2012-11-13

Exposição de presépios do Ir. Antônio Afonso Haus

Ir.É na natureza que o artista de 92 anos, Antônio Afonso Haus, encontra toda matéria prima necessária para os presépios de natal que constrói há mais de sessenta anos. Cascas de árvores da espécie mogno, folhas de bananeira, pedaços de troncos de coqueiros, folhas de palmeiras, galhos secos, flores do cerrado e algumas miniaturas da sagrada família, reis magos e animais são a base do seu trabalho.

Alemão que há 73 anos veio para o Brasil como missionário da Congregação Marista, por mais de 37 anos deu aulas de artes e línguas estrangeiras para estudantes de colégios do Recife e Belém. Haus explica que a ideia de fazer os presépios veio junto com a saudade de casa. “Sou de uma família de 15 filhos. Quando chegava o Natal os meus irmãos trabalhavam à noite, em casa, fazendo às escondidas alguma coisa para dar de presente. Na época, com seis anos, ficava observando e aquilo ficou na minha cabeça”, contou, ao esclarecer que nunca fez um mesmo modelo de presépio. Quem entra na sua oficina de trabalho percebe um ambiente tranquilo, cercado por natureza, e o rádio ligado é a sua companhia.

Ao construir um presépio ele gasta em média uma hora. Para agregar valor às peças e moldar o material bruto, o uso de apenas cinco ferramentas são o suficiente. Com faca, tesoura, serra, alicate e pistola de cola quente os presépios ganham vida com uma riqueza de detalhes que impressiona. “Fui até a praia de Itamaracá (Pernambuco) e Jacarandá (Bahia) para pegar material. Em alguns presépios têm plantas litorâneas. Também uso musgos para esconder as pontas de cola. Quando vejo algo na natureza que pode ser utilizado eu já sei o que fazer”, explicou. 

As figuras dos presépios são miniaturas oriundas de países como Alemanha, Itália, França, México e Peru. “As figuras não me custam nada, eu as encomendo com os meus sobrinhos da Alemanha. Não cobro nada pela mão de obra porque a natureza não me cobra nada também”. E completou. “Fazer os presépios representa para mim o amor de Jesus, minha devoção maior é ver Jesus no Presépio”, emociona-se.

Quando chegou a Taguatinga, há 25 anos, ele iniciou um trabalho de florestamento na quadra QSD, onde hoje reside e também está situado o Colégio Marista Champagnat. “Eu plantei todas as árvores e plantas deste lugar”, ressaltou. Hoje, os estudantes do Colégio podem respirar ar puro e descansar debaixo da sombra de uma árvore graças ao trabalho realizado por esse artista e ao seu amor à natureza.

Para o Natal deste ano, ele já produziu mais de 120 peças diferentes. Parte dos presépios estará disponível para venda na Expo Presépios, que será realizada a partir do dia 12 de novembro, no Hall de entrada do Colégio Marista Champagnat de Taguatinga (DF). A solenidade de abertura do evento acontecerá às 18h. Depois, outros presépios seguirão para exposição nas capitais de Belém, do Recife e do Rio de Janeiro. 

As peças custam em média de R$ 20 a R$ 130. Todo o dinheiro arrecadado é revertido para obras de caridade como creches e asilos. “Onde eu faço a exposição deixo o dinheiro”, contou. Em Belém, o dinheiro da venda dos presépios vai para uma instituição que cuida de crianças com câncer. No Recife, vai para uma associação de caridade. Em Taguatinga, uma das beneficiadas é a creche de Ceilândia Irmãozinhos de Maria, que acolhe mais de 120 crianças em situação de vulnerabilidade social.

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Chirliana de Souza Rodrigues

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