II Assembleia Internacional da Missão Marista
Este é o poema que centralizou a jornada:
Acender vidas, sonhar juntos um mundo melhor para as crianças e jovens pobres.
Acender vidas assumindo uma visão de futuro cheia de esperança.
Acender vidas com a mesma audácia e criatividade de Champagnat.
Acender vidas a partir do desígnio amoroso de Deus para nosso mundo.
Acender vidas com respeito à criação.
Acender vidas em um projeto de solidariedade com todos os seres humanos em especial com os marginalizados.
A lenda de Bamako
No momento de escutar as ‘Vozes do fogo’, foi relatada uma história africana: A Lenda de Bamako.
“Há muito tempo, na época em que a noite era escura, vivia na aldeia de Kikamo uma jovem muito bela e amável chamada Bamako. Um dia alguns soldados vindos do norte passaram a atacar a aldeia de Bamako. Atacavam à noite e se escondiam de dia. Os amigos de Bamako enfrentavam os atacantes com valentia, mas não sabiam lutar durante a noite. Certa dia, o deus N’Togini apareceu a Bamako e lhe disse: ‘Meu filho Djambé se apaixonou por você. Se você aceitar se casar com ele, ele a levará ao céu onde você vai brilhar todas as noites. Seu povo não precisará lutar na escuridão, pois você iluminará suas noites’. Bamako não hesitou em aceitar a proposta. Djambé a levou ao céu como havia prometido seu pai. O resplendor de seus grandes olhos iluminaram a noite escura. Nessa noite, os aldeões obtiveram uma grande vitória e expulsaram seus inimigos de seu território. Desde então, o rosto resplandecente de Bamako aparece todas as noites no céu”.
Ao iniciar a plenária foi apresentada uma síntese dos desafios e oportunidades elaborada pelo grupo encarregado da redação do documento. A tarefa foi intensa. Foram horas de muito trabalho. Mas pouco a pouco se chegou ao texto definitivo.
Encontro por regiões
A Assembleia já está pensando no dia seguinte. Reunidos por regiões, planejou-se como comunicar a experiência da II AIMM em cada região e nas Unidades administrativas, bem como que sugestões serão transmitidas às assembleias regionais. Durante o tempo da reunião, aproveitou-se para tirar a foto do grupo de cada região. A fotografia de todo grupo foi feita após o almoço.
A oração mariana realizada no início da tarde ficou a cargo dos representantes da Província da África do Sul. A Assembleia foi motivada com rostos africanos de Maria e textos inspirados nos documentos Maristas.
Leitura da versão preliminar do documento da II AIMM
O texto redigido por uma comissão foi entregue à Assembleia para sua análise final por Maria Luciana Citterio, jovem argentina, que apresentou as ideias com uma linguagem que recordou aquela usada por seu compatriota argentino, o Papa Francisco. Durante a leitura, o ambiente estava carregado de tensa emoção que foi crescendo até o aplauso final, confirmando a aceitação dos participantes.
A estrutura do texto consta de uma introdução, o enunciado de três sonhos, os desafios e as perguntas de fundo, um amplo enunciado de oportunidades que nos permitiram uma maior vitalidade do carisma e da missão marista, além das palavras de encerramento.
Conteúdo da mensagem
O texto inicia com uma ilusão às origens do primeiro ser humano “nesta terra africana” e como a partir daí “colocou-se em movimento rumo a novas terras, gerando uma humanidade diversificada”. “150 anos depois, o Espírito Criador estabeleceu que alguns voltariam à terra africana para estabelecer um novo começo. Esse Espírito nos convocou, como Maristas de Champagnat, para celebrar a II Assembleia Internacional da Missão Marista em Nairóbi, Quênia”.
Este é um fragmento de um extenso preâmbulo em que se faz referência a algumas atitudes encarnadas na fase preparatória, guiados pelo exemplo de Maria. Destaca em seguida alguns sentimentos dominantes no ânimo dos participantes: “Como em um novo Pentecostes, o Espírito fez arder o fogo em nossos corações e nos impulsionou a sonhar novos horizontes para uma maior vitalidade do carisma marista”. Apresenta em seguida a dimensão de “comunhão com as Igrejas locais e com toda a Igreja universal” e o convite do Papa Francisco a “avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão”. Em seguida coloca a reflexão da Assembleia em sintonia com o bicentenário da fundação marista. “Imaginamos juntos uma nova narrativa em que a profecia, a mística e a comunhão sejam características nas quais reconheçamos e nos reconheçamos como maristas de Champagnat”.
