Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1830-11-24

Na qualidade de Superior dos dois grupos de aspirantes maristas, o Pe. Colin começa a escrever um sumário de regra, isto é, um regulamento que possa caracterizar a futura associação. Encoraja o Pe. Champagnat nos acertos com o Pe. Rouchon, de Valbenoîte, que conseguira ajuda do Pe. Séon, durante o tempo pascal daquele ano e que, agora, oferecia acolhida aos padres maristas que quisessem atuar como coadjutores. Neste texto, quando alude a tempos difíceis e obras fundadas em tempo de tempestade, o Pe. Colin se refere às incertezas do clima político e não à divergência de opiniões dos dois sacerdotes. Ele ainda anuncia uma próxima visita a l?Hermitage, para encorajar o grupo de Lião.

Belley, 24 de novembro.

Meu caríssimo confrade:

Recebi com prazer a vossa carta e a do Pe. Bourdin. Pensamos que os vossos acertos com o sr. pároco de Valbenoîte redundarão em proveito da obra. Os estabelecimentos forjados nas tempestades são em geral os mais firmes e estáveis; portanto tendes todo o direito de esperar que o que ides construir em St. Etienne neste momento será durável e dos mais proveitosos para a Igreja.

Obrigais-me a dizer-vos que solicitei que o Pe. Villelonge se retirasse de Belley. Aconselhei-o a ir à cartuxa. Julgo que fareis bem em não admiti-lo na vossa casa .

Se eu puder reservar-me algum tempo, irei de boa mente a lHermitage. Quanto prazer para mim ver-vos todos e poder deliberar sobre diversas coisas relativas à nossa Sociedade. Podeis assinalar-me a semana precisa em que estareis todos, mas sou pouco senhor do meu tempo.

Quanto mais examino, mais vejo dificuldades em poder extrair um sumário da regra. Eis a razão: seria preciso que fosse lida perante todos e discutida, para evitar graves inconvenientes mais tarde. Vede se isto não é justo. Creio que as regras da semana, do mês, do ano e dos exercícios de todo o dia vos bastarão por ora. Ainda assim, não são todas praticáveis, antes que formemos uma corporação.

Escrevo-vos às pressas; o nosso retiro vai começar. Só tenho o tempo de vos dizer que marcamos 600 missas na vossa desobriga. Escrevi longa carta ao Pe. Cholleton. Se eu puder ir a lHermitage, espero vê-lo.

Os vossos confrades de Belley abraçam-vos e, com eles, sou o vosso mui dedicado servidor COLIN, superior.

P.S. Esqueci dizer que penso renovar a nossa correspondência com o antigo núncio em Paris, hoje cardeal. Mas disso vos falarei mais tarde.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: OM 222

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