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Prezado Marista de Champagnat.

E com grande alegria e entusiasmo que colocamos nas vossas mãos este “GUIA DE PARTICIPAÇÃO DAS CRIANÇAS E JOVENS NA MISSÃO MARISTA”. Graças a um processo de consulta que envolveu cerca de dez mil crianças e jovens maristas dos cinco continentes, bem como um grupo de quatrocentos educadores, apresentamos-lhes este documento de referência que procura inspirar e fortalecer nossa prática de participação infanto-juvenil nos diferentes lugares da missão marista.

O texto que apresentamos está diretamente relacionado com nossos últimos Capítulos Gerais e Assembleias Internacionais da Missão Marista. Assim como o XXI Capítulo Geral (2009) nos convidou a “nos tornarmos especialistas e defensores dos direitos das crianças e dos jovens de forma corajosa e profética nos fóruns públicos”, o XXII Capítulo (2017) nos convocou a “abrir os olhos do nosso coração e escutar o grito das crianças e dos jovens, especialmente daqueles que não têm voz e não têm lar” para experimentar um novo começo, comprometendonos com “a promoção, proteção e defesa dos direitos das crianças e dos jovens, e seu empoderamento como agentes de transformação”.

Quanto às Assembleias Internacionais da Missão Marista, recordamos o espírito do primeiro encontro, realizado em Mendes (2007), que nos convocou a “ampliar as oportunidades de participação das crianças e jovens maristas na tomada de decisões, fortalecendo sua liderança e protagonismo”. Da mesma forma, a segunda Assembleia, realizada em Nairobi (2014), declarou que “nosso sonho é que os maristas de Champagnat sejam reconhecidos como PROFETAS, porque promovemos os direitos das crianças e dos jovens e somos uma voz pública para a defesa desses direitos nos fóruns políticos e sociais em que se reflete e se tomam decisões”.

Assim, este documento, cuja elaboração foi conduzida pelo Secretariado de Educação e Evangelização do Instituto e aprovado pela Comissão Internacional da Missão Marista, pretende dar um forte impulso ao nosso compromisso coletivo de garantir, promover, proteger e defender os direitos das crianças e dos jovens2, reforçando o seu direito a “exprimir livremente a sua opinião sobre todos os assuntos que lhes digam respeito e que essa opinião seja devidamente tomada em consideração” (art. 12.º da Convenção sobre os Direitos da Criança) no centro da nossa prática educativa e pastoral e, portanto, entre as nossas prioridades apostólicas mais urgentes.

É possível que para alguns as ideias contidas neste Guia tenham sido levadas em conta durante vários anos nos centros educativos e nas obras apostólicas da sua Província/Distrito. Esperamos que aqueles de nós que têm experiência no desenvolvimento de processos de escuta e envolvimento das crianças e jovens que os rodeiam possam reconhecer-se neste documento e, ao mesmo tempo, sentir-se confirmados e estimulados para uma melhoria contínua dos seus esforços. Pode ser que, para outros, este seja o primeiro contato com um aspeto importante e complementar do serviço educativo e evangelizador que generosamente prestam. Para aqueles que estão iniciando este caminho, queremos oferecer um instrumento de informação e formação para os ajudar a empreender esta importante tarefa de educar e capacitar aqueles que nos são confiados.

A riqueza da nossa família global exprime-se na diversidade de formas como levamos a cabo a nossa missão, de acordo com as realidades históricas, sociais e culturais dos locais onde nos encontramos. Confiamos que, para todos nós, o Guia será uma fonte de entusiasmo e de esperança ao reconhecermos a bênção que recebemos de Deus ao educar-nos de forma conjunta com as crianças e os jovens e ao desenvolver melhores formas de acompanhar o seu crescimento como sujeitos de direitos. Para além disso, esta publicação é a primeira forma de informar as crianças e os jovens sobre os resultados da sua colaboração no processo de consulta, indicando como as suas opiniões foram tidas em conta. Num curto espaço de tempo, e com a sua ajuda, será produzida uma versão do Guia com uma linguagem adaptada às suas formas de expressão que permitirá uma ampla divulgação e aplicação. Cabe agora a todos nós iniciar e fortalecer as atividades e processos de escuta e participação das crianças e jovens maristas para que se tornem agentes de transformação.

Queremos agradecer de coração às crianças, jovens, educadores e gestores que participaram desse processo, bem como aos consultores Francisco Javier Conde e Zayra Magaña, responsáveis pela elaboração do documento base do estudo e pelo processamento das contribuições que ajudaram a avançar na proposta. Suas contribuições foram parte fundamental deste texto que está em nossas mãos. Igualmente valioso foi o trabalho de Rocío Vila López, da Província Mediterrânea, na revisão da versão espanhola. Que Deus nos abençoe a todos.

Despedimo-nos confiando na proteção materna de Maria para os frutos deste novo esforço. Que Ela continue a fazer tudo entre nós.

Com fraternal afeto,
Ir. Carlos Alberto Rojas Carvajal
Diretor do Secretariado de Educação e Evangelização (2017 – 2022)
Ir. Mark Okolo Omede
Diretor Adjunto do Secretariado de Educação e Evangelização (2017 – 2022)