7 de janeiro de 2013 ESPANHA

Ir depressa, como Maria, para uma Nova Terra

De 14 de setembro a 15 de dezembro, dois Irmãos participaram de um curso de missiologia, na Escola de Formação Missionária de Madrid. Trata-se dos Irmãos Andrés Barrera e Mitsuaki Hatanaka, das Províncias de l’Hermitage e Santa Maria dos Andes. Destacamos a riqueza da pluralidade de carismas nesse curso: sacerdotes, leigos e leigas, religiosas e religiosos. Na conclusão do curso, saímos contentes e felizes, desejosos de caminhar depressa como Maria para uma Nova Terra. Agradecemos a Deus e a todos os que tornaram possível nossa participação nesse curso. As comunidades que nos acolheram, Xaudaró e Chamberí, os Irmãos que nos trataram como filhos da mesma família, o apoio e o testemunho dos Irmãozinhos foram de valor incalculável. Pelo caminho da fraternidade percorremos o caminho espiritual, atentos à realidade missionária da Igreja, mediante a formação.

A aprendizagem, nesses três meses, foi intensa. Vivemos momentos de encontro com o Senhor da história, nas orações e nas Eucaristias celebradas. Destacamos a boa organização da equipe coordenadora da Escola, a boa programação e a excelente escolha do professorado. O curso abriu-nos um novo horizonte para a Missão Ad gentes. Foi marcado por intensa partilha de conhecimentos, experiências, reflexões, perguntas, propostas de atividade e outras. Vivenciamos um ambiente de profunda fraternidade eclesial e espiritual. Tivemos professores com excelentes propostas teológicas e eclesiais, com conhecimento e análise crítica da realidade que, depois, teremos que adaptar a nossas missões, tratando de encarnar os conteúdos recebidos nos vários contextos em que iremos viver. Destacamos as seguintes ideias:

  • A Missão não é parte do trabalho da Igreja; é a própria Igreja. Portanto, somos comunidades eclesiais que rezam, partilham, crescem na fé e caminham na fraternidade, sendo exemplo de diálogo inter-religioso, sinais proféticos ante o sistema político, social e ante a economia mundial que cria sistemas de opressão. Ser missionário significa ser sinal do Senhor, na medida em que conhece a Deus e se deixa interpelar pela Palavra, pela história, a realidade e a comunidade eclesial e institucional.
  • Todos somos missionários em nossos âmbitos. Quem vai à Missão Ad gentes não é o centro do mundo, tampouco aquele que leva a solução aos problemas urgentes; é simplesmente um cristão que se insere na Igreja local, nela se integra e começa a caminhar com os cristãos, tratando de viver e construir, com os demais membros, o Reino de Deus e sua justiça. O missionário precisa viver a fraternidade numa comunidade inserida na Igreja. Não somos sinais de protagonismos, mas o sinal da presença de Deus.
  • O missionário, em atenção ao povo do lugar, procura aprender a língua própria do lugar para comunicar-se. O missionário está consciente de suas limitações; por isso, aprende da nova realidade, observa-a, escuta o povo e os clamores dos pobres, discerne em comunidade o chamado de Deus e começa a viver o projeto da Igreja em que se integra, deixando-se interpelar pela realidade e o sonho de Deus. Para isso, encontra a força de Deus através da oração pessoal e comunitária.
  • O missionário é pessoa aberta ao diálogo com a comunidade, com o mundo, a realidade, as outras religiões e, em concreto, trata-se de dialogar com as pessoas, falando a sua língua. Finalmente, não pode tornar realidade um projeto se, antes, este não tiver interpelado o seu coração e a própria comunidade, um projeto que faça crescer o Reino e sua justiça. Caso contrário, pode mais prejudicar o povo do que cooperar no crescimento de uma comunidade.

Pedimos ao Senhor, dono da messe, que envie muitos operários, testemunhas do Reino de Deus e de sua justiça, e colocamos nossa confiança na Boa Mãe e em S. Marcelino Champagnat. Encorajamo-nos, mutuamente, nas tarefas da missão que cada Irmãozinho de Maria, leigas e leigos maristas somos chamados a desempenhar no próprio contexto. Vivamos com autenticidade nossa vocação, segundo o sonho de Deus para cada cristão, mas em comunidade e inseridos em nossa Igreja.

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