18 de fevereiro de 2024 CASA GERAL

Irmão Emili Turú fala sobre os religiosos e o chamado à renovação

Reproduzimos aqui uma entrevista com o Ir. Emili Turú, Superior Geral do Instituto de 2009 a 2017 e atual Secretário Geral da União dos Superiores Gerais. Esta entrevista apareceu pela primeira vez na edição de 08 de fevereiro passado no jornal The Irish Catholic.

Qual é o significado deste Sínodo sobre a Sinodalidade com todas as suas profundas novidades para a vida religiosa?

O Papa Francisco disse diversas vezes que a sinodalidade é o que o Senhor espera da Igreja neste milénio que vivemos. Durante o encontro conjunto das duas Uniões de Superiores Gerais, pude constatar que a vida consagrada está convencida deste apelo do Espírito neste momento da história e está empenhada em levá-lo adiante. Certamente haverá exceções entre os membros da vida consagrada, mas entre os membros da liderança vi esperança e compromisso.

Alguém comentou que este Sínodo tem de certa forma o mesmo fôlego e espírito do Concílio Vaticano II; na sua opinião é assim? Por quê?

O Vaticano II significou, entre outras coisas, a redescoberta da Igreja como Povo de Deus. O exercício da sinodalidade é uma aplicação prática desta eclesiologia.

A história da Igreja lembra-nos que a implementação de um Concílio leva um período de cerca de cem anos… É aí que estamos agora, na implementação do Vaticano II!

Quantos religiosos e religiosas estão envolvidos nas assembleias sinodais, qual você acha que é a contribuição específica que eles dão e qual é a oferta do Sínodo à Vida Religiosa?

Não tenho um número concreto, mas provavelmente é alto. São 10 religiosos e religiosas escolhidos pelo USG (5) e pela UISG (5). Mas há muitos outros religiosos e religiosas: alguns escolhidos diretamente pelo Papa, e muitos outros que colaboram em tarefas de facilitação ou como consultores, ou em outros tipos de apoio. Há também muitos bispos que são religiosos… a começar pelo Papa!

Na vida consagrada há uma longa história de experiências sinodais, embora em diferentes formas, muitas vezes influenciadas pelo contexto histórico em que cada congregação foi fundada. Diferentes tradições espirituais oferecem a sua riqueza ao processo sinodal, mas ao mesmo tempo sentem-se desafiadas a abandonar o que não é essencial na sua própria tradição e a abraçar com abertura a novidade do Espírito.

Comentando o significado do encontro, o Padre Arturo Marcelino Sosa, Superior Geral da Companhia de Jesus e Presidente da USG, exortou os participantes a não perderem a oportunidade de “pensar juntos sobre a melhor forma de combinar energias e recursos para servir a missão de Cristo”. Que estratégias foram discutidas para manter vivo o espírito sinodal entre as duas Uniões?

As duas Uniões participaram muito ativamente no processo de consulta que antecedeu a primeira sessão do Sínodo e continuarão a fazê-lo sempre que forem convidadas a fazê-lo. No encontro que tivemos com o Papa ficou muito claro que as duas Uniões de Superiores Gerais estão ao seu lado neste esforço de renovação da Igreja universal.

Além disso, as duas Uniões já «caminham juntas» há anos, de forma sinodal, colaborando em muitas iniciativas e projetos.

O que você imagina e, acima de tudo, espera deste longo e participativo processo sinodal entre agora e sua conclusão dentro de um ano?

Procuro não ter expectativas muito altas, porque um processo de renovação da Igreja universal leva muitos anos… e muita paciência!

Penso que já podemos ver os frutos deste Sínodo no caminho percorrido: aprendemos juntos a ouvir-nos uns aos outros, a discernir, a ouvir o Espírito. Isso é o mais importante, acredito. Um novo estilo de relacionamento na Igreja e com todos os nossos irmãos e irmãs, crentes e não crentes. Espero que dentro de alguns anos, quando olharmos para trás, possamos reconhecer que o caminho que fizemos juntos nos tornou pessoas melhores, melhores cristãos.

Versão original em inglês

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