Encuentro de provinciais – quarta-feira
O terceiro dia de encontro do Conselho Geral com os Superiores das Unidades Administrativas, 6 de março, destacou-se pelo trabalho sobre a reconfiguração no Instituto e informações sobre alguns processos que se realizam na área de vida marista.
Da tradição à transformação: Tipos de reconfigurações no Instituto Marista
Na parte da manhã, os participantes retomaram a discussão sobre o percurso de reconfiguração do Instituto, vislumbrando o futuro através das lentes de um “novo Hermitage”. Liderados pelos Irmãos Ben Consigli e João Carlos do Prado, os debates entre os Provinciais e Líderes de Distrito centraram-se em três possíveis caminhos: reconfiguração interna, reconfiguração canônica e reconfiguração das estruturas jurídicas civis. Partindo das experiências de reestruturação anteriores (1993-2000) e de eventos importantes como a Conferência Geral de 2005 e o Capítulo Geral de 2009, os Irmãos Ben e João Carlos enfatizaram o aprendizado que transmitiram: a necessidade de diálogo extenso, liderança visionária, preparação cuidadosa e respeito à diversidade foram fundamentais nos processos evolutivos que ocorreram ao longo das últimas décadas.
A reconfiguração é vista como um catalisador de mudanças positivas, prometendo eficiência, planejamento estratégico, colaboração, reforço de identidade, adaptabilidade, formação aprimorada, sustentabilidade financeira e interconexão global. O objetivo é renovar e realinhar o Instituto com sua missão e carisma, enfatizando a liderança, a missão, a formação, o planejamento, a comunidade e a administração financeira.
Durante as duas sessões da manhã, os participantes ouviram experiências de alguns líderes das Unidades Administrativas e regiões sobre os processos realizados com relação aos tipos de reconfigurações. Os Irmãos Luis Enrique (México-Ocidental) e Luis Felipe (México Central), o Irmão Gabriel Villa-Real (Hermitage), representando a Região da Europa, o Irmão Peter Carroll (Star of the Sea) e o Irmão Deivis Fischer (Brasil Sul-Amazônia) compartilharam suas iniciativas, medos, desafios e benefícios encontrados nos vários tipos de processos de reconfiguração que estão vivendo. Seguiram-se discussões reflexivas, com foco nos elementos positivos observados e nas áreas que precisam de mais discernimento para avançar nos processos de reconfiguração.
Em resumo, a jornada de reconfiguração do Instituto Marista significa um compromisso com o crescimento, a adaptação e o alinhamento com seus valores fundamentais. Por meio da reflexão, da colaboração e da liderança visionária, o Instituto se esforça para navegar na mudança, permanecendo fiel à sua missão e identidade.
Vida marista
Às 15:00 começou a sessão da tarde, com a celebração mariana, animada pelo Ir. Niño Mayor, del Secretariado de Educação e Evangelização. Em seguida o Secretariado Irmãos Hoje apresentou aos participantes o processo e o conteúdo da nova Guia de Formação, em fase de elaboração e que será apresentado ao próximo Capítulo Geral. No momento seguinte, Manu Gómez, diretor do Secretariado dos Leigos, apresentou o processo do Fórum Internacional sobre a Vocação Marista Laical, destacando etapa atual, fase 4, em que se está trabalhando em 2 áreas: identidade, formação e vinculação; estruturas jurídicas, civis e canônicas.
O último momento do dia foi dedicado ao encontro nas fraternidades.
Da tradição a transformação: a reconfiguração do Instituto Marista
“Agora temos força, energia e recursos para discernir e dar os passos necessários. Não tenhamos medo!” (Ir. Ernesto Sánchez).
Nesses dias de encontro chove e faz baste frio em L’Hermitage, nossa casa mãe, porém, as nossas mãos, o nosso coração e a nossa fraternidade continuam aquecidos e cheios de esperança, no ritmo de Champagnat, de modo a precipitarmos o inédito viável necessário ao Carisma Marista.
Nesse dia nos foi oportunizado pelo Conselho Geral discorremos acerca de temas vitais ao Instituto e ao Carisma de Marcelino Champagnat: reconfiguração, novo Guia de Formação e primeiros frutos do Fórum Laical. Pouso, nesse momento, o meu olhar e os meus sentimentos, acerca do processo de reconfiguração, uma vez que contempla aspectos internos, canônicos e de estruturas jurídicas e civis, em defesa da vida e da missão maristas. E o faço, em completa sintonia com Dom Helder Câmara, que enfatizava, “feliz de quem entende que é preciso mudar muito pra ser sempre o mesmo”.
Com o processo de reconfiguração, o Instituto convida-nos a defender a nossa essência e a “responder com audácia às necessidades emergentes”, abandonando velhos modelos, estruturas ou mesmo fórmulas mágicas, para buscar meios alternativos e sustentáveis de viver e tornar visível o amor de Deus, flexibilizando estruturas, sem medo de assumir riscos, no compromisso de nos manter fiéis ao Carisma Marista, com o olhar do Espírito, que lê os sinais dos tempos e propõe novas respostas às demandas de nosso tempo.
É o Senhor que nos diz: “é preciso nascer de novo” (Jo 3,7). E a sua proposta é a conversão do coração, antes de qualquer movimento. Isso implica decisão profunda e abertura à gratuidade de Deus para ser transformado por Ele e transformar a realidade que nos cerca, sob o olhar cuidadoso da Boa Mãe.
Meus Irmãos, “se queremos reivindicar o espírito de L’Hermitage, devemos começar por onde Marcelino começou: uma relação com Jesus Cristo, a qual era marcada pela paixão e pela fé”, nos diz o Ir. Seán Sammon.
Avancemos com coragem e esperança, afinal, “sabemos a rocha de onde fomos cortados”. (Is 51,1).
_________________
Ir. José de Assis Elias de Brito – Provincial de Brasil Centro-Norte