30 de setembro de 2014 LIBéRIA

Notícia da Comunidade de Monróvia

O Ir. Anthony Siryeh, da Comunidade Marista de Monróvia, envia-nos informações sobre a situação na Libéria em consequência do vírus Ebola.

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Saudações de Monróvia, onde estou há algumas semanas. No início de agosto me dirigi à Costa do Marfim para participar do retiro anual do nosso Distrito. Precisei, no entanto, voltar à Libéria devido a alguns compromissos, apesar do risco da proliferação do vírus Ebola em meu país. Vivo atualmente em nossa  comunidade em Monróvia com o Ir. Tekay e o Ir. Samuel. A crise tem avançado cada vez mais rapidamente e a perda de vidas é cada vez maior. A epidemia afetou tudo em nosso país. Foi declarado um estado de emergência de três meses (entre 6 de agosto e 6 de novembro de 2014) e, durante esse período, todas as escolas permanecerão fechadas e as repartições públicas deverão reduzir o número de funcionários, especialmente aqueles cujas funções não são imediatamente imprescindíveis.  A movimentação das pessoas obedece a restrições e não é permitido viajar de uma parte a outra do país. 

O governo fechou as fronteiras. Todos os locais de diversão devem ser fechados todos os dias; às 18h e às 19h, é dado o toque de recolher, determinado pelo governo para todos. As pessoas estão proibidas de se encontrar em reuniões públicas, o que as impede de frequentar igrejas e outros centros de convenção do país. Isso também causa grande impacto na economia e no desenvolvimento do país. Os comerciantes e empresários não podem negociar seus produtos porque a maior parte dos bens é importada de outros países. Os preços dos produtos estão cada dia mais elevados. Os projetos que o governo desenvolvia foram interrompidos. Todas as Agências Internacionais deixaram o país para evitar o contágio com o vírus.  

A maioria das companhias aéreas suspendeu as viagens à Libéria. A dificuldade de se viajar na Libéria atinge agora a todos. Hospitais e clínicas fecharam, o que significa que as pessoas não estão recebendo tratamento quando ficam doentes. Esse contexto torna-se extremamente complexo no país. Algumas pessoas sofrem de doenças comuns, mas como não recebem tratamento, acabam falecendo. Muitos hospitais ficaram sem o pessoal médico e de enfermagem. As notícias sobre mortes continuam a crescer dia após dia, embora algumas pessoas estejam se recuperando graças ao uso de remédios e vacinas contra o EBOLA trazidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Precisamos de alimentos para socorrer nosso povo. Tudo ficou muito caro, pois não temos recebido suficiente ajuda de fora.  Os alimentos que as pessoas costumavam comprar em outras partes do país estão agora restritos. Muitas pessoas estão morrendo de fome. Ajudar a alimentar nosso povo é hoje uma prioridade.

A Comunidade Marista representa um apoio importante para o povo. Ver que estamos juntos significa um grande encorajamento. Estamos dispostos a ajudar de todas as formas possíveis.

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Ir. Anthony Siryeh

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