?Homens Integrados e Integradores?
Apesar dos rostos cansados daqueles que ultrapassaram a Cordilheira dos Andes ? e não para participar de algum rali ou campeonato, mas de um encontro fraterno ? com o coração cheio de expectativas, começou, na cidade chilena de Limache, o segundo encontro de formação de animadores de comunidade. Participaram cinquenta irmãos das Províncias de ?Santa Maria de los Andes?, ?Cruz del Sur? e do Distrito do Paraguai. Pela manhã foram apresentados os participantes, depois de acolhidos com palavras do Ir. Demetrio Espinosa, de ?Cruz del Sur?.
Após as orientações costumeiras sobre a dinâmica do encontro e de algumas orientações práticas, foi feito um trabalho em pequenos grupos, formados com pessoas menos conhecidas, conversando sobre as atividades realizadas ao longo do ano e que trouxeram satisfação e alegria para a missão partilhada de irmãos e leigos. Também foram expostos os sonhos apostólicos para o novo ano.
Após o almoço e tempo de descanso, particularmente para os que chegaram de manhã, reunimo-nos junto à gruta da Virgem Maria. Vivemos ali um bom momento mariano, fazendo preceder cada ave-Maria com as invocações comuns em cada localidade de procedência dos Irmãos participantes.
A primeira expositora foi a Sra. Ana Maria Díaz. Na intervenção abordou o conhecimento pessoal como base de toda relação. Em dois momentos da tarde, convidou-nos a trabalhar sobre a experiência de nossa formação inicial. Essa atividade fez aflorar sentimentos de gratidão e de saudades em torno de nossa caminhada, bem como numerosas e ricas experiências de doação. A celebração eucarística foi o momento oportuno para elevar o coração e agradecer a Deus a vivência desse primeiro dia.
Na sala de reuniões do Colégio ?Santa Maria de Limache? – casa que acolhe este grupo de Irmãos de diversas idades e experiências de vida – começou o segundo dia com a oração da manhã, em que, pausada, participativa e vivencialmente, se retomou a experiência do dia anterior.
O tema central do dia versava sobre o desenvolvimento pessoal ligado ao autoconhecimento e à relação interpessoal. A professora Ana Maria Díaz conduziu a análise de como na Vida religiosa foi mudando suas expectativas, nos últimos anos. A plenitude vocacional era vista a partir de uma esperança fundamentada no ser ?cidadãos do céu?. Nessa perspectiva, o Reino de Deus se apresentava como uma experiência a ser realizada além da história e da vida. Num segundo momento, foi trabalhada a convocação a ser ?cidadãos da história?, em que se integram o histórico, o transcendente e o espiritual. Sob essa perspectiva se valoriza a simplicidade de vida, a austeridade, a partilha e a entrega de si pela causa da libertação dos oprimidos. Num terceiro momento, refletimos sobre a plenitude religiosa como ?cidadãos de nós mesmos?, em que o homem caminha com esperança, descobrindo a presença do Reino de Deus na própria vida. Este trabalho ocupou as duas sessões da manhã e foi concluída de tarde.
O trabalho por comunidades de vida permitiu-nos de entrever o crescimento comunitário, a partir da proposta evangélica. Em grupos, trabalhamos sobre passagens bíblicas em que o Senhor se encontra com pessoas que sofrem limitações e feridas físicas ou morais. Na Eucaristia da tarde, cada comunidade manifestou seus propósitos, colocando sobre o altar uma flor em sinal de consagração.