Carta a Marcelino

Pe. Jean-Claude Colin

1832-11-13

O Pe. Colin responde a duas cartas do Pe. Champagnat que, provavelmente, referiam a eleição do Pe. Séon como novo Superior do grupo dos padres maristas da diocese de Lião. A casa de Valbenoîte, onde já estavam os padres Séon e Fontbonne, passou a ser o ponto de referência e ?casa de noviciado?, na diocese de Lião, ao mesmo tempo que, na diocese de Belley, a casa central do grupo marista começou a ser a casa conhecida como ?Capucinière?. Quando o Pe. Colin, neste texto, fala do sacrifício da separação que o Pe. Champagnat deverá fazer, refere-se à ida para Valbenoîte de dois outros padres de l?Hermitage: os padres Chanut e Forest.

Belley, 13 de novembro de 1832.

Meu caríssimo confrade:

Recebi as vossas duas cartas em tempo. Mereço reprovações pelo atraso em vos responder, mas não queria interferir, de nenhuma forma, nos vossos concertos, e isto por atenção aos superiores de Lião. Acabo de receber carta do Pe. Séon, superior dos padres de Valbenoîte: anuncia-me que tudo está ultimado e que os superiores de Lião deram aprovação. Não vos posso exprimir quanto bendigo o Senhor por isto. Admiremos, caríssimo confrade, a via da Providência que, de maneira insensível, chega aos seus fins. Não esqueçamos de dar humildes ações de graças a Jesus e Maria.

Esta separação dos vossos confrades quiçá vos seja penosa, mas está nos desígnios do Senhor. Conquanto separados de corpo, nunca o sereis de espírito. Que a maior união exista entre nós todos, qualquer que seja o ramo da Sociedade a que pertençamos. Como membros do mesmo corpo, estejamos todos dispostos a prestar serviços uns aos outros, a apoiar-nos, a encorajar-nos, a auxiliar-nos mutuamente.

Consideremo-nos todos filhos da mesma Mãe, que é a gloriosa Maria, e que o coração desta terna Mãe fique sendo o laço que nos une todos.

Penso que a minha carta vos chegará antes da vossa separação. Se mo permitis, direi a todos: Muito amados confrades, ulti- mai a vossa obra, respondei aos desígnios do Senhor sobre vós; considerai o Pe. Séon como outro Jesus Cristo no meio de vós; aligeirai-o das penas inseparáveis do ônus de superior pela vossa docilidade e cordialidade etc. Nós também nos encontramos na casa do noviciado, três padres e cinco Irmãos; os demais trabalham no seminário, mas as duas casas não formam senão uma. Não posso, neste momento, viajar a Bordéus; penso até que não consiga ir este ano. Concito-vos a que façais a viagem, se podeis, caso em que deveis tomar todas as informações possíveis. Acabo de receber carta do Pe. Chaminade, superior da Sociedade de Bordéus, na qual nos convida e indica que estará em Agen ainda por algum tempo e aí poderíamos deter-nos.

Julgo que, atualmente, entra nos desígnios da Providência que o Pe. Pompallier preste serviços ao sr. Colard e aos seus colaboradores. As Irmãs da casa Bon Repos estão disponíveis para estabelecer casa em St. Chamond, se os superiores permitirem. Conferi isto com o Pe. Terraillon e, juntos, procurai ocupar-vos do pedido. Uma das moças que apresentastes veio a Belley; as Irmãs vão recebê-la. As outras devem esperar ainda porque, por ora, elas não dispõem de mais espaço em Bon Repos.

Abraçai a todos os vossos confrades por mim. Irei visitar-vos no prazo mais breve possível. Escreverei também ao Pe. Séon. Aceitai a certeza do meu sincero apego e dedicação integral. Todos os vossos confrades de Belley participam na alegria que causam os vossos bem sucedidos acordos e transmitem mil saudações.

Fico infinitamente reconhecido para convosco, porque deixastes comigo, ainda por este ano, o Pe. Bourdin. O vosso muito humilde e muito obediente servidor COLIN, superior.

Edição: S. Marcelino Champagnat: Cartas recebidas. Ivo Strobino e Virgílio Balestro (org.) Ed. Champagnat, 2002

fonte: OM 255

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