3 de março de 2021 CASA GERAL

Comemoração do Dia Mundial da Vida Selvagem – Florestas: ecossistemas indispensáveis

O tema da celebração do Dia Mundial da Vida Selvagem deste ano, 03 de março, é “Florestas e meios de subsistência: sustentando as pessoas e o planeta”. Ele destaca a importância das florestas como fontes de nosso sustento e sobrevivência no planeta e nos convida a refletir sobre nossa atitude em relação às florestas, sabendo que elas cobrem apenas 31% da superfície terrestre e ainda metade da população mundial depende delas para seu sustento e sobrevivência. Dependemos muito das florestas para obter o ar que respiramos, a água que bebemos, os alimentos que comemos, a lenha que usamos e os serviços vitais que obtemos delas, incluindo armazenamento de carbono, absorção de gases nocivos do efeito estufa, regulação do clima, filtragem de água através das raízes das árvores, capturando partículas de poeira e poluentes do ar, fornecendo madeira e a casca da árvore e ervas para a medicina, além de ser o habitat para mais da metade das espécies terrestres do mundo. Os produtos florestais continuam a ser uma parte vital do nosso dia-a-dia de várias formas: sentar-se numa cadeira, ler um livro ou jornal, usar papel higiénico, toalhas de papel, rolhas, cadernos, móveis, medicamentos, cosméticos, detergentes; desenvolvimentos nas áreas da saúde e farmacêutica também. Apesar disso, o desmatamento continua em ritmo alarmante.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo no Brasil, perde 1,35 milhão de hectares de floresta a cada ano; República Democrática do Congo 0,481; Colômbia 0,340; Bolívia 0,177 e Indonésia 0,155. A destruição do habitat natural e a perda de espécies animais e vegetais, o aquecimento global, a destruição do ciclo da água, a erosão do solo e a desertificação são consequências do desmatamento. De acordo com as estatísticas, uma média de 28 milhões de hectares de florestas estão sendo cortados todos os anos desde 2016. Estima-se que metade da floresta tropical do mundo foi destruída em apenas um século. Na taxa atual de desmatamento, as florestas tropicais do mundo desaparecerão em 100 anos. Nem é preciso fazer a pergunta: o que acontecerá então quando a floresta acabar? A imagem da Terra tirada a 3,7 bilhões de milhas de uma espaçonave é um minúsculo ponto de luz flutuando em um raio de sol. A terra é a única casa que temos no cosmos. Não sabemos onde mais a vida humana será possível.

Em “Laudato Si”, o Papa Francisco chama nossa atenção para o fato de que o aquecimento global é consequência da exploração humana irresponsável dos recursos da Terra. Ele acredita que “podemos tirar da generosidade da terra tudo o que precisamos para a subsistência”, mas adverte que “devemos exercer responsabilidade e cuidar de seus recursos”. Da mesma forma, o Papa Bento XVI em “Caritas in Veritate” afirma que “o meio ambiente é uma dádiva de Deus para todos, e em nosso uso dele temos a responsabilidade de abominar sua “exploração irresponsável” do ar, água ou terra ou perturbação desnecessária do mundo natural”. O Papa Francisco insiste que “não podemos mais ser indiferentes à exploração da nossa casa comum” e propõe uma mudança com base numa ecologia integral; a consciência de que “tudo está conectado” e também uma “conversão espiritual” capaz de levar a uma nova consciência da nossa relação com nós mesmos, com os outros, com a sociedade, com a criação e com Deus.

Pôr fim ao desmatamento pode ajudar muito a estabilizar o clima, salvar espécies selvagens e proteger nosso bem-estar. Em termos práticos, isso significa plantar árvores, usar menos papel, usar produtos reciclados, comprar apenas produtos de madeira sustentáveis, não queimar lenha excessivamente, reduzir a poluição do ar, mudar para energias renováveis, praticar a eco-silvicultura, conscientizar sobre a proteção da floresta, respeitar os direitos de povos indígenas, apoiando métodos agroecológicos que aumentam a produtividade enquanto reduzem os impactos ambientais, apoiando organizações que lutam contra o desmatamento, bem como não apoiando políticos, governos e sistemas corruptos.

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Ir. Francis Lukong – Secretariado de Solidariedade

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