30 de janeiro de 2017 PORTUGAL

Corações abertos para acolher e ajudar

No Verão de 2015, perante a crescente onda de refugiados que procuravam abrigo na Europa, o Papa Francisco desafiou as paróquias e as casas religiosas a abrir as suas casas ao acolhimento. Do lado do governo e da sociedade civil registaram-se apelos no mesmo sentido. A Província Marista Compostela disponibilizou diversos espaços para este acolhimento.

Em Portugal, os maristas de Carcavelos e de Lisboa e a Fundação Champagnat disponibilizaram-se para acolher duas famílias. O compromisso assumido envolvia apoio no alojamento, aprendizagem da língua, integração escolar das crianças, acesso à saúde e inserção no mercado de trabalho. A expectativa inicial foi-se apagando devido ao moroso processo burocrático da União Europeia. Soubemos de pessoas e instituições que acabaram por desistir.

Em novembro de 2016 – mais de um ano depois – voltamos a ter notícias concretas. A família estava a chegar. Houve que reativar energias e diligências para acolher o melhor possível quem batia à nossa porta. No dia 20 de dezembro um grupo de nós foi ao aeroporto abrir os braços a um pai, uma mãe grávida e três crianças de três, sete e nove anos. Chegou também outra família com laços de parentesco com a anterior que foi acolhida por outra instituição noutra zona de Lisboa. A partilha de necessidades, a abertura e o diálogo entre famílias e instituições envolvidas está agora a permitir uma reaproximação dos alojamentos das duas famílias.

Graças à colaboração de todos, desde a própria família até aos alunos, pais, Irmãos e educadores maristas, o processo tem decorrido com normalidade com as dificuldades próprias do encontro de culturas muito diferentes, mas com uma grande vontade de acolher e iniciar uma nova etapa de vida. As crianças iniciaram de imediato o 2º trimestre escolar no colégio marista de Carcavelos, os pais começam também a aprendizagem da língua e os outros passos próprios de uma gradual integração na sociedade. 

Também o Lar Marista de Ermesinde foi solicitado por instâncias governativas a abrir as suas portas ao acolhimento de menores não acompanhados. Um pequeno grupo de crianças está prestes a encontrar uma casa para viver, crescer, amar e ser amados.

Em época de Natal e de Bicentenário marista houve pessoas que não tiveram tanto tempo para si, para as suas famílias e projetos, mas abriram o seu coração para acolher e ajudar. Fizeram e continuam a fazer acontecer o natal de cada dia e a dar corpo a “um novo começo”.

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Ir. António Leal

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