Irmão Francisco (1808-1881)
Primeiro Superior-Geral do Instituto dos Irmãos Maristas
Gabriel Rivat (Ir. Francisco) nasceu em 12 de março de 1808, na aldeia de Maisonnettes, perto de La Valla-en-Gier (França). Ele foi o último dos 7 filhos do casal Jean-Baptiste Rivat e Françoise Boiron.
Em sua família, a oração do terço era uma prática diária e, quando Gabriel tinha cinco anos, sua mãe o consagrou à Virgem Maria durante uma peregrinação ao santuário de Valfleury.
O padre Marcelino Champagnat chegou, como vigário, à paróquia de La Valla em 1816. Gabriel tinha 8 anos e foi um dos primeiros a assistir ao catecismo matinal do vigário. Aos 10 anos fez a primeira comunhão. Três semanas depois, pediu para entrar na jovem comunidade que o Padre Champagnat acabava de fundar.
Na quarta-feira, 8 de setembro de 1819, Gabriel Rivat vestiu a roupa distintiva dos “Pequenos Irmãos de Maria”: calça preta, sobrecasaca, colarinho e cartola. A partir desta data, Gabriel Rivat passa a ser o Irmão Francisco.
O Irmão Francisco (Gabriel Rivat) começou a trabalhar como professor em La Valla aos 12 anos. Como ele era muito pequeno, para ver todos os seus alunos ele subia em uma pedra e dava suas aulas de lá. Mais tarde foi professor na escola de Marlhes e de Vanosc.
Durante o verão de 1824, ele voltou a La Valla para ajudar a construir uma grande casa, L’Hermitage. Ajudante de pedreiro improvisado, passava o tempo movendo pedras e ajudando a fazer a massa. Ele foi então enviado para a aldeia de Boulieu-les-Annonay, encarregado da classe dos alunos maiores e, portanto, responsável pela escola.
Na quarta-feira, 11 de outubro de 1826, aos 18 anos, o Irmão Francisco emitiu, em segredo, os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência após a comunhão.
A partir desse momento será secretário do fundador e diretor das aulas de noviciado.
Em 1839, as forças de Marcelino diminuíram. O fundador pediu aos irmãos que escolhessem seu sucessor. O Irmão Francisco foi eleito.
Com a morte de Champagnat, em 6 de junho de 1840, Francisco dará continuidade à obra por ele deixada.
Como superior, enfrentará e superará vários problemas, como a falta de reconhecimento legal e a falta de reconhecimento eclesial, a identidade da congregação, a união-separação com os padres maristas, o esclarecimento das regras e a expansão do Instituto fora da França.
No Capítulo Geral de 1860, reunido a pedido da Santa Sé para estudar as Constituições, o Irmão Francisco surpreendeu a todos apresentando sua renúncia ao cargo de Superior Geral. Ele alegou motivos de saúde. O Capítulo, não aceitando a renúncia do Irmão Francisco, nomeou um vigário, o Irmão Luiz Maria.
Em janeiro de 1863 o Instituto foi aprovado por Sua Santidade Pio IX. A segunda sessão do Capítulo Geral realizou-se em julho de 1863. Como o decreto de aprovação, ainda que provisório, já havia sido obtido, não houve objeção em aceitar a renúncia do Irmão Francisco como Superior Geral e proceder à eleição de seu sucessor. O escolhido foi o Irmão Louis Maria.
A partir de 1860, após sua renúncia ao cargo de Superior Geral, residiu em l’Hermitage, como superior da comunidade. Ele se preocupou em criar um ambiente de silêncio, o que facilita a todos viver na presença de Deus. Além disso, preocupou-se em criar um ambiente mariano. Como diretor da casa de l’Hermitage, o Irmão Francisco levava uma vida regular e tranquila, pode-se dizer contemplativa. Ela cuidava de uma parte do jardim, cuidava dos irmãos na enfermaria e passava muito tempo em oração. Ele não se esquivava do trabalho e concordava em continuar sendo superior da casa e dos alunos, exigia-se presidir todos os eventos comunitários, tanto as orações quanto as refeições, e continuou a ministrar cursos de religião.
Embora exigente, era próximo dos formandos, conhecia cada um pelo nome e sabia orientá-los com conselhos oportunos. Foram eles que passaram a chamá-lo carinhosamente de “avô”.
No sábado, 22 de janeiro de 1881, ao meio-dia, o Irmão Francisco não compareceu à visita comunitária ao Santíssimo Sacramento. Como não costumava faltar às orações, preocupados com sua ausência, os irmãos foram até seu quarto e o encontraram desmaiado; horas depois veio a falecer.
À morte do Irmão Francisco, o Instituto está devidamente fundado e consolidado. É formado por aproximadamente 2.500 irmãos que ensinam a mais de 80.000 alunos em 565 escolas. O Instituto se encontrava dividido em 8 províncias: Saint-Genis, Hermitage, St. Paul, Aubenas, Norte, Bourbonnais, Ilhas Britânicas e Oeste; além das missões da Oceania. Da mesma forma, havia grande número de formandos: uns 600 noviços, cerca de 130 postulantes e em torno de 190 juniores.
