28 de novembro de 2010 BRASIL

Ad Gentes

No dia 20 de Outubro, com a presença do Irmão José Bernardi, Coordenador de algumas fraternidades do MChFM da Província do Rio Grande do Sul (Brasil), reuniram-se os representantes das fraternidades de Porto Alegre e Montenegro para uma informação genérica sobre o projeto. A reunião foi em casa de um dos associados. Era uma casa verdadeiramente marista pois não faltava aí a estátua da Boa-Mãe; a estátua de Marcelino Champagnat e outras referências maristas. Aliás, isto impressiona, em todo o lugar por onde passamos, no Brasil: a presença dos símbolos maristas desde a Universidade à mais simples escola primária, desde os Hospitais maristas às Obras sociais, está por toda a parte. Alguém dizia, meio a brincar, meio a sério: ?o brasileiro é marista?, plagiando um dito latino-americano que diz ?o latino-americano é mariano?. Outro corrigia: ?muitos brasileiros são maristas?.Para muitos era a primeira vez que ouviam falar do projeto AG e, portanto, havia uma curiosidade natural. De que se trata realmente?À boa maneira brasileira não faltou o churrasco e a caipirinha (aperitivo local) nessa sessão informal que se prolongou desde as 18 horas ate à 1 hora da manhã do dia seguinte. Não se tratou de nenhuma exposição formal sobre o projeto. Com a presença também do Coordenador AG, tratou-se de um diálogo participado ?em torno à mesma mesa?, onde apareciam as mais diversas dúvidas e perguntas.Uma ideia muito presente em todo o diálogo era: ?como podemos nós, membros das Fraternidades, ser missionários e ajudar a missão AG??. Foi então o momento para lembrar grandes figuras da Igreja relacionadas, de um modo ou outro, com as missões. Há os que partem para longe, há outros que são missionários no local onde trabalham. E se falava de São Paulo, de São Francisco Xavier, homens que andaram um pouco por toda a parte, precisamente em missão AG. Mas se falava também de Marcelino Champagnat e da figura mundialmente conhecida de Santa Teresinha do Menino Jesus que, sem sair do seu convento, é padroeira das missões. E quem duvidaria do zelo missionário de Champagnat? Cada um era convidado a refletir como poderia ser missionário onde vive. Mas, ao mesmo tempo, não se afastava a hipótese de que alguém pudesse sentir o chamado a partir para longe. Aliás, esta Província do Rio grande do Sul teve, no passado e tem ainda hoje, uma grande tradição missionária. A título de exemplo se falava de Angola e de Moçambique: alguns nomes de Irmãos de extraordinário valor científico e pastoral, hoje sepultados nessas terras foram lembrados: Irmãos Pasa, Justino, Jovtei, Carlos Tesche. Este último foi um dos grandes obreiros da Universidade de Luanda (departamento de Física e Informática) e um trabalhador incansável na propagação da devoção a Maria em terras angolanas. Outros estão sepultados no Brasil, mas deram praticamente toda a sua vida a essas terras: lembrávamos o Ir. Inácio Gregory que passou 44 anos em Moçambique; e o Irmão Antonio Bet que em Angola passou também algumas dezenas de anos. Mas também não podemos deixar de mencionar duas ?glórias? ainda bem vivas na província: o Irmão Cláudio de 80 anos, obreiro incansável da obra marista em Moçambique por mais de 35 anos; e o Irmão Firmino que desenvolveu a sua atividade em Moçambique e em Angola por mais de 40 anos. Que exemplos!Outra ideia rodando à volta da mesa foi a presença dos leigos na missão marista. Esse ponto também não é novo. Sempre houve leigos na missão marista. Alguns dos presentes falavam de exemplos bem concretos. O novo é talvez a presença em AG. E por que não? Sublinhava-se então o Batismo como o sacramento e a raiz de toda a missão. Todo o batizado, ministro ordenado ou não, pode ser chamado à missão AG. O exemplo muito concreto era o último grupo AG (o sétimo) que pode ser considerado um ?grupo histórico? na história da Congregação marista. Era o primeiro grupo onde havia ?leigos missionários maristas? e olhando ao número eram até mais numerosos do que os Irmãos: 5 leigos (quatro mulheres e um homem) e quatro Irmãos. Permanece em aberto a possibilidade de, no futuro, termos leigos e leigas da província em missão AG. Lembrou-se até uma tradição, que acabou há uns dois ou três anos, que tinha o Brasil, através da Conferência dos Religiosos Brasileiros, de mandar três missionários (sacerdotes e leigos ou leigas) para as missões maristas de Angola e Moçambique. Seria muito útil ressuscitar essa tradição. Foi um recado que ficou para a UMBRASIL (organismo marista supra-provincial coordenando as atividades maristas globais relacionadas com a presença marista no Brasil).Não é possível desenvolver neste pequeno artigo uma conversa que se prolongou por quase sete horas e que terminou apenas pelo adiantado da hora. Não faltaram, para amenizar a troca de impressões, os cantos bem maristas do Irmão Bernardi que assentavam como um luva ao mundo marista (espiritualidade e missão) e às Fraternidades MChFM. Um serão-convívio que valeu a pena. Mereceria uma nota muito alta.______________Ir. Teófilo MingaCoordenador de AD GENTES

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