Um ano na comunidade Lavalla200> de Mount Druitt

Divulgamos abaixo o depoimento de Ruben Galego e Silvia Martinez, um casal da Província de Compostela, que há um ano vive na Comunidade Internacional LaValla200> de Mount Druitt, na Austrália. Junto com eles estão Kimberly Camiring e o Ir. Lawrie McCane. Eles vivem num bairro da periferia de Sydney, considerado um dos mais desfavorecidos socialmente da Austrália.  Sua principal missão é apoiar o funcionamento de um centro educativo (Marist Learning Zone), um projeto conjunto dos Maristas e da Instituição dos bispos “Educação Católica”. O objetivo do Centro é reintegrar na sociedade os alunos que atualmente não estão frequentando a escola.

As pessoas interessadas em fazer parte de uma das Comunidades Internacionais e Interculturais podem contatar diretamente o Irmão Provincial ou Superior de Distrito, ou o Superior Geral, apresentando-se e explicando a sua motivação e a sua vontade de se comprometer com um dos Projetos ou iniciativas do Instituto. É possível contatar CMI, em caso de dúvidas, usando o seguinte e-mail: [email protected]

_________

O tempo parece passar muito rápido quando você está aproveitando as coisas. Em fevereiro completa um ano desde que chegamos à Austrália para nos juntarmos à comunidade Lavalla200> de Mount Druitt. Um projeto que demorou a chegar devido à pandemia.

Agora totalmente imersos nessa experiência, vemos nosso começo aqui de uma perspectiva diferente. A adaptação a um país diferente do nosso e a um projeto com uma forma de trabalhar diferente é sempre difícil, embora agora nos pareça mais fácil. Ajudar alunos com dificuldades de aprendizagem ou que faltam muito às aulas por diversos motivos é motivador e, ao mesmo tempo, desafiador. Este ano, tentamos fazer o possível para facilitar o retorno à escola da maneira mais satisfatória possível. O idioma dificultou esse trabalho em algumas ocasiões, mas sempre tentamos levar adiante o trabalho e colaborar nas diferentes atividades ou projetos.

O curso no Centro de Apoio Escolar Marist Learning Zone (MLZ) tem seus altos e baixos, com mais ou menos alunos, pois os números variam ao longo do ano. Nem todos os alunos estão conosco ao longo do ano letivo, depende de cada caso. Somos como a ponte que facilita a integração deles na escola. Há alguns dias uma aluna do ano passado veio nos visitar para nos contar o quanto estava feliz em sua nova escola. Isso é algo muito gratificante e que reforça nosso trabalho aqui.

Valorizamos muito ter podido conhecer de perto a comunidade aborígine do centro Baabayn e sua história. Somos muito gratos a eles por nos darem a oportunidade de conhecer mais sobre seu passado e presente, além de poder fazer parte das iniciativas que realizam, como o “Homework Club” nas tardes de terça-feira, no qual ajudamos para rever ou reforçar o que foi aprendido na escola como falamos há pouco (embora haja sempre um pouco de espaço para alguns jogos); o “Grupo Juvenil” às quintas-feiras, também à tarde, que vamos desde meados do ano passado; e quaisquer outras atividades que eles façam em que possamos ajudar. Neste grupo de quinta-feira passamos 3 horas fazendo várias atividades recreativas com alguns jovens. Procura-se promover neles esse pertencimento à comunidade e transmitir-lhes a cultura aborígine.

Por outro lado, há uma vida na comunidade que mudou em relação ao momento em que chegamos, desde quando o irmão Fabrício voltou ao Brasil ao final de seus 3 anos de compromisso com o projeto. Agora temos Kim, uma professora das Filipinas, que chegou em meados de janeiro, para se juntar a nós.

Foi uma surpresa muito agradável saber que teríamos mais uma pessoa na comunidade, já que não contávamos com isso. Ela se adaptou muito bem e nesse tempo fizemos muitas coisas juntos para nos conhecermos melhor. Gostamos muito dos momentos em comunidade, seja simplesmente por nos reunir à volta da mesma mesa para conversar, jantar… como nas visitas à cidade ou à montanha, que temos feito. É sempre enriquecedor partilhar momentos, experiências, cultura, … conhecer pequenas coisas da vida e dos países dos outros.

De agosto a novembro, o Irmão Lawrie foi à Europa para realizar seu “Programa da Terceira Idade”. Um tempo que ele gostou muito e em que nos fez participar enviando fotos e comentando o que fazia quase todos os dias. Sentíamos saudades dele aqui em casa e esperávamos ansiosos pelo seu retorno. Ficamos preocupados quando pensamos que poderia ser um momento em que ele pensaria em continuar fazendo parte de nossa comunidade e tomar outro rumo em sua vida como Irmão Marista, mas ele é apaixonado por este projeto, gosta muito e se sente privilegiado para viver em tal comunidade.

Em breve iremos à Espanha para poder rever nossos familiares e amigos, algo que aguardamos com muita alegria. Também será um momento para compartilhar todas as nossas experiências fazendo parte de uma comunidade intercultural Lavalla200>.