Haiti ainda em estado de emergência

Depois do terrível terremoto que sacudiu o Haiti, em janeiro de 2010, esse país voltou a ocupar as manchetes dos jornais pelas nefastas consequências que a cólera produz entre a população. É como chuva no molhado. Ainda um tormento a mais a despertar a consciência coletiva e a pergunta: ?E o que foi feito?De uma carta aos Irmãos Provinciais, escrita pelo Irmão Emili Turú, extraímos alguns parágrafos redigidos depois de sua recente visita ao Haiti.Faz algumas semanas, pude visitar nossos Irmãos e obras do Haiti, coincidindo com o 25º aniversário da presença marista no país. Infelizmente, 9 meses depois do terremoto, persistem grandes necessidades a serem atendidas. Já sabem que essa é considerada uma das mais graves catástrofes humanitárias da história, dado que, oficialmente, se considera terem morrido 200.000 pessoas e mais de 250.000 foram feridas. ?O povo do Haiti vive ainda em estado de emergência, com uma resposta humanitária que parece paralisada?, afirmava recentemente a organização ?Refugees International?. De fato, 1.500.000 haitianos ficaram sem teto e mais de 200.000 não têm sequer uma barraca ou lona para se refugiarem. Dos ?refúgios temporários? previstos, apenas 4,5% foram construídos. Há 2.000.000 de pessoas desnutridas. Em relação às ajudas econômicas, até o mês de setembro de 2010, o povo haitiano tinha recebido apenas 19% dos recursos prometidos pela comunidade internacional para a recuperação. Ainda que as principais dificuldades estejam centralizadas na capital, Porto Príncipe, o resto do país também foi afetado por causa de umas 600.000 pessoas que migraram para outras populações, entre as quais estão aquelas onde atuam nossos Irmãos. Até o dia de hoje, a FMSI reuniu 264.421,80 ? doados por algumas Províncias ou comunidades, centros educativos ou pessoas particulares. A essa quantia devem-se acrescentar 153.891,20 ?, correspondentes ao valor ainda constante do ?Fundo Tsunami?, e que o Conselho geral decidiu doar para o Haiti. Perfaz um total de 418.313 ? disponíveis para projetos, de acordo com os critérios habituais da FMSI. Durante minha visita, pude falar com os Provinciais do Canadá e do México Ocidental, de modo a atuarmos de forma coordenada entre nós e com a Igreja local, particularmente as Congregações religiosas. Alguns projetos foram realizados com o apoio do México Ocidental, e espero que, nos próximos meses, consigamos definir o tipo de ajuda que poderemos dar, sempre em harmonia com nossa missão. Daremos mais informações.