiático se afronta com uma minoria muito reduzida. No total da população da Ásia, os católicos representam apenas 3%, porcentagem à qual é possível chegar pela forte implantação do catolicismo nas Filipinas e inclusive na Coréia. Os católicos garantem um testemunho de grande significado não carente de desafios importantes. Atuar com a minoria ressalta ainda mais o mérito dos Irmãos na Ásia. O carisma de são Marcelino é assumido a partir de perspectivas culturais muito ricas e diversificadas. Em 23 de fevereiro, domingo, a comunidade deste colégio junto com os Irmãos da outra comunidade assim como o Conselho provincial da Província da China deram as boas-vindas aos Irmãos assistentes da reunião e compartilharam com eles uma refeição típica da região.
Colégio São Francisco Xavier, a outra escola educativa marista de Hong Kong, também se dedica ao ensino secundário. Nele, 49 professores, dois dos quais Irmãos, atendem 940 alunos. Trata-se igualmente de uma escola masculina.
Neste quadro, marcado pela verticalidade de seus edifícios, o Conselho geral ampliado refletiu sobre a realidade atual e o futuro da presença marista na Ásia. Os ecos do 20.º Capitulo geral continuam vigentes, pois os Irmãos asiáticos, conscientes de suas riquezas e de seus limites, não duvidaram em continuar elegendo a vida para responder generosamente aos novos desafios que sua sociedade, cultural e religiosamente variada e complexa, lhes apresenta.

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