Carta a Marcelino

Mons. Simon Cattet

1830-03-30

O arcebispado solicitara a liberação de um dos padres de l?Hermitage para ajudar o Pe. Rouchon, em Valbenoîte. Temeroso de que tal concessão resultasse na perda de algum dos seus colaboradores, o Fundador pediu ao Pe. Cattet que precisasse o assunto e aproveitou para requerer novas autorizações em favor dos padres que serviam em l?Hermitage, para que todos pudessem atender igualmente na região. Este texto do Pe. Cattet tranqüiliza o Fundador quanto à ajuda que deve ser prestada em Valbenoîte e concede os poderes canônicos pedidos. Ao Pe. Champagnat, porém, esses poderes são concedidos em maior amplitude, sinal de que o arcebispado ratificava a sua posição de Superior, tanto dos Irmãos quanto dos padres maristas de Lião. Alguns pedidos de fundação de escolas chegavam diretamente ao arcebispado; o Pe. Cattet os repassava ao Pe. Champagnat. Uma lei do governo, em fevereiro de 1830, determinava que cada Departamento tivesse uma escola modelo, isto é, escola de magistério. O Pe. Cattet, como já o havia sugerido antes (Carta n°16), volta a dizer ao Pe. Champagnat que proponha l?Hermitage para tal finalidade porque, em caso positivo, facilitaria a aprovação do Instituto. O assunto não foi adiante por causa da revolução do mês de julho, que transtornou tudo.

Lião, 30 de março de 1830.

Senhor:

O Conselho entendeu a petição do Pe. Rouchon em conformidade do vosso parecer, isto é, um dos vossos sacerdotes levará auxílio a Valbenoîte apenas por ocasião da Páscoa.

Estou de regresso da minha gira pelos seminários, mas nas férias não deixarei de ir ter convosco.

Concedemos a vós e aos sacerdotes que estão convosco os poderes de que necessitais para as missões e retiros na diocese e para os lugares a que vos enviar o arcebispado para que presteis ajuda. Os vossos poderes continuam para lHermitage e arredores ad duas leucas.

Da mesma forma, tendes os poderes extraordinários para quaisquer lugares a que vos envie o arcebispado; para os vossos confrades, porém, excetuam-se os casos previstos, números 8 e 10, Peccatum Confessarii vel parochi.

Solicitam-se Irmãos vossos para a cidade de Vienne, mas temo não possais mandar elementos bem preparados nos seus diversos aspectos, e suficientes para tal posto importante; eis por que julguei que nada se devia prometer.

Caro amigo, seria de desejar que o prefeito departamental do Loire fizesse as diligências de que vos falou, no sentido de que o vosso estabelecimento seja reconhecido como escola modelo. O sr. arcebispo escreveu-me de Paris, dizendo que os trâmites do prefeito departamental seriam do seu agrado; por isso fui à repartição dele na minha estada em Montbrison; infelizmente ele estava em visita aos conselhos de revisão.

Abraço-vos com toda a minha alma, CATTET, vigário geral.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 124.06

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