20 de dezembro de 2006 QUêNIA

A regionalização facilita a cooperação e a colaboração

O último dia do Conselho geral ampliado foi dedicado à regionalização, definida pelo Capítulo de 1993 como um processo mediante o qual as unidades administrativas do Instituto se agrupam para facilitar uma melhor cooperação e colaboração entre elas. Trata-se de um processo flexível e adaptável, segundo as necessidades, mas que não estabelece novas unidades administrativas dentro do Instituto. O Ir. Luis Sobrado, que iniciou a reflexão, além disso lembrou que o último Capítulo geral recomendou que «se permitiria aos irmãos de se moverem facilmente de uma província a outra para apoiar projetos de solidariedade, evangelização e educação». (Capítulo 2001, nº 46)

Para auxiliar na reflexão sobre o tema, diferentes membros do Conselho geral partilharam suas experiências vividas nas distintas regiões do Instituto.

O Ir. Emili Turú falou da experiência da Europa (Conferência européia de provinciais), assim como a evolução que teve a Conferência marista espanhola (CME), que foi criada quando na Espanha haviam sete províncias, mas que agora adotou uma forma muito mais flexível, a serviço das comunidades e das obras apostólicas na Espanha, depois de ter prestado serviço por mais de 30 anos.

O Ir. Antonio Ramalho expôs a situação da América, dizendo que ali funcionou a Conferência latino-americana de provinciais (CLAP), iniciada em outubro de 1979, que congregava o Arco norte, o Cone sul e o Brasil. Com a reestruturação geográfica e administrativa realizada nesta região, criou-se em agosto da 2004, en Los Teques (Venezuela) a Conferência interamericana de provinciais (CIAP), com a finalidade de partilhar uma visão comum da problemática da região, o apoio e o enriquecimento mútuo e o intercâmbio de idéias e de irmãos, continuando a manter a estrutura geográfica de três sub-regiões: Arco norte, Cone sul e Brasil. As reuniões regulares de provinciais, seja de toda a região, seja por sub-regiões ? mais freqëntes ?, coordenam a formação inicial e contínua, a rede de espiritualidade apostólica marista, a pastoral de juventude e vocacional, os leigos, a educação, a solidariedade e as finanças. Existem também encontros e atividades comuns, sobretudo a nível regional, para as diversas áreas.

O Ir. Peter Rodney, que conhece muito bem a região do Pacífico, falou da regionalização naquela área e de maneira prática como estão se organizando os irmãos através do Oceania Council, integrado pela províncias de Melbourne, Sydney e Nova Zelândia, além do distrito da Melanésia, que nasceu em março de 2004. Eles estão organizados em cinco comissões: apostolado, fraternidade, solidariedade, formação e finanças. Eles devem enfrentar algumas dificuldades, tais como a comunicação, as distâncias geográficas, a instabilidade política de alguns setores da região, uma variedade de economias e de moedas de países em desenvolvimento, além dos diversos idiomas. Dentre os projetos conjuntos que animam, está o Bougainville Educational Capacity Building Project (BECS), um projeto de capacitação educativa para a comunidade.

O Ir. Peter explicou também a experiência da Ásia. Neste continente, ainda que não tenha sido criada nenhuma estrutura regional formal, mantém uma colaboração no funcionamento do MAPAC e a formação inicial (Sri Lanka, Paquistão e Índia), enquanto as províncias da China, das Filipinas e o distrito da Coréia colaboram no projeto da China.

O Ir. Kalisa apresentou uma síntese histórica do caminho percorrido pelos irmãos na África, convidando as unidades administrativas a afrontar o futuro com criatividade. A regionalização na África se realizou principalmente na formação. O Marist Internacional Center (MIC), de Nairobi, foi desde 1986 o lugar de formação dos irmãos durante os 20 anos de sua existência: neste momento ele acolhe mais de 80 irmãos procedentes das cinco unidades administrativas do continente africano. Continuando, apresentou os dados essenciais desta colaboração no campo formativo:

África do Oeste:
1975: Noviços da Costa do Marfim vão para a Nigéria
1979: Noviços da República dos Camarões vão para a Nigéria
1985: Noviciado de Kumasi para os guineenses.
1990: O noviciado de Kumasi se internacionaliza (Gana, Nigéria, Costa do Marfim e Camarões)
África Austral:
1984: Noviços do Malavi vão para Kabue.
1985 et 86: Noviços do Zimbábue e Moçambique participam do noviciado de Kabue.
1986: O noviciado de Kabue se transfere a Kutama e se internacionaliza para toda a África austral.
África Centro Este:
Desde 1979: Noviços de Ruanda, Congo, República Centro-Africana, Camarões, Costa do Marfim e Angola vão para o noviciado de Save ou para o de Niangezi.

Finalmente, o Ir. Emili Turú explicou outro tipo de regionalização, que coloca em colaboração não apenas as unidades administrativas entre si, mas também as regiões ou os continentes, assim como está sendo a experiência das equipes continentais de missão. Segundo o Ir. Emili, estas equipes estão conseguindo realizar diversas atividades que favorecem a criação de uma mentalidade global no Instituto. Continuando, mostrou com detalhes as atividades realizadas nos diversos continentes. Vale a pena destacar o lançamento da Equipe de missão para a África, nos dias 26 a 28 de outubro em Acra, no Gana, nas instalações da Casa do distrito, através da qual se concretizaram duas prioridades: a pessoa dos leigos e a pastoral de juventude.

Tendo este quadro institucional como pano de fundo fez-se uma avaliação da Conferência dos superiores do continente africano, onde se destacou que «a Conferência provocou sobretudo a manutenção e a melhoria do MIC».
Para alguns, considerou-se que era vantajoso que «o número de membros da Conferência fosse atualmente reduzido». Ao contrário, para outros «parece que é melhor aumentar o número dos membros», para que haja maior pluralismo nas colaborações.
Dentre os desafios que a Conferência deverá enfrentar foram assinaladas as reuniões para os promotores de vocações, para que sejam fomentadas a «pastoral vocacional», a «formação inicial» e a «formação contínua».
Dentre os limites para o bom funcionamento da Conferência, destacou-se a «falta de fundos» para planejar e projetar independentemente e as «distâncias que originam viagens longas e caras».


Ler mais:
Tomando a pulso as finanças
Conselho geral ampliado na África
A África marista e a reestruturação
Álbum fotográfico

ANTERIOR

Província de Sydney...

PRÓXIMO

Preparai os caminhos do Senhor...