Carta a Marcelino

Mons. Simon Cattet

1830-05-24

Resposta do Pe. Cattet a uma carta não-conservada do Fundador. A perda daquela carta é de se lamentar, pois certamente o texto nos ajudaria a compreender um pouco da sua dinâmica como Superior. Pode-se até supor que, levado pela humildade que sempre o caracterizou, o Pe. Champagnat tivesse apresentado renúncia ao cargo de Superior, alegando já ter cumprido o encargo de dar à diocese uma nova Congregação de Irmãos ensinantes, com autorização legal iminente. O Pe. Cattet, confessa estar emocionado diante do gesto e dos sentimentos expressos pelo Fundador. Apesar de breve, esta carta do Pe. Cattet manifesta elogio e apoio ao Pe. Champagnat na sua qualidade de Fundador e na sua função de Superior dos Irmãos. Em outra carta do arcebispado (Carta nº 24) o apoio e a confirmação no seu cargo de Superior é muito mais explícito. Quanto ao tema da legalização do Instituto, de que se fala nesta carta, deve-se dizer que, graças à preciosa adesão de D. Gaston de Pins e de outras pessoas influentes, o processo estava realmente pronto. Em maio de 1830, a documentação completa encontrava-se sobre a mesa do Rei, faltando apenas a sua assinatura. Infelizmente os distúrbios políticos e a revolução de julho de 1830 obrigaram o Rei Carlos X a abdicar; com isso o processo de legalização do Instituto caducou.

Lião, 24 de maio de 1830.

Senhor:

Os sentimentos que ditaram a vossa carta comoveram-nos: honram a vossa modéstia e nos provam, ademais, que sois a pessoa de que o bom Deus quer servir-se para realizar a sua obra com eficácia.

Meu caro amigo, continuai a preparar para a diocese bons elementos, para o florescimento da religião no meio rural.

Recebi carta de Paris na qual se me anuncia que a ordenança em favor da vossa Congregação está pronta e que só se aguarda a vez para que o Rei a assine.

Com muita amizade, CATTET, vigário geral.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: AFM 124.07

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