Pondera depois que, para sermos fieis “ao legado da I Assembleia Internacional da Missão Marista celebrada em Mendes (Brasil), fomos chamados a ser Maristas novos em Missão e a perscrutar as novas expressões do carisma marista no horizonte do terceiro centenário”. Apresenta a seguir o sonho de “que os Maristas de Champagnat sejam reconhecidos como profetas, místicos e homens e mulheres que vivem a comunhão”. Depois desse enunciado, explica os conteúdos desse sonho com uma lista de enunciados como propostas de ação.
O texto descreve a seguir cinco desafios “para poder ser mais significativo”: gerar os processos necessários para promover e acompanhar a vocação e as comunidades maristas em suas diversas expressões; cultivar a dimensão contemplativa e de interioridade que sustenta e nutre a vida marista e a missão; recriar as estruturas que necessitamos a serviço de uma maior vitalidade do carisma marista; vencer os temores e resistências para ir às periferias e promover e defender os Direitos das crianças e dos jovens; promover dinâmicas ‘inter…(internacionalidade-interculturalidade-intercongregacionalidade-intereclesialidade)’ que favorecem a missão marista em novas terras.
Cada desafio vai acompanhado de uma série de perguntas que constituem um tema de avaliação para se analisar a realidade e as atitudes com que se enfrentam os desafios.
Em seguida apresenta-se uma grande relação de oportunidades sobre as quais se pode apoiar para dar uma maior vitalidade ao carisma e à missão marista. E se conclui com “agradecimentos ao bom Deus por nos haver propiciado esta experiência de encontro e comunhão”.
Avaliação
Outro momento importante desse dia foi o da avaliação escrita da Assembleia. A partir de uma pauta dirigida, foi possível recolher a opinião dos participantes sobre a organização da Assembleia e sobre as diferentes dinâmicas utilizadas como método de trabalho. Ao concluir esse espaço avaliativo, foram apresentadas as indicações para organizar a partida de Nairóbi. E as mulheres participantes da II AIMM entregaram a fotografia do numeroso grupo como recordação.
Celebração da fraternidade
Os representantes de Santa María de los Andes organizaram um emocionante momento celebrativo de experiência da fraternidade vivida durante esses dias. O ato começou com uma dança que criou um ambiente de contemplação e interioridade. Novamente se reuniram as 12 pequenas comunidades que partilharam a vida e a reflexão durante esses dias. A cada comunidade foi entregue um pão e um copo de água. O pão, uma vez partido, foi partilhado entre os componentes dos grupos. O coordenador de cada grupo bebeu a água e marcou com o sinal da cruz a testa dos companheiros. Toda essa série de gestos de comunhão e benção foi concluída com um forte abraço enquanto se rezava o Pai-Nosso. Foram momentos de intensa emoção que provocaram lágrimas em todos.
“Asante Kwaheri”
Com alegria no coração, todos os participantes se dirigiram a um local aberto onde foi servido um lanche. A animação da festa “Asante Kwaheri” com ritmo africano deu a oportunidade de se ouvir a banda do MIC e um grupo de participantes jovens compuseram uma canção com motivo da II AIMM.
Durante a festa, agradeceu-se às Irmãs das três casas em que estavam abrigados os participantes a atenção e o serviço prestados. Aproveitou-se também para expressar a gratidão da Comissão Central às equipes de trabalho, ao MIC, à Província África Centro-Leste e alguns convidados pelo apoio que deram para que tudo corresse bem.
Terminou assim um dia histórico em que a II AIMM entregou à “família carismática” dos “maristas de Champagnat” um novo projeto de vida para dinamizar o carisma e a missão. O rico texto que a II AIMM tornou público passará à história como um momento decisivo na relação de Irmãos, leigas e leigos.
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AMEstaún, 26 de setembro